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A VINGANÇA DE WILLARD (2003) - FILM REVIEW

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Calafrio, lançado em 1971, se tornou um “cult movie” com os anos, e um remake seria quase uma obrigação na mentalidade torta hollywoodiana. Para ter uma ideia, enquanto escrevo este texto, foi anunciado um remake americano de Druk, do dinamarquês Thomas Vintenberg, dias depois dele ter vencido o Oscar de filme estrangeiro. Aliás, dias não: no dia seguinte. 

Mas curiosamente, Willard é um remake muito melhor que o primeiro filme, principalmente pela produção, com um orçamento melhor (de 22 milhões), tecnologia disponível melhor e elenco mais sintonizado com a estranheza dos personagens. 

No filme, Willard Stiles (Crispin Glover) é um homem de 30 anos que vive assombrado pelo fantasma de seu pai, o dono da Martin-Stiles Manufacturing, e as ligações psicológicas que o mantém ligado à mãe (Jackie Burroughs) e à casa onde vive. Willard é empregado da empresa de seu pai, mas apenas por exigência do mesmo ao seu sócio Frank Martin (R. Lee Ermey), que o lembra constantemente do fardo que é mantê-lo empregado sem trabalhar. 

Até que Willard faz uma estranha descoberta e percebe que possui uma forte ligação com os ratos que vivem no porão de sua casa. Com a ajuda de Cathryn (Laura Elena Harring), a funcionária contratada para realizar o serviço que Willard deveria fazer, ele busca um meio de escalar de Frank, da casa e da vida que leva.

O cult

O sucesso de bilheteria de Calafrio inspirou uma série de filmes de terror com tema de animais no início dos anos 1970. A obra foi dirigida por Daniel Mann, de tanto clássicos do cinema como "A cruz da minha vida", "A rosa tatuada" e "Casa de chá do luar de agosto".

O filme tinha um elenco que chamava atenção: Bruce Davison, Sondra Locke (que tiveram um caso na vida real na época em que o filme foi feito em 1970. Eles nunca apareceram em público porque Locke era casada. Aliás, seu marido era gay, mas eles permaneceram casados até o fim de suas vidas. Em entrevistas, ela dizia que o considerava um irmão!!) e Ernest Borgnine (que  na época preferiu ganhar um alto salário á porcentagem da bilheteria, o que se revelou um erro).

No ano seguinte veio Ben, o rato assassino, dirigido pelo experiente Phil Karlson (de Talhado para campeão, O Agente secreto Matt Helm e Do inferno para a eternidade), que contou a história de outro personagem, Danny (Lee Montgomery), um jovem e solitário garoto que começa uma estranha e inusitada amizade com um ratinho chamado Ben. Mas ele não sabe que Ben é o líder de um grupo de ratos assassinos que foi responsável pela morte de várias pessoas.

E a continuação, ainda que inferior, ganhou notoriedade por conta do tema de Michael Jackson  "Ben's Song", tocado durante a cena final e os créditos finais, que foi uma de suas canções favoritas. Ela foi escrita para o filme pelo letrista Don Black e pelo compositor Walter Scharf. Foi também a faixa-título do segundo álbum solo de Jackson, lançado pouco antes de seu 14º aniversário, e se tornou um hit, atraindo a curiosidade para o filme. 

Embora Calafrio (1971) tenha sido baseado no livro " Ratman's Notebooks" de Stephen Gilbert, esta sequência usa apenas o personagem Ben o rato e tem uma nova história e roteiro original de Gilbert Ralston, que também escreveu a adaptação para o filme anterior.

O filósofo, o grande relógio e o Complexo de Deus.

Na trama de "A vingança de Willard", Willard Stiles (Crispin Glover) é um cara estranho, que não tem amigos nem namorada. Assombrado pela imagem do pai morto e sufocado pela mãe que o requisita a todo instante, Willard não consegue estabelecer relações com as pessoas à sua volta. No trabalho, é maltratado pelo chefe que faz de sua vida um pesadelo. Morador de uma casa velha decadente, única herança de seu pai, um dia Willard descobre que exerce um estranho poder sobre os ratos que vivem no porão. Ele percebe que agora tem amigos, uma centena de pequenas criaturas tão fiéis e vorazes que seriam capazes de matar por ele.

Os ratos principais são representados por Sócrates (branco, representando a filosofia, ou seja, o sábio, ou ainda, o lado bom dos ratos) e Ben (que recebe o nome por ser grande demais, numa associação com o BIg Ben). Esta dualidade está presente na vida de todos, mas Willard prefere seguir o complexo de Deus, que  é um comportamento social cujas características são o excesso de arrogância e/ou apatia dos indivíduos que o apresentam para com uma sociedade, círculo ou pirâmide social. Embora existam semelhanças, não se deve confundir com transtorno de personalidade narcisista (TPN)..

