ALIANÇA DO CRIME (BLACK MASS) - CRÍTICA POR R.E.F.
Aliança do Crime (Black Mass)
EUA, 15. 122 min. Direção de Scott Cooper. Roteiro de Mark Mallouk, Jess Butterworth. Com Johnny Depp, Benedict Cumberbacth, Joel Edgerton, Dakota Johnson, Peter Sasgaard, Kevin Bacon, Rory Cochrane, Corey Stoll, Adam Scott, Julianne Nicholson, Juno Temple.
Na lista de grandes filmes de gangster da História do cinema não haverá lugar para este filme desnecessariamente violento e mal humorado, que serviu ao menos para retardar a decadência da carreira de Johnny Depp, que depois de uma sucessão de fracassos chegou a impressionar os mais incautos com uma maquiagem competente que o deixou quase irreconhecível para torná-lo parecido com um dos bandidos mais terríveis da história recente dos EUA, mais particularmente da cidade de Boston, e que teria sido a inspiração para o filme de Martin Scorsese, Os Infiltrados (06).
Ele interpreta com o cabelo para trás, revelando entradas, como James Whitey Bulger de origem irlandesa e que forneceu armas para o IRA (um fato que o filme não explora muito) e que inacreditavelmente (Spoiler!) passou anos escapando da Lei e trabalhando com o FBI (porque um dos chefes da organização era amigo de infância dele e fizeram acordo em que se auto enfurnavam e se protegiam. Em troca, eles derrubavam a ação da Máfia Italiana, que ficava em outra região da mesma cidade.
Não gostei do filme porque acho o diretor sem talento, sem criação, realizando um trabalho banal e igual a dezenas de outros. Não aprecio os filmes anteriores desse jovem ator chamado Scott Cooper que fez antes o musical country Coração Louco (que deu discutível Oscar de ator para Jeff Bridges em 2009) e o médio Tudo por Justiça (13) com Christian Bale. Ele limita-se a encenar assassinatos e mesmo assim sem o brilho e criação de gente como Michael Mann ou Scorsese ou mesmo aquela brilhante sequencia da série de TV True Detective, Parte 2.
O roteiro não faz qualquer esforço para tornar mais humano e aceitável a figura do Bulger, que Depp faz com voz pastosa e total frieza. Nem mesmo quando tem problemas com um filho que fica doente, com sua mulher (Dakota). O que se vê na tela é um desprezível e frio assassino mentiroso, sem honra e sem lei, que merecia final pior do que lhe destinaram. O filme nos EUA que custou 53 milhões de dólares rendeu por volta disso mesmo já em final de carreira. A ideia de que Depp seria indicado ao Oscar me parece exagerada até porque recentemente declarou que não queria nunca o prêmio!
Resta falar do elenco que é muito irregular. O australiano Joel Edgerton joga fora um papel que poderia ser marcante, Benedict Cumberbatch não tem o que fazer em papel de nada, e quem sobressai são dois coadjuvantes que tem morte em cena, muito bem interpretadas, quase roubam o filme. Peter Sasgaard como bandido drogado e Juno Temple, como uma prostituta.
O filme porém é decepcionante e não significa a redenção que Depp está buscando