GEORGE HILTON - RESPONDE A 7 PERGUNTAS CAPITAIS
Nascido Jorge Hill Acosta y Lara em Montevidéu em 16 de julho de 1934, George Hilton é um ator uruguaio conhecido por suas muitas atuações em western spaghetti. Hilton mudou-se para a Itália em 1963, antes de conseguir o papel principal no filme de piratas italianos de 1964, Mascarado Contra os Piratas.
Atuou em obras-primas como A Cauda do Escorpião (1971), O Estranho Vício da Senhora Wardh (1971).
E hoje, com vocês, George Hilton.
Boa sessão:
1) Há uma frase muito citada do filme Na Natureza Selvagem: “A felicidade só é verdadeira quando compartilhada.” Fazer cinema não é somente uma profissão, mas é também uma forma de compartilhar o amor pela arte e até um pouco de si. Considerando a reflexão, conte como foi seu início de carreira.
G.H.: Eu sempre quis ser ator e segui esse sonho com muita determinação. O fato de eu falar bem inglês ajudou bastante, porque me abriu portas em diferentes mercados. Primeiro fui para a Argentina, onde comecei a trabalhar em produções locais e a ganhar experiência diante das câmeras. Depois, como muitos outros atores da época, segui para a Itália, que vivia um momento muito vibrante no cinema.
No início, fiz pequenas pontas, participações rápidas, mas logo vieram os westerns, o chamado “spaghetti western”, que estavam em alta e conquistando o mundo. Esse gênero foi fundamental para mim, porque me deu visibilidade internacional e acabou abrindo as portas para a fama. Foi um começo cheio de desafios, mas também de oportunidades incríveis.
2) "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos". Considerando a reflexão, há alguma experiência vivida no meio artístico que foi especialmente marcante?
G.H.: Provavelmente a experiência mais marcante foi o meu primeiro filme. Eu mesmo admito que não era um grande filme, longe disso, mas ainda assim teve um peso enorme na minha vida. Foi o momento em que deixei de sonhar em ser ator e realmente me tornei um.
A sensação de estar em um set, de ver as câmeras apontadas para mim, de fazer parte daquela engrenagem, foi inesquecível. Não importa a qualidade do resultado final, o que ficou para mim foi a descoberta de que eu realmente podia seguir essa carreira. Esse primeiro passo foi o que abriu o caminho para todo o resto.
3) Fazer cinema envolve muitas variáveis. Esforço, investimento, paixão, talento... E a sinergia destes elementos faz o resultado. Qual trabalho em sua carreira considera o melhor?
G.H.: O destaque da minha carreira certamente vai para Tempo de Massacre (1966), que foi um filme fundamental não apenas para mim, mas também para o gênero western italiano. Trabalhar naquela produção foi como estar no olho do furacão de um movimento que estava transformando o cinema europeu. Eu tive a oportunidade de atuar ao lado de atores e diretores que estavam construindo algo novo, ousado e com uma energia incrível.
Já em termos pessoais, considero O Carrasco da Mão Negra (1972) o meu melhor trabalho. Esse filme me permitiu explorar um lado mais profundo como ator, equilibrando ação, intensidade dramática e emoção. Sinto que consegui entregar uma interpretação mais completa, que refletia a maturidade que eu já havia conquistado na profissão.
Cada filme tem o seu valor, mas esses dois representam marcos muito especiais, um pela importância histórica e o outro pelo crescimento pessoal e artístico que me trouxe.
4) Atuou em gêneros bastante distintos, como westerns e giallos. Como foi lidar com essa diversidade de personagens e estilos ao longo da sua carreira? O que mais te atraía em variar de gênero?
G.H.: Eu sempre me considerei um ator eclético, então trabalhar em gêneros tão diferentes como westerns e giallos era natural e até necessário para mim. Cada gênero oferecia desafios distintos: no western, era a ação física, a presença imponente, a interação com cenários amplos e a tensão dramática típica do faroeste; no giallo, era mais a construção de suspense, mistério e nuances psicológicas do personagem.
Eu realmente gostei de variar dessa forma. Cada papel exigia algo diferente, e essa diversidade me ajudou a crescer como ator, a descobrir novas facetas da minha interpretação e a manter o trabalho sempre estimulante. Acho que essa variedade também fez com que meu público pudesse me ver de maneiras diferentes, sem se prender a um único tipo de personagem.
5) Com relação às suas preferências cinematográficas, há uma lista dos filmes de sua vida? Um Top 10 ou mesmo, o filme mais importante?
G.H.: Só vou citar estes 3: Um Estranho no Ninho, O Pagamento Final e A Doce Vida.
M.V.: Legal. Trinca eclética de filmes.
6) Agora vamos falar de futuro. Tem projetos engatilhados?
G.H.: Sempre tenho, é parte da vida. Vem aí "La promessa del sicario" dirigido por Max Ferro e "Keoma Rises" dirigido pelo Enzo G. Castellari e com Franco Nero e Gianni Garko, que está em fase inicial.
M.V.: Keoma é um dos principais personagens do faroeste spaghetti, feito nos anos 70 pelo próprio Enzo. É uma ideia interessante retomar o mito e ao gênero, mostrando que o tempo passou...
G.H.: Exatamente.
7) Para finalizar, deixe uma lição ou dica para os que pretendem seguir carreira na atuação.
G.H.: Prepare-se para ser um bom ator, estude, leia, assista aos grandes e assim conseguirá continuar trabalhando por muitos e muitos anos, e não somente fazer um ou dois filmes.
M.V.: Obrigado amigo.
G.H.: Um abraço










