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RAÇA (2016) - CRÍTICA DE RUBENS EWALD FILHO


Raça (Race)

EUA, 16. 134 min. Direção de Stephen Hopkins. Com William Hurt, Jason Sedekis, Jeremy Irons, Stephan James, Carice Van Hooten, Shanice Banton, William Kross, Jonathan Higgins.


Filho de esportista, desde criança eu ouvia as histórias que meu pai contava sobre Jesse Owens e seu notável feito durante as Olimpíadas da Alemanha nazista, cheguei mesmo a visitar o lendário estádio de Berlim onde derrotou Hitler. Mas só agora tive a chance de assistir um filme biográfico sobre ele e mesmo assim uma produção modesta. Não sei como conseguiram fazer uma produção decente e de época por menos de dez milhões de dólares, sendo que a renda não foi adiante dos 19 milhões, triste sinal de que nem os blacks americanos já sabem direito que foi ele (houve apenas outro filme sobre ele, mas feito para a TV em 84 estrelado por Dorian Harewood, e menção rápida em Invencível de Angelina Jolie). Ou seja, não estão interessados no assunto, nem antes, nem agora.

O que é uma pena, porque é uma incrível história que é narrada de forma convencional, driblando detalhes comprometedores e apresentando uma versão genérica do conflito, já que mesmo agora o problema racial, melhorou um pouco mas não foi solucionado, ao contrario, voltou a se agravar. Impliquei de cara com a ideia de escolher um comediante e não muito bom ator Jason Sedukis na figura chave do treinador que o descobre e prepara. Não esconde ao menos que ele já tinha um filho pequeno e uma futura esposa quando vai para as Olimpíadas (também não acreditei nada no discurso de Jeremy Irons faz enfrentando os nazistas). Mas estou aqui para celebrar e não destruir um filme mediano (o diretor Stephen Hopkins já teve maiores dias de glória antes com Predador 2, Sob Suspeita e conquistou o respeito novamente como produtor executivo da série de TV House of Lies!).

Foram necessários 19 produtores e certamente não quiseram perder seu tom um pouco didático. Mas talvez o momento mais forte seja justamente um confronto entre o chefe nazista que faz chantagem com o americano (Irons) para que ele tire da competição dois fortes corredores judeus, pelas razões óbvias. O que faz o vilão nazista é brilhante (o alemão Barnaby Metschurat, que interpreta Goebbels) assim como é interessante Carice que dá vida discretamente à famosa diretora Leni Riefensthal. Pena que o jovem Stephen James seja apenas correto (não marcou em filmes como Selma Um Luta pela Liberdade, o resto é menos conhecido ainda). Enfim, não é a biografia dos meus sonhos. Mas serve de introdução a uma história tão famosa e tão ainda oportuna.

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