HAMMER FILMS - A HISTÓRIA
Hammer Film Productions é uma empresa britânica de produção cinematográfica com sede em Londres. Fundada em 1934, a empresa é mais conhecida por uma série de filmes de terror feitos em meados da década de 1950 até a década de 1970. Fizeram muitos filmes com personagens de terror clássicos, como Frankenstein , Drácula e a Múmia, foram para as telonas em cores pela primeira vez. A Hammer também produziu ficção científica , thrillers , cinema noir e algumas comédias - e, em anos posteriores, séries de televisão . Durante seus anos mais bem sucedidos, Hammer dominou o mercado de horror, desfrutando de ótima distribuição mundial e um sucesso financeiro considerável. Esse sucesso deveu-se, em parte, por causa das parcerias de distribuição com os principais estúdios dos Estados Unidos, como a Warner Bros.
No final da década de 1960 e início dos anos 70, a saturação do mercado de filmes de terror por concorrentes e a perda de financiamento americano forçaram mudanças na fórmula Hammer que anteriormente era lucrativa. A empresa acabou por cessar a produção em meados da década de 80.
Em 2000, o estúdio foi comprado por um consórcio, incluindo o publicitário e colecionador de arte Charles Saatchi e os editores Neil Mendoza e William Sieghart . A empresa anunciou planos para começar a fazer filmes novamente depois disso, mas nenhum deles foi produzido.
Em maio de 2007, a empresa foi vendida novamente, desta vez para um consórcio liderado pelo magnata da mídia holandês, John de Mol (sim, aquele do Big Brother) , que anunciou planos para gastar cerca de US$ 50 milhões em novos filmes de terror. Os proprietários também adquiriram o catálogo de filmes do grupo Hammer, composta por 295 produções. Simon Oakes , que assumiu o cargo de CEO da Hammer, disse: "A Hammer é uma ótima marca britânica. Pretendemos levá-la de volta à produção e desenvolver o seu potencial global. A marca ainda está viva, mas ninguém investiu nela por muito tempo". Desde então, produziu vários filmes, incluindo Deixe-me Entrar (2010), A Inquilina (2011), Mulher de preto (2012) e A Marca do Medo (2014), que são filmes de ótima qualidade.
O começo
A Hammer Productions Ltd. foi fundada em 1934, como dito acima, por William Hinds (1887- 1957), um dono de joalheria que algumas vezes se apresentava como comediante no music hall sob o nome artístico de Will Hammer, formando a dupla “Hammer and Smith”, assim chamada porque ele e seu companheiro de palco moravam em Hammersmith. O nome da empresa veio assim, do seu nome artístico.
O escritório da companhia situava-se na Regent Street e sua primeira produção foi "A vida pública de Henrique IX (35). O filme contava a história de um desempregado de Londres, que faz apresentações na rua, recebe a sua grande oportunidade quando ele é contratado para executar como o ato de um cabaré na abertura de um pub local. Ele prova ser um grande sucesso e sua popularidade garante sua transição de animador do pub para estrelar suas performances. A produção é uma paródia de Os Amores de Henrique VIII.
Durante este tempo, Hinds conheceu o emigrante espanhol Enrique Carreras, ex-dono de cinema e em 10 de maio de 1935 eles formaram uma empresa de distribuição de filmes chamada "Exclusive Films". Hammer produziu quatro filmes distribuídos pela Exclusive: O mistério do mensageiro bancário (35), O Mistério da Maria Celeste (35), A canção da liberdade (36) e Um amor de esporte (1936).
Porém a Hammer foi desativada temporariamente por problemas financeiros.
A volta
Em 1938, Michael Carreras (1909/1990) e Anthony Hinds (1922/2013), filhos respectivamente de James Carreras e Will Hinds, ingressaram na Exclusive e, depois de servirem nas Forças Armadas durante a Segunda Guerra Mundial, voltaram a trabalhar na empresa de seus pais. No período sem os dois, a empresa operou de forma limitada. Outra aquisição importante da Exclusive foi Anthony “Brian” Lawrence (1920/2004), empregado em 1945 como assistente de vendas e posteriormente promovido a uma posição de maior influência.
James Carreras voltou à empresa em 1946. Ele foi responsável pela "ressurreição" da Hammer. Em 1949, a Exclusive registrou oficialmente a “Hammer Film Productions” como uma companhia, cujos sócios eram William Hinds, seu filho Anthony Hinds, Enrique Carreras e seu filho James Carreras, depois de 3 anos realizando filmes menores, alguns feitos apenas para preencher lacunas de horários de sessões por conta da legislação britânica que determinava certa porcentagem de filmes ingleses no cinema, para não deixar o cinema americano "tomar conta". Mas os grandes estúdios não tinham como fazer filmes rápidos, e esta situação caiu no colo da Exclusive.
