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HALLOWEEN - SAGA REVIEW

 

Halloween.

Texto: M.V.Pacheco

Revisão: Thais A.F. Melo


Mais um saga review a ser concluído e um dos que eu tinha mais curiosidade, pois ao assistir os filmes em sequência, a percepção é bastante diferente. Halloween é uma das poucas cinesséries com nível bastante similar, com apenas dois filmes considerados realmente ruins. 

Boa diversão:


Halloween (1978)

Halloween é um dos melhores filmes dos anos 70. Além disto, é um dos melhores filmes sobre serial killers e consequentemente, uma das melhores produções de John Carpenter. O filme tem um valor inestimável para os fãs, mas para quem não sabe, a produção foi com recursos bastante limitados. Por exemplo: os atores usaram suas próprias roupas durante as filmagens, já que o orçamento do filme não permitia que fosse contratado um figurinista e fossem compradas roupas específicas para os personagens.

Outro caso notório, a máscara escolhida para ser a utilizada pelo psicopata Michael Myers foi a mais barata encontrada numa loja próxima ao local de filmagens, que era exatamente a utilizada por William Shatner no filme “A Chuva do Diabo”, lançado no mesmo ano.  Entretanto, a máscara sofreu algumas mudanças, tendo sido pintada de branco, com os cabelos retirados e o contorno dos olhos sofrendo modificações.

A própria escolha da atriz, que se tornou a "rainha do grito", foi para atrair público, já que a mãe dela (Janet Leigh) havia feito Psicose, e acharam que com isto, o filme teria maior interesse. O filme foi rodado em 21 dias apenas...

Na história, que começa no Halloween de 1963 na pequena cidade de Haddonfield, Illinois, Michael Myers, um garoto de 6 anos de idade, fantasiado de palhaço, assassina sua irmã mais velha, Judith Myers, com uma enorme faca de cozinha. Quinze anos depois, na véspera de Halloween de 1978, Michael escapa do hospício onde estava preso desde o assassinato. Depois da fuga, Myers deixa um rastro de mortes pelo caminho. 

Afinal, o que é um Slasher?

Slasher é um sub-gênero de filmes de terror quase sempre envolvendo assassinos psicopatas que matam aleatoriamente. Pecando em vários sentidos em sua produção tanto no roteiro quanto na atuação, edição, fotografia, música e envolvendo muito sangue. Normalmente são feitos com baixo orçamento, daí são constantemente nomeados como "terror B".

O nome "slasher" foi criado porque o princípio básico do filme é um serial killer com uma máscara ou fantasia que vai coletando vítimas e mais vítimas ao longo do filme, até ser revelada sua identidade misteriosa pelo protagonista que, após fugir o filme inteiro, acaba matando o vilão.

Muitos filmes se destacaram ao longo dos anos desde que o gênero se submeteu. Tendo como precursor o clássico "Halloween - A Noite do Terror", de John Carpenter. O filme foi o que reuniu tudo que viria a ser característica dos slashers. O que pouca gente se lembra é que o gênio Mario Bava plantou a semente em 1971, com seu "Banho de Sangue". Há inclusive, cenas idênticas usadas em Sexta-feira 13 parte 2.

Halloween II: O Pesadelo Continua (1981)

O filme começa de onde o outro parou. Laurie foi levada para a Haddonfield Memorial, o hospital da localidade, para tratar dos ferimentos e se recuperar do choque, mas começa a questionar por qual razão Michael a perseguiu. Enquanto isso, Loomis e a polícia procuram Michael pela cidade. Ele continua fazendo outras vítimas, mas seu objetivo é ir até o hospital e assassinar Laurie.

Os produtores Irwin Yablans e Moustapha Akkad investiram pesado nesta seqüência, com um orçamento muito maior que o de seu antecessor: 2,5 milhões de dólares (o original custou por volta de 350 mil). Mesmo assim, John Carpenter se recusou dirigir o longa, deixando-o para Rick Rosenthal. Houve discussões nas filmagens de Halloween II para que fosse em 3-D. Debra Hill disse que o valor em 3-D para este projeto ficaria acima das condições, além de muito dificultoso para o estilo estético do filme.

