GAUGUIN: VIAGEM AO TAITI (2018) - FILM REVIEW
O filme
1891. O artista Paul Gauguin decide, por conta própria, se exilar no Taiti. Lá, ele espera reencontrar sua pintura livre, selvagem, longe dos códigos morais, políticos e estéticos da Europa civilizada. Mas, no local, acaba se afundando na selva, enfrentando a solidão, pobreza e a doença. E deve se reunir com Tehura, que se tornou sua esposa e o tema de suas maiores pinturas.
Vincent Cassel é um verdadeiro coringa no cinema. Foi casado com a atriz italiana Monica Bellucci, com quem contracenou várias vezes. Juntos tiveram uma filha chamada Deva, nascida em 12 de setembro de 2004 e outra chamada Léonie, nascida em 20 de maio de 2010, ambas nascidas em Roma. . Cassel é conhecido por ter uma grande identificação com o Brasil, sendo um praticante da arte marcial da capoeira.
O talentoso francês passeia por gêneros cada vez mais díspares, mostrando total talento e domínio de seu ofício. Sendo assim seu Gauguin não seria diferente. Filme biográficos seguem duas tendências principais: ou pincela toda a vida do artista ou mostra um momento específico. Como o título sugere, o diretor enfoca na fase reflexiva do pintor e consequências dos momentos passados no Taiti para sua arte. Tehura se torna sua inspiração. Toda paixão pela índia e pela natureza, torna-se marcante na sua obra.
A decepção com o tudo é latente no personagem. Há inclusive uma emblemática cena, em que Paul parece um indigente, jogado no lixo, quando um rapaz se aproxima e pergunta quanto é um belo entalhe que Paul esta vendendo. Gauguin acaba vendendo por um preço irrisório, por pura descrença no seu trabalho.
Curioso como o rumo da história (e da vida real do personagem) toma. Na sua descrença (social, amorosa e com sua obra), ele se "despede" do mundo, e justamente ai se dá o impulso para a melhor fase da sua carreira.
A trilha de Warren Ellis ecoa pela ilha, mostrando similaridades em diversos momentos com os cânticos da obra prima Além da linha vermelha, trilha feita na época por Hans Zimmer, ainda inspirado. Ellis sempre pontua muito bem a desesperança de Paul com tudo.
Gauguin
Filho de um jornalista francês e de uma escritora peruana, Eugène Henri Paul Gauguin nasceu em Paris, no dia 7 de Junho de 1848. Após o golpe de Estado em 1851, a família deixa Paris em direção a Lima, no Peru. Quando o pai morre, em 1855, a mãe regressa com ambos os filhos para França, vivendo na cidade de Orléans.
Depois de uma adolescência atribulada, entre os 17 e 24 anos, Gauguin serve na Marinha Mercante e viaja por vários países. Em 1873, casa-se com a dinamarquesa Mette-Sophie Gad, com quem tem cinco filhos.
Aos 25 anos, após a quebra da Bolsa de Paris, tomou a decisão mais importante de sua vida: dedicar-se totalmente à pintura. Começou, assim, uma vida de viagens e boêmia, que resultou numa produção artística singular e determinante das vanguardas do século XX. Ao contrário de muitos pintores, não se incorporou ao movimento impressionista da época. Expôs pela primeira vez em 1876. Mas não seria uma vida fácil, tendo atravessado dificuldades econômicas, problemas conjugais, privações e doenças. Foi então para Copenhagen, onde acabou ocorrendo o rompimento de seu casamento.
Em 1887, Gauguin conhece a Martinica, onde entrou em contato com os nativos, com o colorido das paisagens e com a natureza viva. Na volta a Paris, Gauguin conhece Van Gogh. Em 1888, retorna a Bretanha. Em outubro, vai para Arles, onde passa a dividir um estúdio com Van Gogh. A convivência é conflituosa e termina de modo dramático, quando Van Gogh corta a orelha e é internado em um hospital psiquiátrico. Depois da desastrosa passagem em Arles, Gauguin retornou à Paris.
Entre 1891 e 1903, Gauguin viveu no Taiti, na Polinésia Francesa. O convívio com as populações locais permitiu-lhe radicalizar ainda mais a visão artística . Admirador das mulheres nativas, retratou-as nos seus quadros, quase sempre nuas. Foi também ali que conheceu Tehura, uma jovem que viria a ser sua mulher e que se transformaria na fonte de inspiração para algumas das suas obras mais importantes.
A pintura de Paul Gauguin com um estilo diferente, mas que tinha o desejo de ir além do naturalismo puro e dar mais ênfase às cores, emoções e imaginação, significou uma ruptura absoluta, do ponto de vista conceitual, com o Impressionismo, que havia abraçado antes, razão pela qual passou a ser considerado um pintor pós-impressionista.
Paul Gauguin faleceu em Atuona, na Polinésia Francesa, no dia 8 de maio de 1903, de sífilis.
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