TONY MARDON - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS
Fazer cinema independente traz o inglório peso do quase anonimato virtual, até que algum trabalho alcance o grande público e a condição mude. Até lá, pouca ou nenhuma informação sobre a pessoa é veiculada. Ele nasceu em Gillingham, Inglaterra, frequentou a Kent Institute of Art and Design e a Rainham Mark Grammar School.
O diretor, roteirista e ator, que fez uma ponta no sucesso Homem-Aranha: Longe De Casa, lançado em 2019, é um destes casos. Eu o conheci através das atrizes Debra Lamb (Robocop) e Barbara Magnolfi (Suspiria), que trabalharam em um filme que ele dirigiu chamado The Witches of the Sands.
E hoje, com vocês, Tony Mardon.
Boa sessão:
1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Você é um apaixonado por cinema? Conte um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.
T,M.: Meu amor pelo cinema começou muito jovem. Nos anos 70, tínhamos três canais de TV no Reino Unido, então, se um filme estava passando, eu assistia porque não havia outra escolha. Isso significa que fui apresentado a uma grande variedade, mas adorei os Monstros da Universal, Abbott e Costello, Laurel e Hardy e Harold Lloyd. Os monstros sempre ressoaram comigo, especialmente O Lobisomem; um personagem tão simpático. Mais tarde descobri a Hammer e a Amicus e de repente tínhamos um VHS! E Fangoria!!! O resto é história...
2) Com relação às suas preferências cinematográficas, há uma lista dos filmes de sua vida? Um Top 10 ou mesmo, o filme mais importante?
T.M.: Hmmm... Um filme! Caramba! O Homem de Palha! Eu me lembro, eu era bem jovem, pensando "... sim... mas quando o policial vai conseguir fugir??" Este deve ter sido um dos primeiros filmes que vi em que o 'mal' vence o 'bem'. Visitei as locações em duas ocasiões, uma com amigos e outra com minha esposa, ambas as vezes hospedando-me no Hotel Ellangowan, que era usado como o interior do pub Green Man. Tudo sobre o filme me intriga, tanto em termos do que vemos na tela até a história de sua produção e lançamentos posteriores...
3) Você é um cineasta independente. Que conselho você daria a quem está começando na profissão?
T.M.: Honestamente, não me sinto qualificado para responder a isso, com "The Witches of the Sands" sendo meu filme de estreia como diretor. Mas eu me aplico no que acredito e faço isto no cinema como faria em qualquer outra profissão. Então, seja a melhor pessoa possível. Ajude os outros se você puder e não haja como um idiota! (risos).
4) Algumas profissões rendem histórias interessantes, curiosas e às vezes engraçadas. E certamente, quem trabalha com cinema, tem suas pérolas. Se lembra de alguma história divertida que tenha acontecido durante a execução de algum trabalho seu e que possa compartilhar?
T.M.: Hoje mesmo, tive uma crise de risos quando Alexander Gent, que está trabalhando com nossos efeitos práticos e maquiagem, enviou uma foto de um pênis gigante e elástico em que ele está trabalhando para uma cena no "The Witches of the Sands". Eu fico olhando para isso! É ótimo... (risos). E então eu penso sobre a cena e continuo rindo mais ainda.
M.V.: Gente (risos).
5) Imagine o cenário: você é um diretor de cinema (de qualquer país) enquanto ele realiza um filme memorável. Qual seria o diretor, o filme e claro…, por quê?
T.M.: Oh...Uau. Hmmm ... Em termos de um filme que eu teria orgulho de ter dirigido "A Felicidade Não Se Compra" do Capra. Há muito o que amar nesta obra. Bom, na verdade, eu não gostaria de ter dirigido, pois tudo o que eu faria seria diferente... e eu não quero que seja diferente... é perfeito.
De Terror ... TUDO! (risos) ... Se eu tivesse a oportunidade de dirigir um filme, seria "A Noite do Terror Cego" do Amando de Ossorio. Nossa, seria épico. Eu amo os 4 filmes!!
Eu adoraria levar Jason, Freddy ou Michael para dar uma volta também.
6) Fazer cinema envolve muitas variáveis. Esforço, investimento, paixão, talento... E a sinergia destes elementos faz o resultado. Qual trabalho em sua carreira considera o melhor?
T.M.: Estou muito orgulhoso de como o "The Witches of the Sands" está se formando. De uma ideia de curta-metragem de 15 minutos a um longa-metragem que inclui tantas lendas de filmes de terror maravilhosos, é algo com que eu nunca teria sonhado. Estou profundamente emocionado e comovido com o fato de tantas pessoas, tanto do elenco quanto da equipe técnica, terem se reunido para ajudar a fazer isso acontecer; sem eles, nunca teria se tornado o que é.
M.V.: E há algum que se arrependeu? Ou mesmo faria diferente...
T.M.: Arrependimentos!!! (risos), sim, recentemente tive que recusar dois papéis de atuação com cineastas e atores com os quais adoraria trabalhar devido a compromissos de trabalho. Então eu fui 'dispensado' do trabalho, o que significa que eu poderia ter assumido os papéis, afinal... mas agora é tarde demais!
7) Para finalizar, deixe uma frase ou pensamento envolvendo o cinema que representa você.
T.M.: Não é uma frase 'famosa', mas é de uma série famosa e uma das minhas favoritas:
“Esta rodovia leva à ponta sombria da realidade: você está em uma rota de passagem para a terra do diferente, do bizarro, do inexplicável... Vá tão longe quanto quiser nesta estrada. Seus limites são apenas os da própria mente. Senhoras e senhores, vocês estão entrando na dimensão maravilhosa da imaginação. Próxima parada: Além da imaginação."
Rod Serling
Eu igualo essa ideia à do poema, 'The Road Not Taken' de Robert Frost (1916), no qual ele fala sobre tomar a estrada menos percorrida. Para ver novos pontos de vistas e experimentar coisas novas, podemos precisar de coragem para forjar um caminho diferente, desviando-nos da segurança dos números ao nosso lado. Você pode não encontrar nada e decidir voltar e se juntar a todos os outros... Mas você pode encontrar algo novo. Sem tentar, você não saberá.
M.V.: Obrigado amigo. Muito sucesso para você.