A atriz Jamie Lee Curtis teve que usar uma peruca para aparecer com o mesmo penteado que sua personagem usava em Halloween - A Noite do Terror. O filme foi a estreia do ator Dana Carvey  nos cinemas, interpretando um assistente de repórter.

Não há como negar que a produção de John Carpenter garante qualidade ao filme. O filme é uma sequência, daquelas que parecem filmadas no mesmo dia que o filme anterior, tamanha a continuidade que há entre os filmes. O fato que mais prejudica o filme é inserção da invencibilidade de Myers na trama. Ele toma um monte de tiros de Loomis em dois momentos, de Laurie (inclusive na cabeça) e ainda explode no final. Mas como sabemos, ele voltará... 

Halloween III:  A Noite das Bruxas (1982)

Um homem aparece correndo desesperado no meio de uma estrada deserta, sendo perseguido por misteriosos homens bem vestidos. Ele é levado para um hospital, mas logo mais tarde um dos homens consegue entrar no seu quarto e o assassina brutalmente. Logo depois, ele entra no seu carro e comete suicídio, botando fogo em si mesmo. O médico que cuidava do falecido, Daniel Challis, suspeita desse estranho acontecimento e ao lado da filha do falecido, Ellie, decide investigar.

O pai da garota era proprietário de uma loja e havia estado na pequena cidade de Santa Mira, alguns dias antes. Eles decidem ir até lá para ver se descobrem algo. Depois de conhecerem os estranhos habitantes de Santa Mira, eles descobrem algo assustador: o dono de uma companhia que fabrica máscaras de Halloween planeja matar milhões de crianças americanas com uma coisa sinistra que está escondida nelas.

Há uma queda drástica no filme, por conta da ausência do que move a história. Toda a motivação dos primeiros filmes gira em torno de Myers e sua obsessão por matar a irmã. Tirando ambos de cena, sobra o que exatamente? Apenas um slasher comum dos anos 80. O filme inclusive se assume como ponto fora da curva quando o personagem de Tom Atkins vê na tv o anúncio do filme Halloween (1978).

Tá, mas isto é ruim? Péssimo. É como você ir ver Rambo, sem Rambo no filme. É um filme ruim? Não. Longe disto. É um slasher bem legal como tantos outros da época. O que tira os méritos do filme é a associação com a cinessérie, que como já devem ter percebido não há.  Curiosamente, Carpenter e Hill concordaram em participar deste projeto apenas se não fosse uma sequência direta do Halloween II. A crítica caiu em cima. O filme, que custou 2,5 milhões rendeu 14. Se você acha que mandaram bem, o primeiro custo apenas 300 mil dólares e rendeu 70 milhões !!!

Naquele momento, a produção queria tornar Halloween uma antologia, com cada filme, uma história envolvendo a data. Considerando o segundo filme uma conclusão para o primeiro, isto seria uma idéia interessante. Mas não vingou. 

Halloween IV: O Retorno de Michael Myers (1988)

Se você resistiu ao fato de que foi enganado no terceiro filme, por conta do título e se você engoliu que depois de 30 tiros e ser explodido, Michael Myers não morreu... bom, eis aqui mais um bom exemplar de slasher dos anos 80.

Aparentemente, Lauire (Jamie Lee Curtis que não quis fazer um novo filme) morreu. E sua filha, chamada.. Jamie (original não?) é assombrada por visões de Michael Myers. Paralelo a isto, Michael (que está vivo) consegue fugir depois de tentarem transferi-lo (para que, meu Deus ??!!!) e no seu encalço, vai o Loomis (que também não morreu no filme anterior!!!). Bom, não dá para meter o pau no roteirista, já que uma greve da classe aconteceu pouco antes das filmagens, forçando Alan McElroy a desenvolver um conceito, lançar a história e enviar o rascunho final em menos de onze dias.

Para quem não sabe, a greve de roteiristas paralisam trabalho, incluindo os em andamento. Uma série de TV, por exemplo, é a mais prejudicada, já que ela é obrigada a encerrar com menos episódios que o previsto (casos famosos, só para citar: Prison Break e Heroes, ambas na terceira temporada).

