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RICHARD STANLEY - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS

Richard Stanley é um cineasta sul-africano nascido em 22 de novembro de 1966 na África do Sul e conhecido por seu trabalho no gênero terror. Ele começou sua carreira fazendo curtas-metragens e videoclipes A primeira incursão de Stanley na produção cinematográfica começou no ensino médio, onde ele se juntou ao Young Filmmaker's Workshop. Aqui, ele criou seu primeiro filme, Rites of Passage.

Stanley é um daqueles diretores que começaram por um cult movie e pouco depois, foi de uma produção complicada e fracassada para o anonimato. Ele realizou Hardware, que se tornou campeão de locações em VHS. Depois veio "O Colecionador de Almas" para então entrar no problemático "Ilha do Dr. Moreau". Foi demitido e substituído pelo magnífico John Frankenheimer, que nada fez para melhorar o desastre...

E hoje, com vocês, Richard Stanley.

Boa sessão:


1) "Nossas vidas são definidas por oportunidades, mesmo as que perdemos." diria Benjamin Button. Quais caminhos te levaram a ser cineasta?

R.S.: Eu assisti King Kong (1933) bem garoto e persuadi minha mãe a comprar uma câmera Super 8. Depois eu evoluí para 16 mm. Na sequência, fiz filmes underground, em seguida, musicais. Depois que percorri este caminho, fui para o cinema.

2) "Hardware - O Destruidor do Futuro" se tornou um Cult Movie. É um dos melhores filmes de ficção científica já feitos, com um dos mais apavorantes robôs do cinema, o memorável Mark-13. Como foi a realização do filme?

R.S.: O filme foi feito com 1 milhão de dólares no mesmo ano que voltei da guerra. A média de idade no set de filmagens era de 16 anos.

M.V.: Meu Deus!! Estudantes...

R.S.: A maior parte do dinheiro veio de Harvey Weinstein, que era um babaca já naquela época. Bill Paxton foi escalado para viver o papel central, mas Harvey insistiu em trocá-lo por Dylan McDermot. Lemmy, que faleceu em 2015, apareceu no filme depois de tomar uma garrafa de Jack Daniels.

Eu filmei contra o relógio, revezando duas equipes no set durante 24 horas por dia, tentando extrair o máximo daquilo tudo, o que significou que fiquei acordado por 6 semanas. Acredite, foi uma loucura.

O filme foi editado por 3 pessoas diferentes depois que o primeiro editor morreu no trabalho. Nenhum de nós envolvidos vimos um centavo dos direitos do filme graças ao contador do Harvey. Mas o filme seguiu sendo distribuído desde então.

M.V.: Eu sou apaixonado pelo filme. Tenho uma edição belíssima que saiu por aqui, incluindo um disco de extras e um disco com a trilha sonora. Eu inclusive escrevi sobre o filme com grande prazer.

R.S.: Que legal. Parabéns. Quero ler.

3) "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.". Considerando a reflexão, há alguma experiência em sua vida dedicada à arte que foi especialmente marcante?

R.S.: Eu tomei um porre com Marlon Brando e fiquei chapado com Dario Argento.

M.V.: Nada pode ser mais memorável que isto... (risos)

R.S.: Geralmente as experiências mais memoráveis na minha vida não tem nada a ver com arte ou cinema, tipo um pão fresco que comi quando criança em Moçambique ou quando vi uma cidade queimar durante o cerco de Jalallabad, no Afeganistão, lá em 1989, no período de guerra.

Fazer amor com minha primeira namorada sempre vem a minha mente ou assistir King Kong naquela primeira vez, quando criança. Depois, já adulto, encontrar um gorila de costas prateadas real no topo de um vulcão africano. Eu mantive minha cabeça baixa. A fera fez contato comigo, me tocando e brincando com uma mecha do meu cabelo. Inesquecível.

4) Fazer cinema envolve muitas variáveis. Esforço, investimento, paixão, talento... E a sinergia destes elementos faz o resultado. Qual trabalho em sua carreira considera o melhor?

R.S.: "The White Darkness" que fiz em 2001. Um documentário de 52 min. que confronta Vodu com missionários cristãos no Haiti é provavelmente meu trabalho mais completo e que fiquei mais feliz com o resultado.

5) Com relação às suas preferências cinematográficas, há uma lista dos filmes de sua vida? Um Top 10 ou mesmo, o filme mais importante?

R.S.: Eu não gosto de fazer listas porque elas restringem, de certa forma e minhas preferências tendem a variar dia a dia, dependendo do humor, mas geralmente há aqueles que me fazem sentir melhor.

Aqueles que me fazem sentir melhor por estar vivo, tipo..."O Espelho" (79) de Andrei Tarkovsky ou "Meu Ódio Será Sua Herança (69)" do Peckinpah. No cinema de gênero, eu amo A Nova Viagem de Sinbad (1973) e o Fantasma (1979), de Don Coscarelli, que foi um filme bastante original. Ambos chegaram a mim na idade certa, quando jovem.

E é claro, King Kong (33), que será sempre o grande evento que ocorreu no mundo e provavelmente, o maior filme já feito.

6) Agora vamos falar de futuro. Tem projetos engatilhados?

R.S.: Alguns, mas não quero falar muito deles por medo de que não deem certo por conta disto. Eu tenho um saindo, adaptado de um roteiro que trabalhei que envolve vaidade, vampirismo e os limites extremos da terapia genética. Chama-se "Replace - Maldição de Pele" e foi dirigido por Norbert Keil, que eu fiquei razoavelmente satisfeito com o resultado.

7) Para finalizar, deixe uma lição ou dica para os que pretendem se tornar cineastas.

R.S.: A habilidade de viver sem dormir e continuar tomando decisões lúcidas é, em última análise, mais importante para sua longa sobrevivência na indústria cinematográfica do que inteligência ou mesmo, talento.

M.V.: Obrigado pela atenção. A gente se vê nos filmes. 


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