SARAH FRENCH - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS
Sarah French nasceu em 22 de abril de 1982, Minnesota, EUA. É atriz e produtora de cinema independente americano. Ela trabalhou em produções como Meu Jantar com Hervé (2018) e Os Assassinatos de Amityville (2018).
E hoje, com vocês, Sarah French.
Boa sessão:
1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Você é uma apaixonada por cinema? Conte um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.
S.F.: Para mim, o cinema é uma parte muito importante da vida cotidiana. Ele nos proporciona uma fuga do estresse e da realidade da vida. Eu cresci em uma pequena cidade em Minnesota. Então as locadoras de vídeo foram minha fuga. Adorei alugar filmes, olhar a arte dos VHS, descobrir coisas novas.
2) Com relação às suas preferências cinematográficas, há uma lista dos filmes de sua vida? Um Top 10 ou mesmo, o filme mais importante?
S.F.: Eu diria que o filme mais importante da minha vida seria "O Brinquedo Assassino", principalmente porque foi o começo do meu amor pelo gênero de terror, que me levou até onde estou hoje. Também começou meu amor por filmes de bonecos assassinos. Ainda não fiz um desses, mas sei que vou. Um bom projeto de boneco surgirá em meu caminho em algum momento. Estou divulgando isso para o mundo.
M.V.: Legal. Vou acompanhar e torcer para isto se concretizar.
3) Acredito que a maioria dos filmes em que você atuou é do gênero de terror. Foi escolha ou ele simplesmente veio até você?
S.F.: Sinceramente, gostaria de dizer que foi o destino. Eu sou um fã de terror desde que me lembro. Sempre amei esse gênero mais do que qualquer outro por aí. Acho que tinha algo a ver com minha mãe não querer que nós, crianças, assistíssemos filmes de terror. Claro, quando sua mãe diz não, o que você faz?
Você se rebela e vai contra o que os pais querem (risos)! Sempre que podia, eu estava na locadora alugando filmes de terror, e me apaixonei por eles. Meu amor pelo terror continuou a me acompanhar na minha adolescência. Em vez de sair para ficar chapada e bêbada como a maioria dos adolescentes por aí, encontrava alguns amigos que pensavam como eu e fazíamos pequenos filmes de terror juntos.
Amávamos criar e todos nós gostávamos do gênero de terror. Não parou por aí. Quando cheguei aos meus 20 anos, estava navegando no Myspace na época e uma "chamada de elenco" apareceu para um curta-metragem de terror chamado "You're Next 3: Pajama Party Massacre". Na época, eu estava cursando a faculdade de Justiça Criminal. Nunca, em um milhão de anos, pensei que faria um teste para um filme. Mas eu disse dane-se e conheci os cineastas.
Eles basicamente disseram que eu era a personagem "Jennifer" que eles procuravam e me contrataram na hora. É tudo história depois disso. Isso foi em 2006 e tenho atuado em filmes desde então. De certa forma, é um círculo completo para mim e eu não mudaria por nada.
4) Algumas profissões rendem histórias interessantes, curiosas e às vezes engraçadas. E certamente, quem trabalha com cinema, tem suas pérolas. Se lembra de alguma história divertida que tenha acontecido durante a execução de algum trabalho seu e que possa compartilhar?
S.F.: Vou contar a história de como meu filme "Blind" surgiu. Como tudo aconteceu muito rápido e veio de um sonho que meu diretor teve. Meu bom amigo e maravilhoso diretor de "Rootwood", Marcel Walz, veio à minha casa para uma noite de cinema e pizza. Começamos o filme e tivemos que pausá-lo em 10 minutos porque meu namorado Joe foi jogar fora as caixas de pizza.
Enquanto fazia isso, Marcel virou-se para mim e disse que teve um sonho maluco outra noite. Ele começou a me contar seu sonho. Marcel sonhou que estava fazendo um filme sobre uma mulher cega sendo perseguida por um assassino mascarado em sua casa em Hollywood Hills.
Enquanto Marcel me contava seu sonho, Joe se aproximou para ouvir. Joe é um roteirista e instantaneamente sua mente começou a trabalhar. Nas próximas horas, todos nós nos concentramos na história. Marcel se virou para mim e disse que eu poderia interpretar a atriz cega.