A atriz Danielle Harris vendeu a fantasia de palhaço para um fã. Para que Danielle (na época com 10 anos) não ficasse com medo, George P. Wilbur costumava levantar sua máscara entre as tomadas para lembrá-la de que eles estavam apenas fazendo um filme e que ele não iria machucá-la de verdade.

No final de 1986, a Cannon Group (produtores Menahem Golan e Yoram Globus) contratou a produtora Debra Hill e o diretor John Carpenter para trabalhar no roteiro de um novo filme de Halloween a ser intitulado "Halloween IV", já que estavam interessados ​​em adquirir os direitos, muito como Cannon teve para O Massacre da Serra Elétrica 2 (1986). Cannon não gostou do roteiro de Carpenter e Hill e no final das contas, decidiram não produzir o filme. Pouco depois, Carpenter e Hill venderam todo o seu material restante na série "Halloween" para o produtor Moustapha Akkad, que prontamente desenvolveu este filme com um roteiro completamente novo.

Carpenter havia dado ao roteiro uma abordagem psicológica mais fantasmagórica ao mito de Michael Myers. Dizia respeito à cidade de Haddonfield e ao efeito que os eventos dos dois primeiros filmes tiveram sobre seus cidadãos. Esse conceito foi posteriormente rejeitado pelos produtores em favor do típico slasher, ponto no qual Carpenter saiu do filme, tornando-o o primeiro da série a não ter nenhuma participação dele.

No roteiro original, a cena inicial era de um longo corredor de hospital explodindo repentinamente e jogando Loomis da explosão, em uma referência ao fim do Halloween 2: O Pesadelo Continua! (1981). Para mostrar como Loomis sobreviveu. Posteriormente, foi decidido que o filme não deveria ter nenhuma conexão com os dois filmes anteriores e a abertura explosiva nunca foi filmada.

O diretor Dwight Little explicou mais tarde: "Decidimos apenas fazer referência ao primeiro filme. Acho que a razão é que não queríamos nos envolver com um monte de questões policiais de lógica com Michael e exatamente o que aconteceu com o Dr. Loomis. Alan estudou com muito cuidado. Então sabíamos que se acertássemos alguma mina terrestre ou cometêssemos algum grande erro ele pegaria. Mas eu realmente não queria ser influenciado, artisticamente, por outra coisa senão Halloween: A Noite do Terror (1978) . "

Halloween V: A Vingança de Michael Myers (1989)

Este é mais um interessante exemplar da franquia, agora tratando dos efeitos do horror passado por Jamie no filme anterior. Ela ficou traumatizada e passou a residir em uma clínica de crianças. Paralelo a isto, Myers se safou do fuzilamento do filme anterior (aqui já oficialmente, uma espécie de Jason Vorhees que não morre por nada).

O filme flerta com o destino da personagem Jamie, por vezes direcionando o espectador a pensar que ela possa em algum momento assumir o manto do personagem, o que de fato iria ocorrer de acordo com o roteiro (o final do quarto filme já indicava isto).

Mas o produtor já havia errado ao substituir Myers. no terceiro filme, e não estava disposto a pagar o preço de novo. Principalmente porque Sexta feira 13 - Parte V, de 4 anos antes, havia usado a mesma ideia, e foi um dos filmes mais esquecíveis da franquia (não por ser ruim, mas por não ter Jason).

A personagem Jamie Lloyd tem um paralelo marcante com o personagem Tommy Jarvis da série Sexta-feira 13. Ambos os personagens apareceram no quarto, quinto e sexto filmes de suas respectivas séries. Ambos tinham quase a mesma idade em sua primeira aparição. Ambos se institucionalizam e desenvolvem tendências homicidas. Neste filme, Jamie começa muda. Na quinta Sexta-feira 13, Tommy raramente fala. No final do filme, Tommy é visto segurando uma faca e essencialmente se torna Jason. No final do Halloween anterior, Jamie é vista segurando uma tesoura e ela basicamente se torna Michael.

As cenas de Donald Pleasence foram filmadas nas duas primeiras semanas de filmagem, pois ele tinha compromisso com outro filme. Curiosamente, não é a primeira vez que isso ocorre com o ator. Algumas filmagens foram adicionadas ao início do filme (daquela usada anteriormente perto do final do Halloween 4: O Retorno de Michael Myers) para mostrar que Michael havia realmente caído em um poço de mina próximo ao invés de apenas ser "engolido pelo chão".