A Hammer originalmente alugou casas de campo para fazer filmes, mas entre reclamações de barulho e preço de aluguel, a empresa comprou o Down Place nas margens do Tamisa, perto de Bray, que depois ficou conhecido como Bray Studios. A empresa assinou um contrato de arrendamento de um ano e começou sua produção em 1951 com "Aguaceiro". A casa, praticamente abandonada, exigia um trabalho substancial, mas não tinha as restrições de construção que impediram a Hammer de personalizar as casas anteriores. Com este problema resolvido, eles fizeram uma mudança substancial na estrutura do lugar, tornando ele referência para o estúdio nos anos a seguir.
Também em 1951, a Hammer e a Exclusive assinaram um contrato de produção e distribuição de quatro anos com Robert Lippert , produtor de filmes americanos. O contrato significou que Lippert e a Exclusive trocariam produtos, distribuídos em seus respectivos lados do Atlântico. A visão de mercado de Lippert levou muitas produções da Hammer à liderança nas bilheterias americanas. Neste período, entrou em cena um dos maiores diretores do Ciclo de horror da Hammer: Terence Fisher.
Depois que o arrendamento de um ano expirou, a empresa conseguiu comprar o Down Place, renomeando-o como Bray Studios, permanecendo como sede principal até 1966.
O Horror...o horror...
O primeiro filme de horror/ficção significativo da Hammer veio com "Terror que mata", de 1955, dirigido por Val Guest . Vários filmes do personagem foram feitos, incluindo um que teve problemas de direitos, X the Unknown , não sendo vendido como um filme da série. Mas as produções atraíram grandes distribuidoras (Columbia, Paramount, United Artists e Universal-International). E a Hammer ainda se beneficiou de um investidor poderoso, Eliot Hyman, que deu um gás extra aos filmes. A resposta das bilheterias para estes thrillers de ficção científica, foi tão expressiva, que a Hammer encomendou uma pesquisa para saber o que atraiu tantos espectadores para o cinema.
Durante este período, dois jovens cineastas americanos, Max J. Rosenberg e Milton Subotsky (que mais tarde fundaram a maior rival da Hammer , Amicus) apresentaram um roteiro para uma adaptação de Frankenstein. Embora o romance da Mary Shelley tenha se tornado de domínio público, Anthony Hinds não tinha certeza sobre o roteiro. Mas revisões foram feitas no roteiro. O script continha horror e violência gráfica,e seria retratado em cores vivas. A maldição de Frankenstein tomava forma.
Nomes como Terence Fisher, Peter Cushing e Christopher Lee se tornavam referência no estúdio à partir dai. O filme foi um sucesso. A Hammer não perdeu tempo e iniciou suas séries de filmes de horror, principalmente os clássicos, como Drácula, Múmia, Dr. Jekyll, Fantasma da ópera e Lobisomem.
"Vampiro da noite" foi um enorme sucesso, quebrou recordes de bilheteria em todo o mundo. O título nos Estados Unidos foi mudado para o "Horror of Dracula" para evitar confusão com a versão clássica de 1931 (Dracula). Essa era uma preocupação real porque a versão de Bela Lugosi ainda estava passando nos cinemas, o que durou até o pacote de filmes clássicos de terror da Universal ser lançado na televisão. Apesar do sucesso, Lee reclamou da produção em algumas ocasiões. As lentes de contato que ele usava em algumas cenas causavam dor, além de não conseguir ver nada. O ator tem apenas 13 falas no filme. Durante a produção, Lee caiu numa cova bem cima da dublê de uma atriz que estava sendo enterrada na cena..
Com o êxito do filme, a Hammer firmou um acordo com a Universal, que lhe permitia trazer outros mitos do horror clássico para as telas. Era a hora de trazer de volta "A múmia."
O filme contaria a história de três arqueologistas britânicos, John Banning (Peter Cushing), Stephen Banning (Felix Aylmer) e Joseph Whemple (Raymond Hutley), que descobrem o túmulo de uma princesa egípcia, Ananka (Yvonne Furneaux), morta há quatro mil anos. Sem imaginar o que realmente fazia, Stephen lê o "Pergaminho da Vida". Isto faz voltar a vida Kharis (Christopher Lee), o guardião da tumba, que recebe a ajuda de Mehemet Bey (George Pastell), um egípcio que não aceita o túmulo ter sido profanado por "infiéis". Três anos depois, Mehemet leva para a Inglaterra Kharis, que terá a missão de matar os três arqueólogos que lideraram a expedição que achou a tumba de Ananka. Mais um filme impecável.
