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FERNANDA DE JESUS - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS

Nascida em Viseu, Portugal no dia 20 de agosto de 1958 e criada no Brasil desde a infância, Fernanda de Jesus destacou-se no cinema como a jovem sedutora de Amadas e Violentadas (1976). Iniciou sua trajetória no teatro amador escolar, mas ganhou projeção ao estampar a capa da revista Ele e Ela, na década de 1970. Sua beleza chamou a atenção do cineasta Braz Chediak, que lhe deu um papel de destaque em Eu Dou o Que Ela Gosta (1975), além de atuar na novela O Rebu (1974-1975), da TV Globo.

Em seguida, foi convidada por David Cardoso para estrelar Amadas e Violentadas, dirigido por Jean Garrett, no qual interpretou uma jovem perseguida por uma seita satânica. O sucesso consolidou seu nome no cinema. No mesmo ano, atuou também em Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto, e Passaporte para o Inferno (1976), de J. Marreco.

E hoje, com vocês, Fernanda de Jesus.

Confira como foi:


1) "Nossas vidas são definidas por oportunidades, mesmo as que perdemos.", diria Benjamin Button em seu filme. O caminho até o eventual sucesso não é fácil, principalmente na concorrida Indústria Cinematográfica. Conte como foi seu início de carreira.

F.J.: Foi através de uma revista de grande circulação na época, a Ele Ela. Fui tirar umas fotos por ser fotogênica apenas e, quando vejo, estava na capa, no pôster sexy e numa entrevista que não dei, e eles inventaram. Bem, no mesmo dia da entrada nas bancas, a TV Globo me chama e Braz Chediak (diretor de cinema) também. Esta foi a primeira oportunidade profissional.

2) "Éramos musas do sexo em uma época reprimida, moralista e desinformada", disse a atriz Nicole Puzzi em uma entrevista. Como foi ser uma musa? No que isto impactou sua vida?

F.J.: Nunca me considerei musa do sexo e nunca realizei nem isto, nem o fato de ficar famosa, apenas queria trabalhar e isso era bastante para mim. Sempre fiz papéis de menininha, apesar de receber o rótulo, não tive papéis comprometedores e nem eu aceitava. Desse tipo, eu recusei uns 50 filmes, que se propunham a mostrar o corpo e isso, para mim, como atriz, era ilógico. Nunca procurei o sucesso, mas estava dentro dele sem saber.

3) Quem trabalha no meio artístico costuma acumular histórias curiosas ou inusitadas. Qual foi a experiência mais marcante que viveu nesse universo?

F.J.: Marcante exatamente não, todos os meus trabalhos foram marcantes e não me lembro de nada que me marcou mais. Mas tive um problema em "Dona Flor e seus dois maridos". O Bruno Barreto não colocou meu nome nos créditos como prometeu. Só aceitei porque ele colocaria participação especial. Tentei entrar em contato com ele anos atrás, mas nunca consegui. Nunca me deu o contrato registrado.

M.V.: Puxa, que pena, teve problemas em uma produção tão marcante no nosso cinema.

F.J.: Sim. Eu não queria fazer o filme porque eu era protagonista de todos os filmes até então, mas o diretor pediu muito. Eu disse-lhe que prejudicaria minha carreira, mas ele falou que me colocaria como participação especial e acabei aceitando. Hoje, depois de tantos anos, descobri que meu nome não constava nos créditos do filme. 

Pedi uma cópia de meu contrato, pois nunca me deram (e acabei saindo da carreira e, consequentemente, do meio). Enfim, uma prima dele foi bem mal-educada comigo e resolvi entrar com uma ação contra danos morais e direitos de imagem. Foi bem triste isso, mas ele me usou!! E, como sou correta com todos, o mínimo que peço é correção e verdade!! 

4) Fazer cinema envolve muitas variáveis. Esforço, investimento, paixão, talento... E a sinergia destes elementos faz o resultado. Qual trabalho em sua carreira considera o melhor?

F.J.: Não, melhor!!! Mas foi meu último filme antes de sair da carreira, Dona Flor e seus dois Maridos, minha única participação no cinema a pedido de Bruno Barreto. Todos conhecem a história de Jorge Amado e o filme em que protagonizavam Sonia Braga e José Wilker. 

O filme mais visto nos últimos quarenta anos, traduzido praticamente em todas as línguas, é sucesso até hoje. Entenda, é o melhor filme que trabalhei, mas não o melhor papel. Considero todos os outros bons papéis igualmente, não esquecendo a direção de Bráz Chediak, que é um excelente diretor.

5) Com relação às suas preferências cinematográficas, há uma lista dos filmes de sua vida? Um Top 10 ou mesmo o filme mais importante? 

F.J.: Gosto bastante!!! Mas vou pouco hoje em dia, sinto saudade das câmeras e procuro ficar afastada para não sofrer muito! Mas filmes marcantes têm muitos, como A Noviça Rebelde, Casablanca, e tantos outros.

6) Fale um pouco dos seus próximos projetos. 

F.J.: Não tenho projetos no momento. Todos que tive nesta minha incessante procura de retorno foram apenas possibilidades que não aconteceram. Foi mais teatro, sou cria do teatro desde menina, inclusive elogiada por Vinicius de Moraes, mas me apaixonei perdidamente pelo cinema e adoraria que isto acontecesse de novo em minha carreira. 

Ah!! Desculpe!!! Estou sendo chamada para a Companhia Camaleões de Teatro, estive lá inclusive.  O diretor Murilo Melo é um amor de pessoa, mas não me vejo inclinada a aceitar, pois fica muito longe de minha casa, e trabalhar sem remuneração!!! 

M.V.: Nossa, sério?

F.J.: Assim está a arte em nosso país, mas se fosse mais perto, eu até entraria na companhia.

7) Ao olhar para sua trajetória, qual aprendizado considera mais valioso e gostaria de compartilhar?

F.J.: A arte é uma das profissões que pedem muita dedicação e cansaço, então diria, não entre nela se o amor não for maior do que tudo!! Que seu desejo seja tão profundo quanto o ar que respira! Talento só não basta!! Tem que haver vocação, e esta é imprescindível!

M.V.: Obrigado, Fernanda. Foi um prazer.

F.J.: Agradeço o carinho. Beijo❤

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