Outra mudança relevante foi a cena da morte de Rachel, alterada pelo pedido da atriz, para refletir o flashback em que Jamie esfaqueou sua mãe adotiva em Halloween 4: O Retorno de Michael Myers (1988) de forma semelhante. Aliás, este é o segundo filme de Halloween em que Michael Myers mata em 30 de outubro, refletindo algo que ocorre constantemente em Sexta-feira 13, que constantemente se passa em dias próximos da data do título.

 

Halloween VI: A Última Vingança (1995)

O filme anterior termina com alguém sequestrando (ou libertando) Myers. A trama agora enfia uma seita no meio, que controla Michael desde o início, "explicando" o personagem. Na verdade, ele não era complexo, mas os roteiros se enrolavam tanto, filme a filme, que no final, precisaram explicar o inexplicável.

A produção foi bastante conturbada. Depois do filme pronto, sessões testes reprovaram o resultado. Eles então refizeram um monte de cenas, e o resultado ficou ainda pior. Para complicar, o ator Donald Pleasence faleceu no meio disto tudo. Por fim, duas versões foram disponibilizadas: a do cinema e a do produtor.

Halloween é centrado em três personagens principais: Tommy Doyle (Paul Rudd), o garoto que Laurie cuidava na noite de dia das bruxas de 1978, que cresceu obcecado por Michael Myers; Kara Strode (Marianne Hagan), uma prima de Laurie e mãe solteira que volta para casa dos seus pais (a mesma dos Myers); e  Dr. Loomis (Donald Pleasance), que retorna mais uma vez para enfrentar seu Nêmesis.

As produções se tornaram incompreensíveis ao longo do anos. As "mortes" de Myers eram para ser mais que definitivas, mas os filmes começam como se nada tivesse acontecido. A própria cicatriz de Loomis vai sumindo... Esta ruindade, lógico teve um fim, dando origem a uma espécie de reboot, com a volta de Jamie no capítulo seguinte.

O final é de doer. Mitchell Ryan vestido de vampiro, no culto, com Myers assistindo é uma cena que era melhor não ter sido filmada. Dias melhores virão, ou melhor, noites... 

Halloween 20 anos depois (1998)

Laurie Strode simulou sua morte para poder escapar da fúria do irmão, um louco homicida. Apesar de agora se chamar Keri Tate e trabalhar como diretora de uma escola, ela vive constantemente com medo, desconfiando que seu psicótico irmão possa descobrir seu paradeiro.

Até que, passados 20 anos desde que tudo começou Michael Myers, o irmão psicopata reaparece, agora perseguindo seu filho. De imediato, ela foge apavorada, principalmente quando vê seu namorado sendo morto, mas, repentinamente, decide enfrentá-lo e uma coisa fica clara: só um irá sobreviver.

O roteiro foi baseado em uma história de Kevin Williamson, que na época estava em alta com suas histórinhas de terror adolescentes (vide Prova Final, Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado, Pânico 1, 2,3 e 4, para citar alguns).

O filme tem um ótimo elenco de apoio, como Josh Hartnett, Michelle Williams, Joseph Gordon Levitt, Janet Leigh (sim, ela mesma !!!) e o retorno da Jamie Lee Curtis. Só não retornou o diretor John Carpenter porque ele não chegou em um acordo com a produtora, pois ele queria fechar 3 filmes e não aceitaram. 

Halloween: A Ressurreição (2002)

Quando você faz uma maratona de uma franquia, e já fiz muitas, você percebe a evolução dos filmes com mais clareza, ou decadência. No caso dos Halloweens, os filmes vão diminuindo pontos positivos a cada obra. Neste sentido, este filme de 2002 é o ponto mais baixo. Tanto que decidiram fazer um remake à seguir, pois a história se perdeu absurdamente.

A história? Bem ao estilo Kevin Williams, um grupo de estudantes universitários é contratado por uma empresa para passar uma noite na casa em que Michael Myers (Brad Loree) passou a infância, com transmissão ao vivo pela internet, de forma a divulgar o lançamento do site Dangertainment.com. Porém, ao chegar no local eles começam a perceber que terão que enfrentar uma verdadeira batalha para sair da casa com vida, já que Michael Myers está de volta e disposto a acabar com os intrusos.

