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RITA CARELLI - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS

Rita Carelli, nascida em 25 de janeiro, 1984; é uma atriz e diretora. Fez estágios com Ariane Mnouchkine, Maurice Durozier, Eve Doe Bruce e Juliana Carneiro da Cunha do Theatre de Soleil. Trabalhou como atriz, diretora e dramaturga de várias peças teatrais. Já colaborou com diversas companhias teatrais, entre elas a Cia Delas de Teatro (SP/SP), A Outra Companhia de Teatro (SSA/BA) e Les Mistons (França). Foi contemplada com o prêmio Atriz Revelação no Janeiro de Grandes Espetáculos, por sua atuação em "Poemas Esparadrápicos", com direção de Fernando Escrich.

No cinema, foi protagonista, ao lado de Irandhir Santos, do longa-metragem “Permanência” de Leonardo Lacca, filme que lhe rendeu os prêmios de melhor atriz no “19º Cine PE” e no “9º Festival de Cinema de Triunfo”, tendo sido exibido em festivais como o de Munique, Havana, Santa Maria da Feira (Prêmio de Público), Montevidéu, Belfort, Punta del Leste, Festival de Cinema do Rio e Mostra Internacional de São Paulo.

Vamos às 7 perguntas capitais.


1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Você é uma apaixonada por cinema? Conte um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.

R.C.: Com certeza. Costumo dizer que quem ama filmes não imagina que a gente se diverte ainda mais fazendo-os (risos). Mas o cinema faz parte da minha vida em todos os seus aspectos. Até já namorei um projecionista e aprendi a projetar rolos de película! Mas mesmo trabalhando com isso e vivenciando os bastidores das filmagens, continuo uma espectadora ideal: choro, rio e acredito em tudo se o filme for bom. 

Sofrendo em uma cena particularmente tensa de acidente, eu já me peguei dizendo: "Caramba, eu até posso imaginar como eles fizeram isso, para de sofrer, nem é real". Mas não adianta, acho que sou atriz exatamente por conta de minha suscetibilidade.

2) "Nossas vidas são definidas por oportunidades, mesmo as que perdemos.", diria Benjamin Button em seu filme. O caminho até o eventual sucesso não é fácil, principalmente na concorrida Indústria Cinematográfica. Conte como foi seu início de carreira.

R.C.: Estudei teatro desde os 12 anos de idade, em uma escola de bairro (que era ótima, aliás) chamada Piccolo, na Vila Madalena, em São Paulo. Não existe mais, ficava onde hoje é o Galpão do Circo, mas profissionalmente comecei como palhaça. Integrei, desde os 19 anos, o elenco dos Doutores da Alegria, em Recife, que atende crianças hospitalizadas. Eu era a atriz mais jovem na época, mas é um programa super profissional, com excelentes atores e muito treinamento.

Eles me criaram. Logo comecei a ir para os palcos, fazer espetáculos de rua e trabalhar em curtas com os amigos de Recife. Depois fui fazer uma escola de teatro em Paris, a Escola Internacional de Teatro Jacques Lecoq, que dá uma excelente formação em teatro físico e improvisação. Voltei para o Brasil e não parei mais de atuar, mas também comecei a dirigir e escrever algumas coisas.

3) Fazer cinema envolve muitas variáveis. Esforço, investimento, paixão, talento... E a sinergia destes elementos faz o resultado. Qual trabalho em sua carreira considera o melhor?

R.C.: O filme Permanência, de Leonardo Lacca, foi muito marcante para mim. O primeiro longa a gente não esquece, né? Eu não tinha a menor ideia se o que eu estava fazendo prestava, sentia uma insegurança louca, mas não larguei o osso, era meticulosa, obsessiva, mas também muito intuitiva. E contei com um excelente parceiro de cena, o Irandhir Santos, que além de ser um grande ator, é um amigo querido. Fizemos isso de mãos dadas, foi incrível.

4) Quem trabalha no meio artístico costuma acumular histórias curiosas e inusitadas. Qual foi a experiência mais marcante que viveu nesse universo?

R.C.: A experiência de trabalhar em hospitais. Ali tudo é urgente e a arte é vital. Afetamos e somos afetados imediatamente e, através da atuação, podemos inverter papéis de hierarquia, provocar o riso, encontrar o inusitado. Tenho eternas saudades desse trabalho.

5) Com relação às suas preferências cinematográficas, há uma lista dos filmes de sua vida? Um Top 10 ou mesmo, o filme mais importante? 

R.C.: Ah, difícil essa coisa de fixar listas para mim, sou aquariana! Amanhã te diria outros tantos, mas vamos lá: "Noites de Cabíria", pela atuação de Giulietta Masina, me inspirou muito como palhaça, "Festa de família", pela "simplicidade" do dispositivo cinematográfico, por como o filme se apoia nos atores (e em um bom roteiro), "O Boulevard do crime", pelo conjunto da obra, a aproximação do teatro com o cinema, os filmes de Tarkovsky, justamente pelo contrário do que eu valorizei nos outros: o aparato cinematográfico, a fotografia, em sua potência máxima... Essa é uma missão meio sem fim, né?

M.V.: Realmente, a lista dos filmes de que gosto cresce ano a ano... E ainda bem. Se isto não acontecesse, significaria que eu estou procurando filmes nos lugares errados (risos).

6) Imagine o cenário: você é uma atriz (de qualquer país) enquanto ela atua em um filme memorável. Qual seria a atriz, o filme e claro… por quê?

R.C.: Um papel no cinema que gostaria de interpretar: o de Isabelle Adjani em Possessão, de Andrzej Zulawski. Amaria ter feito este, mas ela está excelente, melhor deixar assim mesmo...

7) Ao olhar para sua trajetória, qual aprendizado considera mais valioso e gostaria de compartilhar?

R.C.: Persistência. O mundo há de melhorar! E se, de quebra, nossas condições de trabalho também melhorarem um pouquinho, também não será mal, mas por enquanto, o principal é acabar com a fome, o preconceito, as injustiças sociais... E se a arte puder colaborar em algo nesse sentido, já valeu a pena.

M.V.: Fale um pouco sobre os seus próximos projetos. 

R.C.: Bem, estou trabalhando em meu primeiro longa como diretora... tchãn, tchãn, tchãn! Mas ainda é meio sigiloso, deixemos o universo fazer o seu trabalho. Depois eu volto para contar.

M.V.: Obrigado pela atenção. A gente se vê nos filmes. 


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