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ANDRÉ MATTOS - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS

André de Mello Tavares de Mattos, nascido no Rio de Janeiro em 8 de outubro de 1961, é um ator, roteirista, diretor, produtor e humorista brasileiro. Com uma carreira versátil e premiada, recebeu importantes reconhecimentos, como o Prêmio Qualidade Brasil, o Prêmio LABRFF, o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, além de uma indicação no Festival do Rio.

Iniciou sua trajetória na televisão atuando em programas humorísticos ao lado de Chico Anysio, na década de 1990, mas foi a partir dos anos 2000 que seu trabalho começou a ganhar maior destaque nacional. Sua estreia na teledramaturgia aconteceu em “Que Rei Sou Eu?” (1989), uma sátira social que se tornou um clássico da TV brasileira. No entanto, foi em 2002, ao interpretar Dom João VI na minissérie “O Quinto dos Infernos”, que André Mattos consolidou seu talento e conquistou definitivamente o público, com uma atuação memorável.

E hoje, com vocês, André Mattos.

Boa sessão: 

1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Você é um apaixonado por cinema? Conte um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.

A.M.: Eu não só faço cinema, como sou um apaixonado por cinema. Eu costumo ir ao cinema 4 vezes no mínimo, por semana. Procuro assistir a todos os filmes, de todos os gêneros, de todas as origens. Eu acho que quanto maior for nosso espectro, mais a gente pode se alimentar de ideias, alimentar de diferentes possibilidades de se fazer cinema para que possamos fazer um cinema melhor. Eu amo cinema. Ele é uma aventura maravilhosa.

2) Coleciona filmes, CDs ou algo relacionado à 7ª arte? Quem curte cinema costuma ter suas relíquias em casa...

A.M.: Eu tenho uma pequena coleção de filmes em casa, principalmente aqueles em que eu participei. Mas para citar números para você, eu não sei. Talvez eu tenha uns mil títulos, por aí. O fato é que, hoje em dia, com o computador, você pode armazenar estes filmes todos num HD e chegar a ter 7 mil filmes, 8 mil filmes.

M.V.: Exatamente. Em HD eu tenho uns 6 mil.

A.M.: Em mídia física, em DVD, eu tenho em torno de uns 800.

3) Fez um personagem marcante em "Tropa de Elite 2", que aliás, é um dos filmes da minha vida.  Mas na época (2010), pareciam meio surreais as soluções do filme, como políticos sendo presos ou apanhando, queimas de arquivo, denúncias abertas de corrupção... Hoje sabemos que foi profético. Na época, pensou algo sobre isto?

A.M.: Eu sempre acreditei que um dia a gente viveria isto que estamos vivendo. Este momento político que estamos vivendo... Eu sempre tive esperança de que isto um dia fosse acontecer e que sirva para melhorar nossa condição como cidadãos, porque afinal de contas, numa democracia, o poder é exercido pelo povo para o povo. Então, o bem-estar do cidadão é o mais importante em tudo. E todo este processo que sirva para melhorar a condição do brasileiro, principalmente das futuras gerações.

4) Fazer cinema envolve muitas variáveis. Esforço, investimento, paixão, talento... E a sinergia destes elementos faz o resultado. Qual trabalho em sua carreira considera o mais marcante?

A.M.: Eu faço arte dramática desde que nasci. Meus pais se casaram no teatro "O Tablado", no Rio de Janeiro, fundado pela Maria Clara Machado.  Meus pais também foram fundadores do teatro. Então eu convivo com ele desde pequeninho. Dizer a você qual trabalho mais me marcou, eu acho que não há como, pois todos me marcaram. 

Personagens são como filhos, a gente não gosta mais de um ou de outro, gosta de todos. E eu sou muito feliz com minha profissão. Principalmente por estar exercendo há mais de 35 anos. Exercer a atividade que você ama e ser remunerado por isto, poder viver com isto é maravilhoso. É uma bênção.

5) Com relação às suas preferências cinematográficas, há uma lista dos filmes de sua vida? Um Top 10 ou mesmo, o filme mais importante?

A.M.: Esta lista dos 10 filmes é difícil, mas intuitivamente eu poderia citar as comédias do Peter Sellers, os filmes de Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, filmes antigos de guerra que eu assistia nas TVs antigas em preto e branco, como a série Combate, Scarface, os filmes que atuam Robert de Niro, Al Pacino, Jack Nicholson, Dustin Hoffman, e uma série de filmes maravilhosos daqueles bem antigos.

6) Fale um pouco sobre seus próximos projetos...

A.M.: Neste momento, estou terminando de finalizar um filme que dirigi chamado On Guard - Estado de Alerta, que vou lançar aqui no Rio em agosto e nos EUA em novembro. Estou aguardando as estreias de Divórcio 190 de Pedro Amorim, Nome da Morte de Henrique Goldman, que deverá estrear agora no segundo semestre, e preparando um projeto para o ano que vem. 

Vou filmar agora nos EUA um curta chamado The Tale of Mary Cotton, que vou dirigir e atuar. É um projeto que faz parte do meu processo de migração, e alguns outros que ainda não estão definidos, mas sempre trabalhando.

7) Ao olhar para sua trajetória, qual aprendizado considera mais valioso e gostaria de compartilhar?

A.M.: As maiores lições que aprendi com a arte são: a questão da generosidade e da humildade. O artista que não for generoso e humilde não é um artista. 

E, para finalizar, eu citaria uma frase de Stanislavsky, que teorizou isto: "se o teatro não serve para aprimorar e engrandecer o homem, este homem não serve para o teatro". Teatro, no caso, a arte de atuar. Se você não utilizar a arte para si, aprimorar e se engrandecer, ela não faz o menor sentido.

M.V.: Obrigado pela atenção, amigo. A gente se vê nos filmes. 


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