No filme descobrimos que em 31 de outubro de 1998 (ou seja, final do filme anterior), Laurie Strode "acidentalmente" mata um paramédico com quem seu irmão Michael Myers havia trocado de roupa (hein??!!). Laurie, culpada, é agora prisioneira do Sanatório Grace Andersen, onde as enfermeiras acreditam que ela é catatônica..

Jamie Lee Curtis odiava a ideia de uma sequência, pois sentia que Laurie teve um final satisfatório no filme anterior. Ela inicialmente se recusou a estar neste filme, até que finalmente concordou em fazer sua parte, apenas sob a condição de ser morta na abertura do filme para ter certeza de que sua personagem, Laurie Strode (ou ela mesma), não o faria aparecer em outra sequencia. (Na época do lançamento inicial do filme, os produtores executivos Malek Akkad e Moustapha Akkad tentaram explicá-lo alegando que Jamie Lee Curtis "estava tão impressionada com o roteiro, que queria um grande papel nele". Ela declarou publicamente que não era o caso, ela estava sob contrato para fazê-lo.)

Um clichê da trajetória das continuações dá as caras aqui: quando não há mais caminhos a seguir devido ao rumo perdido pelos roteiristas, um reboot é anunciado. O que ninguém poderia supor é que o remake viria pelas mãos de Rob Zombie.

Halloween (2007)

Como a franquia chegou no seu desgaste nível máximo (destino pior teve Jason, que antes do remake, foi pro espaço), um reinício veio ao mundo. E nada mais comum que um remake que explica a origem do vilão. É uma ideia infeliz, mas assistindo a todos os filmes em sequência, até que este filme não é de todo ruim.

A história começa na sua infância, quando Michael Myers era um garoto solitário, maltratado pelos colegas de escola, pela irmã, pelo padrasto Ronnie e sua mãe não tinha tempo para cuidar do filho por não ter condições de sustentar a casa e ter que fazer strip-tease em um clube. Quando dois colegas zombaram de Myers, o garoto matou um deles com um pedaço de tronco de árvore numa floresta.

Depois, na noite de Halloween enquanto sua mãe trabalhava e Ronnie dormia, Michael prendeu e amordaçou o padrasto com fita adesiva e deu um corte no pescoço dele matando-o, depois matou o namorado da irmã com um taco de ferro. Sua irmã Judith foi morta pelo garoto com facadas na perna. Quinze anos depois, ele foge do hospital e sai em busca de sua meia irmã Laurie Strode.

O filme tem pontos interessantes, principalmente no primeiro ato, que mostra os "porquês" do que viria a seguir. A máscara de Michael tem sua própria história, para fornecer uma explicação do motivo pelo qual ele a usa, em vez de fazer com que o personagem simplesmente roube uma de forma aleatória  como no filme original. Embora Zombie tenha adicionado mais história ao personagem de Michael Myers, criando mais conteúdo original para o filme, ele optou por manter intacta a máscara da personagem e a música tema de Carpenter para sua versão.

 Outra questão interessante é o uso de diversos nomes famosos do horror que dão as caras ao longo da produção. Rob Zombie é um diretor com muitos fãs, mas feliz, ou infelizmente, não sou um deles!!!. E usar "Love Hurts" e o tema de Magyver em cenas do filme não foram exatamente boas escolhas... 

Halloween II (2009)

E como vivemos num mundo imperfeito, eis que o remake ganhou sequência. Aqui Laurie Strode (Scout Taylor-Compton) é levada ao hospital, após supostamente matar o responsável pelo assassinato de diversas pessoas em Haddonfield, Illinois. Sua paz logo é abalada com o ressurgimento de Michael Myers (Tyler Mane), que mata todos aqueles que cruzam para encontrar sua irmã Laurie.

Ela mais uma vez escapa, mas passa anos amedrontada pelo ocorrido. Apos bastante tempo, Laurie enfim consegue superar o trauma. Só que, com a aproximação de mais um aniversário do massacre, Michael ressurge com a intenção de provocar uma nova reunião familiar. O filme está entre os piores. Curioso é que a produção é uma continuação do remake e não um remake da continuação, garantindo liberdade para Zombie fazer o que bem quisesse. E é o que o diretor faz. E tudo vira um desastre, a ponto do personagem ficar "aposentado" 9 anos, se recuperando.

