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HALLOWEEN - SAGA REVIEW

  


Halloween.

Texto: M.V.Pacheco

Revisão: Thais A.F. Melo


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Halloween (1978)

Na trama, que começa no Halloween de 1963 na pequena cidade de Haddonfield, Illinois, Michael Myers, um garoto de 6 anos de idade, fantasiado de palhaço, assassina sua irmã mais velha, Judith Myers, com uma enorme faca de cozinha. Quinze anos depois, na véspera de Halloween de 1978, Michael escapa do hospício onde estava preso desde o assassinato. Após a fuga, Myers deixa um rastro de mortes pelo caminho. 

Halloween é um dos melhores filmes dos anos 70. Além disto, é um dos melhores filmes sobre serial killers e consequentemente, uma das melhores produções de John Carpenter. O filme tem um valor inestimável para os fãs, mas para quem não sabe, a produção foi com recursos bastante limitados. Por exemplo: os atores usaram suas próprias roupas durante as filmagens, já que o orçamento do filme não permitia que fosse contratado um figurinista e fossem compradas roupas específicas para os personagens.


Outro caso notório, a máscara escolhida para ser a utilizada pelo psicopata Michael Myers foi a mais barata encontrada numa loja próxima ao local de filmagens, que era exatamente a utilizada por William Shatner no filme “A Chuva do Diabo”, lançado no mesmo ano.  Entretanto, a máscara sofreu algumas mudanças, tendo sido pintada de branco, com os cabelos retirados e o contorno dos olhos sofrendo modificações.

31 de outubro

A história é baseada em uma experiência que John Carpenter teve na faculdade, visitando um hospital psiquiátrico. Carpenter conheceu uma criança que olhou para ele "com um olhar maligno, e isso me aterrorizou". Ele mesmo compôs o tema, hoje tão popular, em apenas quatro dias.

O roteiro original, intitulado “The Babysitter Murders”, fazia com que os eventos ocorressem no espaço de vários dias. Foi uma decisão orçamentária mudar o roteiro para que tudo acontecesse no mesmo dia (isso reduziu o número de trocas de figurinos e locais necessários) e foi decidido que o Halloween, a noite mais assustadora do ano, seria a noite perfeita para isso acontecer.


Halloween foi filmado em 20 dias na primavera de 1978. Com um orçamento de 300 mil dólares, o filme arrecadou em torno de 70 milhões nas bilheterias mundiais. Como o filme foi rodado no início da primavera no sul da Califórnia, a equipe teve que comprar folhas de papel de um decorador e pintá-las nas cores desejadas do outono, depois espalhá-las nos locais de filmagem. Para economizar, após a filmagem de uma cena, as folhas eram recolhidas e reaproveitadas.  Em um belo dia, Freddy Krueger, o melhor, Robert Englund, que marcaria o gênero na franquia A Hora do Pesadelo seis anos depois, revelou que John Carpenter o fez jogar sacos de folhas no set por um dia, quando visitou o set.

O personagem Michael Myers recebeu o nome do distribuidor europeu do filme anterior de Carpenter, Assalto à 13ª DP (1976), que o inscreveu em um concurso de cinema britânico, onde ganhou o primeiro prêmio e se tornou um sucesso maior do que nos EUA. A nomeação foi uma espécie de "obrigado" pelo sucesso do filme no exterior. Segundo Debra Hill, a personagem Laurie Strode recebeu o nome da primeira namorada de John Carpenter.


Originalmente, o diretor Nick Castle (O Último Guerreiro das Estrelas e Dennis, o Pimentinha) estava no set apenas para assistir à filmagem do filme. Foi por sugestão de John Carpenter que ele assumiu o papel de Michael Myers. Aliás, cinco pessoas diferentes interpretaram o vilão: Nick Castle (ao longo do filme), Tony Moran (quando ele é desmascarado por Laurie Strode), o dublê James Winburn, o designer de produção Tommy Lee Wallace (em cenas de força bruta) e a co-roteirista/co-produtora Debra Hill (na cena externa quando Tommy vê Michael pela primeira vez - repare na mão bem cuidada).

