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MELHORES ANOS DE NOSSAS VIDAS (1946) - LANÇAMENTO CLASSIC LINE


OS MELHORES ANOS DE NOSSAS VIDAS...

Não há título melhor em um filme que remeta tão perfeitamente ao nosso passado. E como não lembrar dos melhores anos de nossas vidas?

Wilhelm Weiller , diretor alemão, mais conhecido como William Wyler soube bem traduzir esta ideia. Interessante notar como mesmo os melhores site colocam o diretor como americano, confundindo o fato de que, por dirigir filmes americanos, não muda sua nacionalidade.

William dirigiu alguns dos maiores filmes americanos da história: Ben-Hur, Da terra nascem os homens, Horas de desespero, Morro dos ventos uivantes, O colecionador, Infâmia (que inclusive refilmou, confiram aqui !!!) e Melhores anos de nossas vidas. No alto de suas quase 3 horas de duração, esta imensa obra arrebatou 7 Oscares (incluindo Melhor filme e Direção), Globo de ouro e Bafta.


No filme, a guerra já acabou. Os soldados americanos que estavam lutando na Europa estão retornando para suas casas, alguns aparentemente incólumes e outros com ferimentos visíveis. Homer Parrish, interpretado por Harold Russell, perdeu as duas mãos e tem medo de como sua família e sua noiva reagirão aos ganchos que já comanda com destreza.  Al Stephenson, interpretado por Fredric March, precisa voltar a se acostumar à vida de casado e funcionário de banco, com filhos que não são mais as crianças que ele conhecia. Fred Derry (Dana Andrews), apesar de ser um oficial do exército, precisa retornar a um emprego muito mais inglório e a uma esposa com quem ele não tem mais afinidade alguma. Homer não fala mais sobre casamento com sua noiva por não querer lhe infligir sua condição, Al recorre à bebida para conseguir relaxar e Fred tem pesadelos constantes. Os efeitos de uma guerra são devastadores não só em escala social, mas principalmente em escala individual, modificando totalmente (e de formas diferentes) cada um dos afetados.

A guerra causa uma marca irreversível e cruel na vida dos ex combatentes da vida real e no filme.O confronto causou a morte de milhares de pessoas de ambos os lados. Porém, os que retornaram, vivenciaram a morte social: às vezes tendo que lidar com a perda de alguma parte do corpo ou mesmo, incapacidade de andar; às vezes tendo que lidar com os efeitos catastróficos dos traumas, causados muitas vezes pelas chacinas presenciadas; ou ainda, simplesmente, por não conseguirem um novo lugar no mundo antigo. Não há espaço, na visão de Wyler, para adaptação plena. As feridas nunca serão fechadas.

Interessante, com o passar do filme, você entende que Os melhores anos de nossas vidas já haviam sido vividos, como de fato é o que ocorre conosco. Não há uma luz no fim do túnel ou redenção para a dor dos envolvidos. 


E como disse Sun Tzu: "- Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas...".

O filme aborda o reflexo no psicológico dos soldados de forma brilhante. Quando retornam aos seus lares, já nos primeiros minutos da produção, se veem inseguros, sofrendo com pesadelos do horror visto (mas nunca mostrado) e principalmente, expostos às consequências de todo o conflito, que até então parecia em segundo plano, afinal, chegar em casa, mesmo que destroçados, era o objetivo principal.

Um pouco antes do final do filme, onde Dana Andrews confronta o passado na guerra, vemos a tradução do trauma sofrido no pavor mostrado com seu olhar. E mesmo com um final, teoricamente positivo, não se enganem: os melhores anos já foram vividos.

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William Wyler no set do filme em 1946
Fredric March, Myrna Loy, Dana Andrews e Teresa Wright



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