Nada funciona. Por exemplo, o diretor insere pontas de atores famosos, principalmente do horror ou suspense no primeiro. Ok. Mas porque colocar Danielle Harris, sobrinha de Michael em outro papel? Ela teve uma importância grande em dois filmes (recentes) e não havia porque colocá-la. Causou foi confusão, pois ficamos na dúvida se é o mesmo personagem por alguns momentos. E o que dizer do inicio fake? Vinte e quatro minutos de cenas, mortes... para nada. E por que de tudo aquilo? Um terço do filme para mostrar que Laurie está traumatizada? Para né...

Zombie ainda foi chamado para o terceiro que se chamaria Halloween 3D e sairia 2 anos depois, mas ele não aceitou (ainda bem !!!).

- Não se sinta impedido por qualquer uma das regras que tivemos no passado. Eu quero que esta seja a sua visão e eu quero que você expresse essa visão.

Estas foram as falas do produtor Malek Akkad à Rob Zombie.

Para o bem ou para o mal, foi isto que ele fez.

Halloween (2018)

Uma grata surpresa é a melhor forma de definir esta continuação do filme de 78. A produção é uma carta de amor ao original. Você assiste ao filme através do olhar de um fã (os fãs, considerando diretor e roteiristas).No filme há transições interessantes como a neta de Laurie, olhando pela janela do colégio, e vendo a vó. No original, quem esta no colégio é Laurie, e olha também pela janela, só que vê o vazio, já sentindo o perigo que está por vir. Aliás, algo bem interessante, que faz do filme acima dos outros, é o clima de perigo. Além dos sustos (muitos), há uma sensação de que qualquer um pode ser morto. E não há espaço para politicamente correto. Meyers mata qualquer um. 

Na história, após quatro décadas de ter conseguido escapar do ataque de Michael Myers em uma noite de Halloween, Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) terá que confrontar o assassino mascarado pela última vez. Ela foi perseguida pela memória de ter sua vida por um triz, mas dessa vez, quando Myers retorna para a cidade de Haddonfield, ela está preparada.

Interessante notar como quase metade do filme se passa de dia. E isto não diminui a tensão das cenas. Seja a antológica cena do hospital psiquiátrico ou mesmo os assassinatos no posto de gasolina. E quanto a penumbra toma a telona, uma sensação de que a névoa (do filme do próprio Carpenter) vai tomar conta de algumas cenas  (como a da fuga ou mesmo da cena do carro de polícia).

Outra curiosidade são os assassinatos, que estão mais para um filme do Eli Roth. São sutis e perturbadores. A contagem de corpos do filme é impressionante, talvez a maior de toda série. Há inclusive uma observação curiosa: o título não usa os famosos subtítulos inúteis, como "O retorno", "A missão", "A vingança". É puro e simples Halloween, sugerindo exatamente o que vemos em tela: são filmes que habitam o mesmo universo, mesmo que 40 anos depois. Mas dá para esquecer todas as continuações e ver os dois em sequência, que tudo funcionará com perfeição.

Meyers tem a mitologia mais simples, se consideramos outros ícones do horror que viriam logo a seguir. Ele apenas mata. Usa máscara, busca a maior faca que tiver disponível na cozinha mais próxima, e mata. Ao contrário de figuras como Freddy, que mata em sonhos elaborados, ou Jason, que na maioria dos filmes, espera suas vítimas no acampamento de Cristal Lake, Michael detona quem estiver no seu caminho, em qualquer lugar e sem hesitar. 

O produtor do filme é Malek Akkad, filho de Moustapha Akkad, o produtor do "Halloween" original de 1978. Moustapha Akkad foi assassinado, junto com sua filha Rima (irmã de Malek), no atentado terrorista a um hotel em Amã, na Jordânia, em 2005. Jamie Lee Curtis contou como foi a primeira pessoa que viu quando veio ao set no primeiro dia de As filmagens do filme de 2018 foram Malek, de quem ela se lembrava quando era uma criança de 7 anos visitando o set durante a produção do filme original. Ela acrescentou que ver Malek pela primeira vez desde a morte de seu pai imediatamente a levou às lágrimas.

