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A INOCENTE FACE DO TERROR (1972) - FILM REVIEW

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Na história do cinema há diversos filmes que mostram, de forma extremamente surpreendente,  personagens que sofrem de uma ruptura mental, ocasionando uma espécie de universo particular ideal para eles. 

Assisti recentemente ao filme “Fratura”, que trata exatamente disto (disponível na Netflix). Mas há muitos filmes assim. O próprio Sexto sentido, alardeado como um dos finais mais surpreendentes do cinema, mostra nada mais que um personagem que se recusa a acreditar que esta morto e "vive" como se estivesse realmente vivo, interagindo com pessoas, sem saber que sua porta de entrada para nosso mundo é um menino médium. A inocente face do terror, clássico dirigido por Robert Mulligan, vai pelo mesmo caminho.


O filme se passa no verão de 1935, aonde os gêmeos Niles e Holland Perry (Chris Udvarnoky e Martin Udvarnoky) vivem com sua família em uma fazenda de Connecticut. Um deles é tímido, retraído e sombrio, e o outro leva uma vida normal de um garoto de dez anos. Enquanto a sua mãe (Diana Muldaur) vive imersa no mundo ficcional de seus livros, sua amada avó (Uta Hagen) os cria e lhes ensina um misterioso jogo que envolve todas as coisas vivas. Logo uma série de acidentes causam violentas e estranhas mortes na fazenda. Niles acredita que Holland seja o responsável, mas apenas a avó consegue ver a verdade, sem saber realmente qual é o gêmeo bom e qual é o mal.

O filme mostra não só como a ruptura é grave como pode trazer consequências avassaladoras para todos os envolvidos. Ele é baseado no livro de Thomas Tryon. O autor nasceu em  Connecticut, cidade que serviria de palco para suas histórias. Ele começou sua carreira como ator, fazendo filmes famosos como O Cardeal, de Otto Preminger. Desiludido com a atuação após uma série de papéis sem expressão, Tryon se aposentou da profissão no final dos anos 60 e começou a escrever romances de terror e mistério. Ele morreu de câncer no estômago em 4 de setembro de 1991, aos 65 anos.


O filme foi filmado na Califórnia, ainda que Mulligan quisesse realizá-lo em Connecticut, onde a trama ocorre, mas por conta do diretor de fotografia, que questionou aspectos da região ligados à estação do ano em que se passa a história, eles não filmaram no local. Inocente face do terror foi  a única aparição no cinema dos gêmeos Chris e Martin Udvarnoky . Mulligan nunca mostra os irmãos juntos. Eles são sempre separados por uma câmera panorâmica ou um corte de edição. Isto funciona como uma dica do plot twist que se dá em torno de 1 hora de projeção. Chris Udvarnoky acabou se tornando um médico de emergência enquanto seu irmão virou  massoterapeuta.  Chris faleceu em 2010, aos 49 anos, vítima de um problema chamado "Rins policísticos"

Nos estágios iniciais da produção, o autor-roteirista e produtor Thomas Tryon queria Ingrid Bergman para o papel de Ada (a avó) e Mark Lester para os papéis dos irmãos Niles e Holland. Lester fez o ótimo O Príncipe e o Mendigo em 1977 de Richard Lester, porém o filme foi muito criticado, principalmente por conta do fato de que o ator, então com 18 anos, fazia um papel de 9 anos de idade. Ele sucumbiu à pressão e largou a carreira de cinema.  E Ingrid Bergman não pode fazer parte do filme por conta de outros compromissos.


E justamente este personagem Ada que move o filme. Ela  foi interpretado por Uta Hagen (1919–2004), excepcional atriz alemã que fez carreira na tv com raras aparições no cinema (A inocente face do terror, Meninos do Brazil e Reverso da fortuna). Ada é o elo do garoto com o "sobrenatural". Ela motiva o menino a usar sua imaginação para vencer seu trauma. Numa belíssima cena, Ada estimula Niles a fazer um tour pela propriedade através dos olhos de um corvo, o que o menino prontamente fez, mostrando para nós, telespectadores, que o rapaz tinha uma imaginação fora da normalidade.

No final das contas, o filme não é sobre amor, esperança, possibilidades, escolhas ou sobre Deus. É sobre o Diabo se descobrindo. Como diz o título da obra prima de Glauber Rocha: Deus e o Diabo na terra do Sol. Porém, com uma hora de filme descobrimos que "Deus" havia morrido...



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