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RAFAEL SPACA - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS


Rafael Spaca  é radialista, jornalista, escritor e produtor cultural. Editor-fundador do blog ‘Os Curtos Filmes’. Curador das mostras/projetos ‘Loucos por Cinema’, ‘As 70 Almas de Zé do Caixão’ e ‘Pelé, o 10 no Cinema' (Sesc Santo André) e ‘Viva Mazzaropi’, ‘Filmografia’ e ‘Neville D’Almeida – Além Cinema’ (Sesc Santo Amaro). Autor dos livros 'Curtametragem – Compilação de Ideias e Entrevistas do blog Os Curtos Filmes’ e 'Conversações com R.F.Lucchetti' (ambos pela Editora Verve).

'Vanessa Alves , coletânea de imagens e palavras', 'O Cinema dos Trapalhões' e ‘Débora Munhyz, do terror ao amor’ (Editora Laços); ‘As HQs dos Trapalhões’ (Editora Estronho) e ‘Grazie Musica, a biografia de Dick Danello’ (Chiado Editora). Lançou os livros infantis 'O Pum do Bumbum' e 'A Bruxa do Chocolate' (ambos pela Editora Laços). Apresentador e produtor dos programas ‘Zootropo’ (TV Cronópios) e ‘O Cinema dos Trapalhões’ (TV Cidade).

Vamos às 7 perguntas capitais:



1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte. Quando nasceu sua paixão pelo cinema? 

R.S.: Tudo começou na década de 80, quando nasci. Aos seis anos, comecei a frequentar salas de cinema e o primeiro filme que assisti foi "Os Trapalhões e o Rei do Futebol". A partir daí, comecei a acompanhar todos os lançamentos do grupo, alugava as fitas em VHS de filmes anteriores e revia os que assistia no cinema. 

Uma paixão avassaladora. Foram os heróis da minha infância, junto com o time do São Paulo da era Telê Santana (1990 a 1996) e o Indiana Jones, série de filmes criada por George Lucas e Steven Spielberg. Gostava tanto dele que era sempre o primeiro a assistir no cinema e o primeiro a alugar suas fitas na videolocadora. Posteriormente, tive um cachorro que se chamava Indy, em homenagem a ele.


2) Com relação às suas preferências cinematográficas, há uma lista dos filmes de sua vida? Um Top 10 ou mesmo o filme mais importante? 

R.S.: Um filme que mexeu comigo foi "Um sonho de liberdade", que tem como base a novela de Stephen King Rita Hayworth and Shawshank Redemption. Ele entrou para a história do cinema como um dos filmes mais queridos pelo mesmo público que o rejeitara nas bilheteiras. 

É um caso interessante de filme rejeitado em seu lançamento e reconhecido em VHS. Bateu o recorde de locações de vídeo em 1995 e figura há anos no topo dos 250 melhores filmes do IMDB. A mensagem mais importante é que ele mostra que o estado de espírito pode ser mais limitador do que os muros de uma prisão ou de um problema que eventualmente você tenha.


3) Os Trapalhões estão entre os grandes comediantes do planeta. Não consigo dissociá-los de nomes como Jerry Lewis, Bud Spencer e Terence Hill, Três Patetas... Mas a crítica inexplicavelmente os ignora. E seu trabalho com o livro “O Cinema dos Trapalhões – por quem fez e por quem viu”, resgata a obra e a importância destes comediantes para a cultura brasileira.  O que te motivou a fazer este trabalho? 

R.S.: A resposta está na sua pergunta. Como a crítica os ignora, resolvi investigar o quarteto e ouvir os protagonistas da história. Dar voz a eles. E o livro foi uma oportunidade para preencher uma lacuna. É até agora o mais amplo e profundo estudo a respeito do fazer cinematográfico dos Trapalhões. Tem muitas respostas ali e certamente quem o ler enxergará os filmes do grupo com outros olhos.

M.V.: E uma curiosidade: qual filme do quarteto você considera o melhor?

R.S.: Os Saltimbancos Trapalhões.

M.V.: Eu também sou apaixonado pelo filme. É o filme mais emocional dos Trapalhões. Lembro do nó na garganta quando assisti à cena (no cinema) das lágrimas nos olhos da cabeça do cavalo. E com aquela música maravilhosa ao fundo. Eu deveria ter uns 8 ou 10 anos na época.


4) "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos". Considerando a reflexão, há alguma experiência vivida no meio artístico que foi especialmente marcante?

R.S.: Graças ao livro "O Cinema dos Trapalhões", pude conhecer pessoalmente Renato Aragão e Dedé Santana, algo impensável para uma pessoa nascida e criada na periferia violenta da zona sul de São Paulo, que vive no Brasil, um país que não valoriza o artista e tão pouco o pesquisador. Realizar qualquer coisa aqui beira o milagre. 

Fui entrevistar o Renato em sua casa, uma das maiores emoções da minha vida foi vê-lo na minha frente. Com o Dedé, eu tive a oportunidade de dividir a mesa do lançamento do livro com ele, mediar seu bate-papo em escola e até participar do The Noite com Danilo Gentili ao seu lado para falar do livro. São momentos que jamais pensaria em viver.


5) Imagine o cenário: você é um diretor (de qualquer país) no set de filmagem de um filme memorável. Quem seria, em qual filme, e por que essa experiência seria tão marcante para você?

R.S.: Adoraria ter a oportunidade de ser o J.B.Tanko por um dia e vivenciar o set de "Os Saltimbancos Trapalhões", com o grupo em seu ápice, os quatro juntos, num filme que tem a combinação fatal de música, crítica social e escracho.


6) Trabalhar com arte envolve muitas variáveis. Esforço, investimento, paixão, talento... E a sinergia destes elementos faz o resultado. Qual trabalho em sua carreira considera o melhor?

R.S.: Me orgulho de todos os livros que escrevi e/ou organizei. Todos! 

M.V.: E quanto a arrependimentos? Ou, caso não tenha, faria algo diferente?

R.S.: No âmbito profissional, não tenho arrependimentos, agora, em contrapartida, na vida pessoal, alguns... (risos).


7) Para finalizar, deixe uma frase ou pensamento envolvendo o cinema que representa você.

R.S.: Fico com uma frase do Rocky Balboa, outro personagem icônico do cinema, que serve para os Trapalhões, para mim, para você, para todos nós: "Ninguém baterá tão forte quanto a vida. Porém, não se trata de quão forte pode bater, se trata de quão forte pode ser atingido e continuar seguindo em frente. É assim que a vitória é conquistada. Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar".

M.V.: Obrigado amigo. Sucesso para você.






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