Esse é o quinto filme da franquia Halloween estrelado por Jamie Lee Curtis como Laurie Strode. Os anteriores são Halloween: A Noite do Terror (1978), Halloween 2: O Pesadelo Continua! (1981), Halloween H20: Vinte Anos Depois (1998) e Halloween: Ressurreição (2002). A atriz também deu voz à "Santa Mira", personagem de Halloween 3: A Noite das Bruxas (1982), mas não foi creditada.

 

Halloween Kills: O Terror Continua (2021)

A trama parte do ponto que termina o anterior. Minutos depois de deixar o assassino queimando, Laurie vai direto para o hospital com ferimentos graves de vida ou morte. Mas quando Michael consegue escapar da armadilha de Laurie, sua vingança e desejo por um banho de sangue continuam. Enquanto Laurie luta contra a dor, ela tem que se preparar mais uma vez para se defender de Michael e consegue fazer toda a cidade de Haddonfield se juntar para lutar contra o monstro. Mulheres se juntam e formam um grupo de vigilantes que vão atrás de Michael e acabá-lo de uma vez por todas, garantindo o retorno de um Halloween tranquilo e paz na cidade.

Considerando o ótimo resultado do filme anterior (e o final, que poderia significar um fechamento para a história), uma continuação era desnecessária. Mas devido ao sucesso enorme de público e reconhecimento da crítica, a continuação seria inevitável. E eles anunciaram logo duas. Mas mantiveram toda a equipe, o que certamente foi um caminho mais seguro. O que poderia dar errado? As escolhas. Algo similar ocorreu no Star Wars: A Ascensão Skywalker, que foi uma vítima completa das más escolhas do diretor e roteiristas.

Halloween Kills não é ruim. Mas seguiu caminhos equivocados, cometendo gafes imperdoáveis, como manter Jamie na geladeira boa parte do filme ou quando uma multidão, do lado de fora do hospital, confunde um paciente (de baixa estatura) como Meyers.

Ao repetir seu papel como Laurie Strode pela sexta vez, Jamie Lee Curtis superou Donald Pleasence (Dr. Loomis), que apareceu em cinco filmes, com o maior número de aparições na série. Charles Cyphers, Kyle Richards, Nancy Stephens e Nick Castle estavam todos no Halloween: A Noite do Terror original (1978) e todos voltaram para esta sequência. Os personagens de Tommy Doyle e Lonnie Elam do original também retornaram, mas foram reformulados com Anthony Michael Hall e Robert Longstreet, porque Andrews se aposentou da atuação desde 2015 e Le Page nunca mais atuou após o Halloween original.

Paul Rudd foi convidado a reprisar seu personagem Tommy Doyle, mas devido a conflitos de agenda com Ghostbusters: Mais Além (2021), ele teve que recusar. Ele havia feito o personagem em Halloween 6: A Última Vingança, de 1995.

Embora a casa original que foi usada para a casa de Myers no Halloween: A Noite do Terror (1978) em South Pasadena, Califórnia, ainda esteja de pé, ela não foi usada para a casa de Myers neste filme. Além do fato de que os novos filmes Halloween são filmados na Carolina do Norte e não na Califórnia, a casa original, que agora é usada como uma agência de seguros, é propriedade de alguém que não gosta do legado que a casa mantém. O proprietário está tão despojado de diversão (e aparentemente de bom senso por ter comprado uma casa famosa), que uma placa na propriedade diz para as pessoas não irem à varanda para tirar fotos. Os fãs, compreensivelmente, muitas vezes ignoram o sinal, especialmente no Halloween, quando muitas pessoas se fantasiam de Michael para tirar fotos com outros fãs.

De acordo com Andi Matichak, foi inicialmente planejado que Halloween Kills e Halloween Ends (2022) seriam filmados consecutivamente. Isso não ocorreu, devido a uma "agenda intensa". David Gordon Green lembrou que quando eles tentaram encontrar uma foto do anuário de uma das vítimas de Michael Myers no filme de 1978, ele se deparou com uma foto do anuário de Bob Odenkirk (Better Call Saul ) que ele pensou se assemelhar ao ator original John Michael Graham. As questões de direitos foram resolvidas para que Green pudesse usar a foto de Odenkirk em vez do ator real. Odenkirk é, portanto, creditado como 'Bob', apesar de não aparecer fisicamente nele.