O rico produtor de cinema, Moustapha Akkad, tinha reconhecidamente pouco interesse neste filme e ajudou a realizá-lo principalmente devido ao entusiasmo de John Carpenter e Irwin Yablans. No entanto, quando o filme se tornou um grande sucesso de bilheteria, Akkad viu uma oportunidade e facilitou todas as sequências de ‘Halloween’, até sua morte em 2005.

Dr. Sam Loomis, o psiquiatra de Myers, recebeu o nome do amante de Marion Crane em Psicose (1960). Marion Crane foi interpretada pela mãe de Jamie Lee Curtis, Janet Leigh. A própria escolha da atriz, que se tornou a "rainha do grito", foi para atrair público, já que a mãe dela havia feito Psicose, e acharam que com isto, o filme teria maior interesse. 

O pai de Laurie é interpretado por Peter Griffith. Ele também é pai de uma atriz famosa, Melanie Griffith, e ex-marido de outra veterana de Hitchcock, Tippi Hedren. Por alguma razão desconhecida, esse personagem nunca mais aparece após as cenas de abertura. 

Afinal, o que é um Slasher?

Slasher é um sub-gênero de filmes de terror quase sempre envolvendo assassinos psicopatas que matam aleatoriamente. Pecando em vários sentidos em sua produção tanto no roteiro quanto na atuação, edição, fotografia, música e envolvendo muito sangue. Normalmente são feitos com baixo orçamento, daí são constantemente nomeados como "terror B".

O nome "slasher" foi criado porque o princípio básico do filme é um serial killer com uma máscara ou fantasia que vai coletando vítimas e mais vítimas ao longo do filme, até ser revelada sua identidade misteriosa pelo protagonista que, após fugir o filme inteiro, acaba matando o vilão.

Muitos filmes se destacaram ao longo dos anos desde que o gênero se submeteu. Tendo como precursor o clássico "Halloween - A Noite do Terror", de John Carpenter. O filme foi o que reuniu tudo que viria a ser característica dos slashers. O que pouca gente se lembra é que o gênio Mario Bava plantou a semente em 1971, com seu "Banho de Sangue". Há, inclusive, cenas idênticas usadas em Sexta-Feira 13 parte 2.

Histórias da vida cinéfila

Certa vez, troquei umas palavras com o diretor John Carpenter, que não pode se estender devido a compromissos. Mas por vezes, penso como o mundo dá voltas. O primeiro filme que assisti no cinema do mestre do horror foi O Príncipe Das Sombras em 1988. Eu tinha em torno de 12 anos.

Eu não fazia ideia que, 30 anos depois, eu entrevistaria Sandy Johnson, a primeira vítima de Michael Myers, que no filme faz sua outra irmã. Carpenter fez vários filmes que sou viciado. Curiosamente, também entrevistei um dos atores principais da produção que mais adoro: O Enigma do Outro Mundo. 

A atriz e modelo da Playboy Sandy Johnson, que interpretou Judith Myers, disse que a única coisa que ela não gostou em fazer o filme é que o sangue falso mancharia sua pele. Como ela estava de topless durante a cena em que Michael a mata, o sangue foi aplicado em todo o seu peito e barriga nus, e tudo teve que ser limpo entre as tomadas. Ela lembrou que quem estava fazendo isso era rude. Jamie Lee Curtis se ofereceu para ajudar e foi muito mais gentil do que o ajudante original, segundo ela, que ficou muito grata por isso. 

Embora o tempo de tela de sua personagem fosse limitado, seu papel foi significativo, pois preparou o cenário para os eventos que se desenrolam no filme. 