A medida que passavam os anos, e havia a mudança natural da forma da plateia ver o cinema, a Hammer precisou inovar. Contratou novos roteiristas e diretores. Fez filmes no estilo "mulheres das cavernas" e produções de horror psicológico. Mas não tinham a genialidade de filmes como Bebê de Rosemary e Noite dos mortos vivos. As cores da Hammer começavam a desbotar...
Nos anos setenta sexo e a violência foram realçados. Veio a trilogia Karnstein. Vampirismo e lesbianismo entram no cenário para ficar. Os títulos inseriam as mulheres, por conta do apelo. Vieram "O Médico e a Irmã Monstro", "Drácula no Mundo da Minissaia", mostrando que a Hammer tentava se adaptar aos novos desejos do público.
Durante este período, dois jovens cineastas americanos, Max J. Rosenberg e Milton Subotsky (que mais tarde fundaram a maior rival da Hammer , Amicus) apresentaram um roteiro para uma adaptação de Frankenstein. Embora o romance da Mary Shelley tenha se tornado de domínio público, Anthony Hinds não tinha certeza sobre o roteiro. Mas revisões foram feitas no roteiro. O script continha horror e violência gráfica,e seria retratado em cores vivas. A maldição de Frankenstein tomava forma.
Nomes como Terence Fisher, Peter Cushing e Christopher Lee se tornavam referência no estúdio à partir dai. O filme foi um sucesso. A Hammer não perdeu tempo e iniciou suas séries de filmes de horror, principalmente os clássicos, como Drácula, Múmia, Dr. Jekyll, Fantasma da ópera e Lobisomem.
"Vampiro da noite" foi um enorme sucesso, quebrou recordes de bilheteria em todo o mundo. O título nos Estados Unidos foi mudado para o "Horror of Dracula" para evitar confusão com a versão clássica de 1931 (Dracula). Essa era uma preocupação real porque a versão de Bela Lugosi ainda estava passando nos cinemas, o que durou até o pacote de filmes clássicos de terror da Universal ser lançado na televisão. Apesar do sucesso, Lee reclamou da produção em algumas ocasiões. As lentes de contato que ele usava em algumas cenas causavam dor, além de não conseguir ver nada. O ator tem apenas 13 falas no filme. Durante a produção, Lee caiu numa cova bem cima da dublê de uma atriz que estava sendo enterrada na cena..
Com o êxito do filme, a Hammer firmou um acordo com a Universal, que lhe permitia trazer outros mitos do horror clássico para as telas. Era a hora de trazer de volta "A múmia."
O filme contaria a história de três arqueologistas britânicos, John Banning (Peter Cushing), Stephen Banning (Felix Aylmer) e Joseph Whemple (Raymond Hutley), que descobrem o túmulo de uma princesa egípcia, Ananka (Yvonne Furneaux), morta há quatro mil anos. Sem imaginar o que realmente fazia, Stephen lê o "Pergaminho da Vida". Isto faz voltar a vida Kharis (Christopher Lee), o guardião da tumba, que recebe a ajuda de Mehemet Bey (George Pastell), um egípcio que não aceita o túmulo ter sido profanado por "infiéis". Três anos depois, Mehemet leva para a Inglaterra Kharis, que terá a missão de matar os três arqueólogos que lideraram a expedição que achou a tumba de Ananka. Mais um filme impecável.
A medida que passavam os anos, e havia a mudança natural da forma da plateia ver o cinema, a Hammer precisou inovar. Contratou novos roteiristas e diretores. Fez filmes no estilo "mulheres das cavernas" e produções de horror psicológico. Mas não tinham a genialidade de filmes como Bebê de Rosemary e Noite dos mortos vivos. As cores da Hammer começavam a desbotar...
Nos anos setenta sexo e a violência foram realçados. Veio a trilogia Karnstein. Vampirismo e lesbianismo entram no cenário para ficar. Os títulos inseriam as mulheres, por conta do apelo. Vieram "O Médico e a Irmã Monstro", "Drácula no Mundo da Minissaia", mostrando que a Hammer tentava se adaptar aos novos desejos do público.
Na última parte da década de 1970, Hammer fez menos filmes, e as tentativas que foram feitas para romper com os filmes de terror góticos, então deslumbrantes, sobre os quais o estúdio construiu sua reputação, não deram certo.
A Lenda dos Sete Vampiros (1974) tentou combinar horror, gótico e artes marciais. Mas não ganhou o público; Uma Filha para o Diabo (76), que trazia a nudez de Nastassja Kinski (com 14 anos na época !!!) não foi o sucesso esperado; A dama oculta, remake do thriller de Hitchcock , naufragou. Naquele 1979, uma era chegava ao fim.