Terminamos as filmagens 5 semanas depois do sonho!
5) Imagine o cenário: você é uma atriz (de qualquer país) enquanto ela atua em um filme memorável. Qual seria a atriz, o filme e claro..., por quê?
S.F.: Se eu me prender ao cinema de horror e aos clássicos, gostaria de ser Elsa Lanchester em A Noiva de Frankenstein. Eu a estou escolhendo porque é uma personagem icônica que Elsa interpreta e que viveu por décadas! É puro cinema clássico. Os monstros da Universal eram demais...
6) Fazer cinema envolve muitas variáveis. Esforço, investimento, paixão, talento... E a sinergia destes elementos faz o resultado. Qual trabalho em sua carreira considera o melhor?
S.F.: Tenho que dizer que "Blind" é o filme do qual mais me orgulha. Quando recebi o roteiro, li-o instantaneamente e senti aquela personagem por completo. Eu chorei de emoção quando li pela primeira vez. Isso me comoveu de maneiras que nem consigo descrever. Foi um papel de uma vida inteira e eu soube disso imediatamente. Este filme tem tantos elementos.
É uma mistura de drama, terror, filme noir e suspense. Joe Knetter, que o escreveu, me deu muito com o que trabalhar. Eu imediatamente me apaixonei pela personagem e pelo filme como um todo. Eu me tornei a personagem. Foi uma daquelas coisas em que demorei meses depois para tirar de mim.
Eu interpreto "Faye", uma atriz que estava no auge da carreira, morando nas colinas de Hollywood, e decide fazer uma cirurgia a laser nos olhos. Bem, algo dá errado e ela acaba cega com o procedimento. Você conhece meu personagem durante 1 ou 2 anos e vê as lutas e dificuldades que ela passa para tentar descobrir como viver nesta nova vida. Enquanto tudo isso está acontecendo, o que ela não percebe é que está sendo perseguida por um assassino mascarado que se esconde em sua casa.
Como você pode ver, eu tinha muito com o que trabalhar. Joe foi tão incrível com o desenvolvimento do personagem e há tantas camadas belas neste filme. Não é unidimensional, isso é certo. Não só consegui desempenhar esse papel emocional, mas também sou cega no filme né? Tive de trabalhar com tantos elementos. Tínhamos um tempo limitado desde o conceito até a produção, simplesmente não havia muito tempo para nos prepararmos.
Além disso, eu estava gravando outro filme fora do estado (The Special), um pouco antes de começarmos este. Passei um dia com nosso amigo Kevin, que tinha ficado cego há 2 anos, e ele também é o marido de uma das personagens do filme. Ele nos mostrou como ele se locomove em sua casa e seu dia a dia.
Eu queria ter certeza de que seria capaz de retratar essa personagem de maneira adequada e tão realista quanto possível. Foram muitos elementos para trabalhar em pouco tempo, mas fiquei muito grata. Quando o terminamos, nos inscrevemos em festivais de cinema em todo o mundo e ganhamos prêmios em todos os tipos de categorias. Asseguramos a distribuição dos EUA junto com mais de 20 outros países como no Frightfest do Reino Unido.
O que tornou este filme tão especial é que foram todos amigos que trabalharam no desenvolvimento dele. Era o nosso grupo da sinuca das terças-feiras. Queríamos apenas trabalhar em um projeto do qual todos nós pudéssemos nos orgulhar. Algo que não temos que justificar.
M.V.: E, em contrapartida, há algum projeto que se arrependeu ou teria feito diferente?
S.F.: No que diz respeito aos arrependimentos... Será que tenho filmes que fiz e não me orgulho muito? Com certeza. Mas não me arrependo. Eu realmente acredito que todos os projetos, sejam eles bons ou ruins, me levaram até onde estou hoje. Aprendo e cresço com cada um e não mudaria nada. Não se trata de viver no passado. Trata-se de usar essas decepções para alimentar seu futuro.

7) Para finalizar, deixe uma frase ou pensamento envolvendo o cinema que representa você.
S.F.: "Acho que se trata realmente de uma escolha simples. Se ocupe vivendo ou se ocupe morrendo." de Um Sonho de Liberdade.
M.V.: Obrigado pela foto autografada!
S.F.: Foi um prazer.