Nas entrelinhas

Dentro do quarto de Laurie Strode há um pôster de uma pintura de James Ensor (1860-1949). Ensor foi um pintor expressionista belga que retratava figuras humanas usando máscaras assustadoras. Ao lado dele, a boneca real que inspirou os filmes Annabelle. Dois elementos que predizem como é Myers).

O filme que Tommy e Laurie estão assistindo é O Monstro do Ártico (1951). John Carpenter dirigiria o remake, O Enigma de Outro Mundo, poucos anos depois.

Will Sandin (o jovem Michael Myers) tornou-se policial em Los Angeles. Ele não tinha interesse em seguir uma carreira de ator.

A frase de Lynda "Cute, Bob, real cute" é uma referência à série de televisão Donny e Marie Osmond que era popular na época (1976-1979).

John Carpenter, Tommy Lee Wallace e Nick Castle formavam juntos uma banda de rock chamada The Coupe de Villes. A banda continuou a gravar músicas e ocasionalmente se apresentar ao vivo até pelo menos 1986. Wallace também se tornou diretor e realizou filmes como Halloween III: A Noite das Bruxas (1982), A Hora do Espanto 2 (1988) e It - Uma Obra-prima do Medo (1990).

Jamie Lee Curtis interpretou Laurie Strode em filmes lançados em seis décadas diferentes.


Para finalizar, uma opinião muito importante e pertinente ao post, já que estou revisando todos os filmes da franquia. Em uma entrevista, John Carpenter foi questionado sobre a franquia “Halloween”. 

E sua resposta é o gancho perfeito para os filmes seguintes: "Não me importo. Eu realmente não me importo.”

🔷Halloween II: O Pesadelo Continua (1981)

O filme começa exatamente na cena em que termina o anterior, quando Loomis atira em Michael, que aqui, vemos que seu corpo desaparece imediatamente. Laurie é levada para a Haddonfield Memorial, o hospital da localidade, para tratar dos ferimentos e se recuperar do choque, mas começa a questionar por qual razão Michael a perseguiu. Enquanto isso, Loomis e a polícia procuram Michael pela cidade. Ele continua fazendo outras vítimas, mas seu objetivo é ir até o hospital e assassinar Laurie.

Os produtores, Irwin Yablans e Moustapha Akkad, investiram mais nesta sequência, com um orçamento muito maior que o de seu antecessor: 2,5 milhões de dólares (o original custou por volta de 300 mil). Mesmo assim, John Carpenter se recusou dirigir o longa, deixando-o para Rick Rosenthal. 

Houve discussões nas filmagens de Halloween II para ser em 3-D. Debra Hill disse que o valor em 3-D para este projeto ficaria acima das condições, além de muito complicado para o estilo estético do filme.

Para conseguir o papel de Michael Myers, Dick Warlock revelou que ao passar por uma sala, a máscara de Michael Myers estava sobre uma mesa. Ele colocou a máscara, entrou no escritório de Rick Rosenthal e ficou lá parado. Depois que Rosenthal perguntou continuamente quem ele era e ele não respondeu, ele tirou a máscara e perguntou se poderia interpretar Michael Myers.

Debra Hill, anos depois, criticou a interpretação de Warlock como Michael Myers, alegando que ele não se movia tão bem quanto Nick Castle ou não tinha sua linguagem corporal. Dick se defendeu dizendo que seguiu as instruções dela o tempo todo enquanto ela estava no set e ela nunca demonstrou qualquer insatisfação com o trabalho dele na hora das filmagens.

A máscara que Michael usa é exatamente a mesma máscara usada no filme original. Parece diferente nesta sequência porque a pintura desbotou por alguns motivos, primeiro porque Nick Castle, o Michael original, a mantinha no bolso de trás durante as filmagens. Além disso, Debra Hill manteve a máscara debaixo da cama no hiato entre os filmes, fazendo com que ela acumulasse poeira e amarelasse. 