A Universal amargou uma reação amplamente negativa ao lançar o filme simultaneamente nos cinemas e em seu serviço de streaming Peacock. Na verdade, foi ideia do produtor Jason Blum. Blum decidiu que, devido ao fraco desempenho de bilheteria durante a pandemia COVID-19 do filme Freaky - No Corpo de um Assassino (2020) da Blumhouse, a melhor opção era oferecer aos espectadores a opção de ver o filme em qualquer um dos Peacock ou nos cinemas.

Halloween Ends (2022) ?

Mal pude acreditar na lambança que David Gordon Green fez em Halloween Ends. A sua trilogia, que iniciou de forma primorosa, encerrou causando frustração e revolta por onde passou. Impossível não ficar com a sensação de que o diretor foi vítima de suas pretensões que inflaram após o sucesso do primeiro. 

Em Halloween Ends, quatro anos após os eventos de Halloween Kills: O Terror Continua (2021), Laurie (Jamie Lee Curtis) agora vive com sua neta Allyson e está terminando seu livro de memórias. Michael Myers nunca mais foi visto. Depois de permitir que a sombra de Michael pairasse ao longo de sua existência por décadas, ela finalmente decidiu se libertar do medo e da raiva e se voltar para a vida. 

Mas quando um jovem, Corey Cunningham, é acusado de ter assassinado um menino de quem cuidava, uma onda de terror e violência pairam sobre a cidade, forçando Laurie a se juntar com outras pessoas para combater o mal. Mas dessa vez, Laurie terá de lidar com Myers e acabar com ele, de uma vez por todas, para que o mal nunca mais volte para a cidade e ela possa, enfim, ter uma vida normal e sem medo, promovendo a paz para sempre.

Entre tramas esquecidas (como a de Frank em Halloween Kills, que queria matar Michael vingando a morte de seu parceiro, bem como sua própria culpa por não deixar o Dr. Loomis executar Michael) e homenagens que ninguém viu (como Michael tentando colocar a mão de Laurie em um triturador de lixo que remete a uma cena de Halloween H20: Vinte Anos Depois), o filme peca em todos os aspectos. 

Afinal, o que dizer da trama de Corey? Um rapaz com toda característica de bom moço que sofre bullying por conta da violenta morte acidental que causou e de repente se torna um receptáculo do mal que habita um Meyres que vive no esgoto.

Achei curioso que, apesar do "Ends" no título e a completa destruição de Michael no final, Halloween tem uma obrigação contratual de continuar. Ao ser questionado se este filme será o último da série, o produtor Jason Blum confirmou que haverá mais, pois o produtor Malek Akkad tem uma cláusula proibindo que Michael Myers seja morto. 

Isto mostra como a trilogia nasceu sem razão de existir e como Gordon errou ao forjar continuações de um filme pronto e perfeito chamado Halloween (2018).




Classicline lançou Halloween H20: vinte anos depois (Blu-Ray com ou sem luva e DVD Digipack com ou sem Ploosh, além da edição mais completa e limitada, que é o Blu-Ray com o Kit Myers). Para comprar, só clicar no link acima.  

👉Informações:

Elenco: Jamie Lee Curtis, Adam Arkin, Michelle Williams
Direção: Steve Miner
Produtor: Paul Freeman
Roteiro: Robert Zappia, Matt Greenberg
Fotografia: Daryn Okada
Direção de Arte: Dawn Snyder
Ano de produção: 1998
Pais de Produção: Estados Unidos
Formato de tela: 1.78:1 - 16X9 - Fullframe
Cor: Colorido
Duração Aprox.: 85 min.
Idioma: Inglês 2.0/5.1 DTS-HD / Português 2.0 DTS-HD
Legendas: Português

Extras: Making of Halloween H20 / Cenas com trilha sonora original de John Ottman / Entrevistas vintage e cenas dos bastidores / Trailer de cinema / Spot de TV / Galeria de fotos.


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