Ele basicamente quer se vingar de quem vai contra sua rotina. Ele acredita que pode punir as pessoas usando os ratos, e assim o faz. A assimilação do comando dos ratos é feita de forma tão interessante, que vemos o ator Crispin Glover ficar sutilmente, parecido com os ratos, demonstrando que na realidade, eram os ratos que o controlava. 

O próprio diretor sugeriu fazer de Willard um humano muito parecido com um rato e solicitaram aos maquiadores que tornassem Crispin Glover pouco atraente, acentuando os ângulos de seu rosto, deixando-o pálido, escuro ao redor dos olhos e fazendo seu nariz  mais alongado. 

O filme não é uma continuação, mas também associa sua história com o do filme anterior como homenagem. Por exemplo, Todas as fotos que vemos pipocar na casa como sendo do pai de Willard são na verdade do ator Bruce Davison, intérprete de Willard no filme original. - 

E afinal de contas, valeu a pena ser feito um remake? Como eu disse lá em cima, claro que sim. Só a “mise en scène” do gato sendo perseguido pelos ratos (aos 53 minutos), ao som de Ben, vale o ingresso. 

Mais de quinhentos ratos foram usados ​​e submetidos a extenso treinamento antes de serem colocados no set. Os ratos foram divididos em categorias para as ações que executariam. Ben foi interpretado por um rato gigante (cricetomys gambianus), um parente distante do rato norueguês (rattus norvegicus), a espécie do filme. Os ratos, embora razoavelmente dóceis, podem atingir comprimentos corporais de até 42 centímetros da cabeça à base da cauda (podendo chegar a absurdos 60 centímetros), ​​com uma cauda do mesmo comprimento ou mais longa, e geralmente pesam até três quilos.

Willard e Ben mostram como o cinema era épico até em suas produções menores e a gente não se dava conta. Afinal, eram produções B (para não dizer pior), que se dava ao luxo de terem diretores como Phil Karlson e Daniel Mann, contar com atores como Ernest Borgnine e ainda ter um hit de  Michael Jackson  lançado escrito para o filme. 

Outros tempos...


One Movies/Dark Flix lançou os dois filmes clássicos no post, que pode ser adquirido no site da empresa clicando na imagem acima.

WILLARD 
LONDON ARCHIVE COLLECTION - Volume 30

12º. filme de maior bilheteria nos cinemas em 1971, Willard é baseado na obra “Vingança Diabólica (Ratman´s Notebooks)” de Stephen Gilbert e concorreu ao Prêmio Edgar de Melhor Filme. Teve uma sequência no ano seguinte, “Ben, O Rato Assassino” e um remake em 2003, estrelado por Crispin Glover.

Informações técnicas da edição:

100 minutos – Colorido – Formato de Tela: 2.35:1 – Classificação Indicativa 16 anos (Tema Adulto, Uso de Armas) – Áudio: Original em Inglês 5.1 Dolby Digital Surround e 2.0 Dolby Digital Estéreo – Dublado em Português 2.0 Dolby Digital Estéreo – Legendas: Português e Inglês

Extras: - *Trailer de Cinema - *TV Spot - *Radio Spot - *Galeria de Fotos


BEN O RATO ASSASSINO
LONDON ARCHIVE COLLECTION - Volume 06

Continuação de “Calafrio (Willard)”, o inesquecível e violento filme de 1971, onde uma dupla de ratos inteligentes ajuda o atormentado Willard Stiles a se vingar daqueles que o menosprezam. A canção original “Ben” foi interpretada pelo astro-mirim Michael Jackson, ganhou o Globo de Ouro e concorreu ao prêmio de “Melhor Canção Original” no Oscar® de 1972.

Informações técnicas da edição:

94 minutos – Colorido – Formato de Tela:1.85:1 – Classificação Indicativa 16 anos (Tema Adulto, Uso de Armas) – Áudio: Original em Inglês 5.1 Dolby Digital Surround e 2.0 Dolby Digital Estéreo – Dublado em Português 2.0 Dolby Digital Estéreo – Legendas: Português e Inglês

Extras: *O Menino e o Rato – Uma entrevista com o ator Lee Montgomery (The Kid With The Rat) - *Trailers de Cinema - *Tv Spots - *Radio Spots - *Spots de TV Ben + Willard - *Galeria de fotos



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