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REMO - DESARMADO E PERIGOSO (1985) - FILM REVIEW

 

Meu último texto escrito em 2021 não poderia ser diferente: eu precisava revisitar algum filme dos anos 80 novamente. Ontem (23 de dezembro), escrevi dois textos do universo de Stephen King. E com eles, encerro um ano punk, físico e emocionalmente. O filme de hoje é Remo - Desarmado e Perigoso, dirigido por Guy Hamilton, conhecido por uma filmografia diversificada (realizando alguns dos melhores 007 de todos os tempos).

Os produtores esperavam criar uma franquia no estilo James Bond adaptando os romances "The Destroyer" de Warren Murphy e Richard Sapir, e, portanto, contrataram o roteirista de Bond, Christopher Wood, para escrever o roteiro. O diretor foi contratado para dirigir por sua afinidade com a franquia.  Remo era considerado um "James Bond do colarinho azul". O nome Destroyer não foi usado no título porque a Marvel Comics possui um personagem chamado Mighty Destroyer (O Destruidor).

Um piloto para TV foi feito e foi ao ar, mas nunca se tornou série. Jeffrey Meek foi escalado como Remo Williams e Roddy McDowall como Chiun. Craig Safan permaneceu como compositor da série.

Na trama, um policial de Nova York tem sua morte forjada pelo governo americano para que ele possa ser introduzido em uma organização secreta chamada CURE. Agora, com uma nova identidade e o rosto completamente modificado, Remo Williams (Fred Ward) é apresentado a um velho coreano especialista em artes marciais que lhe dará treinamento especial para que ele se torne um assassino infalível, apto para cumprir a missão de proteger o presidente dos EUA.

Eu assisti ao filme a primeira vez nas férias de julho de 1989. Naquele mês, a Tela Quente exibiu os então inéditos Admiradora Secreta, O Rapto do Menino Dourado, Ruas de Fogo, além de Remo. Foi uma época marcante para quem ama cinema e Remo acabou se tornando um clássico “Sessão da Tarde”, mas curiosamente, um dos poucos que revi várias vezes na época. Ainda assim, foi tão marcante que lembro alguns detalhes como a trilha sonora e a dublagem clássica.

Bond, James Bond

A necessidade de criar uma nova franquia 007 foi além. Vários elementos remetem a franquia James Bond. A personagem Major Rayner Fleming interpretada pela atriz Kate Mulgrew no filme tinha o mesmo sobrenome "Fleming" do criador de James Bond, Ian Fleming. O roteiro do filme foi escrito pelo roteirista Christopher Wood, dos filmes 007: O Espião que me Amava (1977) e  007 Contra o Foguete da Morte (1979), e o diretor Hamilton, que realizou 007 Contra Goldfinger (1964), 007 - Os Diamantes São Eternos (1971), Com 007 Viva e Deixe Morrer (1973), 007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro (1974). 

O roteirista e diretor, entretanto, nunca haviam trabalhado no mesmo filme do agente secreto ao mesmo tempo. O "quase" ficou por conta de 007: O Espião que me Amava (1977) que durante sua pré-produção, ele deixou o cargo para Lewis Gilbert.

Curiosamente, é notável a semelhança com outro filme de sucesso, lançado no ano anterior: Karatê Kid - A Hora da Verdade. Ainda que o material original não se assemelhe nem mesmo a James Bond, fica clara a intenção de colocar Remo no rastro de obras de sucesso.

-Você sabe por que os americanos chamam de fast food?

Porque isso os acelera no caminho para o túmulo. 

Como eu temia, você não tem senso de humor.

Chiun

Embora Christopher Wood tenha sido creditado por escrever o roteiro, o diretor Guy Hamilton admitiu em uma entrevista à revista American Cinematographer que reescreveu o roteiro quando foi contratado para dirigir o filme. Ele também sugeriu a perseguição à Estátua da Liberdade quando viu a estátua em reforma e percebeu o potencial do local.

A Estátua da Liberdade estava passando por uma reforma em preparação para seu centenário quando o filme foi feito. Mesmo assim, os cineastas filmaram na estátua real e em seu andaime, bem como em uma réplica em tamanho real (logo abaixo do livro até o topo de tocha) que foi construída na Cidade do México. Devido ao clima e da programação, a sequência exigiu cenas adicionais durante o verão após o término das filmagens principais em dezembro (Nova York) e no final de fevereiro (México). 

O papel de Chiun foi oferecido a Joel Grey várias vezes antes que ele o aceitasse, mas ele relutou porque não achava que ele era o tipo certo de ator para o papel. Além disso, Grey não tinha nenhuma experiência anterior com artes marciais (e não recebeu tal treinamento para o filme quando foi convidado). O que mudou a mente de Grey foi um encontro com Carl Fullerton, maquiador do filme. Grey disse que se ele pudesse fazê-lo parecer com um coreano de 80 anos de idade, ele iria aceitar o trabalho. Fullerton venceu o desafio e um teste privado foi realizado entre ele e Grey. 

Remo foi indicado em 1986 ao Oscar, na categoria Melhor Maquiagem, de Carl Fullerton, mas perdeu para o filme de Cher Marcas do Destino (1985). O piloto da série se chamou Remo Williams: The Prophecy (1988) e pode ser encontrado numa internet perto de você...

Remo é sem dúvidas um belo exemplar de como a mistura de boas e más coisas nos anos 80 fazia o "resultado" funcionar. 



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