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OS RIFLES DA DESFORRA (1967) - LANÇAMENTO CLASSIC LINE



Mais um filme daqueles clássicos "sessão bang bang" que passavam na sessão de sábado à tarde na Globo.


A Classic Line nos presenteia com mais um filme da longa história de Audie Murphy com o cinema. Esta produção  (não confundir com "O dia da desforra", estrelado por Lee Van Cleef) narra a história do jovem capitão Coburn, que depois de proteger inocentes de um ataque apache, é enviado para a missão de receber 40 rifles do exército americano. A tarefa não é fácil pois o território é habitado por apaches.


Sempre que falo de um filme, procuro situar fatos históricos que você vê na telinha, para que o leitor possa apreciar mais o filme. No mês passado falei sobre Audie Murphy e seus feitos heroicos na guerra em outro lançamento da Classic Line (Leia aqui). E como este filme também é com ele, vou explicar melhor o que foi o cenário de guerra mostrado.

O filme se situa no período da Guerra Civil Americana, que foi o conflito que ocorreu nos Estados Unidos da América de 1861 a 1865 e colocou em lados opostos o sul e o norte daquele país. 

Em 1860, os EUA eram um país em franca ascendência econômica. Só que as questões internas dificultavam a nação a atingir patamares maiores.Este talvez seja um modo discreto de se referir ao sul do país, que tinha diferenças econômicas e sociais brutais em relação ao norte. Tais diferenças se explicam em grande parte pela forma inicial de colonização das duas regiões, sendo que no norte se praticou uma ocupação de permanência, onde os colonos tinham o objetivo de fazer das terras que ocupavam sua morada definitiva. Já no sul, o sistema colonial escolhido foi similar ao daquele empregado em Cuba ou no Brasil, com o predomínio das grandes propriedades dedicadas à monocultura (plantation), utilização da mão de obra escrava (que já naquela época havia sido extinta no norte) e extrema dependência de produtos industrializados importados.

Com a  segunda onda da Revolução Industrial,  as restrições em relação à escravidão ficavam cada vez mais fortes, mas os grandes fazendeiros produtores do sul se recusavam a abrir mão de sua fonte de trabalho tão barata. A divisão norte/sul e estados escravocratas/estados livres ficava cada vez mais polarizada em todos os pontos da sociedade, indo desaguar no debate político: que caminho deveria os Estados Unidos seguir, o do sul escravocrata, ou o do norte cosmopolita e industrial? A questão só seria resolvida pelas armas.


Assim, as causas principais da eclosão da guerra foram a escravidão, os contrastes norte-sul, o exacerbado nacionalismo do sul à época, tarifas interestaduais, que encareciam os produtos industrializados do norte em detrimento dos produtos agrícolas do sul, as questões regionais, e o estopim definitivo da guerra: a eleição de Abraham Lincoln, republicano, declaradamente favorável à libertação dos escravos no sul.  Com Lincoln eleito, a Carolina do Sul é o primeiro estado a se separar, em 24 de dezembro de 1860. No ano seguinte, os outros estados de economia e filosofia política similar iriam seguir seus passos, formando os Estados Confederados da América. O norte, sob o governo de Lincoln, permanece inerte, assistindo aos movimentos dos confederados, liderados por Jefferson Davis. O conflito se inicia em 1861, com o ataque do sul ao Forte Sumter, provocando a reação da União (o que restara dos Estados Unidos). 

Logo as disparidades se fazem claras, e o resultado da industrialização do norte prova-se eficaz na vitória na guerra. Equipados com os mais modernos armamentos, inclusive canhões de longo alcance e até mesmo os primeiros submarinos, o norte vai desde o início minando as forças confederadas, que, baseadas na cavalaria, acabam contando mesmo apenas com a bravura de seus combatentes, entre eles o famoso general Robert E. Lee, que mesmo em várias ocasiões de desvantagem, conseguiu importantes vitórias para o sul.

Em 1864, porém, já ficava evidente a vitória do norte, e o sul não conseguia vencer mais nenhuma batalha resistindo apenas mais um ano. Em 1865 Lincoln dá a tão sonhada liberdade aos escravos dos territórios liberados do sul, entrando para a história dos EUA como líder corajoso e determinado num dos momentos mais difíceis da história daquele país. Ele no entanto, não viveria para colher os frutos de seus esforços, sendo assassinado dentro de um teatro, por um ator simpatizante da causa sulista.

Após o fim da guerra civil,  as atenções do exército americano se voltaram para o Oeste. Tribo indígenas violentas proporcionavam massacres de colonos que buscavam regiões inóspitas. A situação era desastrosa no Arizona, onde comunidades inteiras perdiam a vida. Neste cenário, o Chefe Cochise (Michael Keep) era o sanguinário líder dos apaches. Para manter a paz, o governo manda tropas para o local, liderados por Cogburn (Murphy), cuja tarefa era retirar os colonos a salvo das áreas de risco.

Audie Murphy morreu apenas 5 anos depois do lançamento deste clássico, dirigido por William Witney , um operário padrão que realizou mais de 100 filmes (as filmagens deste duraram 11 dias apenas) e outros tantos episódios de series da época e era especialista em filmes do tipo. 
Produção imperdível para os fãs do western.

Ficha Técnica:

Título Original: 40 Guns To Apache Pass
Ano de Produção: 1966
Áudio: 2.0 Dolby Digital
Elenco: AUDIE MURPHY - MICHAEL BURNS - KENNETH TOBEY - LARAINE STEPHENS ROBERT BRUBAKER - MICHAEL BLODGETT - MICHAEL KEEP - KAY STEWART
Direção: WILLIAM WITNEY
Direção de Arte: Paul Sylos
Fotografia: Jacques Marquette
Duração: 87 min.
Extras: Galeria de Fotos e Cartazes originais.
Formato de tela: Widescreen
Idioma: Inglês - Português
Legendas: Português e Espanhol





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