Além disso, a máscara parece mais larga porque Dick Warlock é mais baixo e mais corpulento que Nick Castle, então a máscara se ajusta à cabeça de maneira diferente. Como os produtores pensaram que seria a sequência final da série, eles deixaram Warlock ficar com a máscara, o bisturi, as botas, o macacão e a faca usados ​​nas filmagens. 

Quando decidiram reviver Michael em Halloween 4: O Retorno de Michael Myers (1988), os produtores perceberam que haviam cometido um erro e nunca mais deram adereços ao elenco e à equipe técnica, portanto as sequências subsequentes usaram máscaras diferentes que pareciam bastante diferentes.

O produtor/escritor John Carpenter não gostou da primeira versão do filme do diretor Rick Rosenthal, acreditando que era tão assustador quanto um episódio de Quincy ME (1976). Uma reedição foi feita, mas Carpenter ainda achou muito inofensivo, então ele assumiu o processo de edição e acelerou a ação. 

Ele também filmou algumas cenas sangrentas adicionadas ao filme, apesar das objeções de Rosenthal. Isso irritou Rosenthal porque ele queria que a sequência imitasse a maneira como o original evitava violência explícita e sangue em favor de suspense e terror bem elaborados. Na verdade, Carpenter pretendia que "Halloween II" fizesse exatamente isso, mas o sucesso da nova onda de filmes de terror em 1979 e 1980, o fez temer que um filme assustador e classificado como R, mas sem derramamento de sangue e nudez, fosse mal nas bilheterias. 

A sequência, embora não tenha tanto sucesso de bilheteria quanto o original Halloween - A Noite do Terror (1978), ainda arrecadou mais dinheiro do que outros filmes de terror de 1981, como Grito de Horror (1981), Sexta-Feira 13 - Parte 2 (1981), e A Profecia III: O Conflito Final (1981).

Rosenthal iria retornar à franquia e dirigir Halloween: Ressurreição (2002), o mais sofrível filme da franquia, demonstrando como Carpenter tinha razão em tentar "arrumar" este segundo filme.

Uma crítica comum a este Halloween II é que o hospital está convenientemente vazio, mesmo para o turno da noite, para que Michael possa andar despercebido e matar a equipe do hospital. O diretor Rick Rosenthal disse que baseou isso em uma experiência pessoal com sua esposa, onde certa vez compareceram a um hospital tarde da noite e estava completamente deserto, exceto por alguns médicos, enfermeiras e pacientes.

Bom, pelo menos nisso, o diretor teve razão. 

Samhain

O termo Samhain ganha destaque no filme. Ele é uma antiga festividade celta que marca o fim do verão e o início do inverno. É celebrado entre o pôr do sol do dia 31 de outubro e o pôr do sol do dia 1º de novembro. Samhain é considerado um dos quatro festivais principais no calendário celta, juntamente com Imbolc, Beltane e Lughnasadh.

Na tradição celta, Samhain era um momento de transição, quando o véu entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos se tornava mais tênue. Acredita-se que os espíritos dos antepassados retornavam à Terra durante essa época. Por causa disso, era comum acender fogueiras e oferecer alimentos para honrar e apaziguar os espíritos.

Samhain também era uma celebração da colheita, marcando o fim da temporada de crescimento e o início do período de inverno. As pessoas faziam rituais para agradecer pelas colheitas e buscar proteção para o inverno que se aproximava.

Com o passar do tempo, Samhain se tornou uma influência para a celebração do Halloween, especialmente após a cristianização da Irlanda e da Escócia. Muitos elementos das tradições do Samhain foram incorporados ao Halloween moderno, como o uso de fantasias, a prática de pedir "doces ou travessuras" e a associação com criaturas sobrenaturais.

Hoje em dia, Samhain continua a ser celebrado por algumas pessoas que seguem as tradições pagãs e wiccanas. É um momento para honrar os antepassados, refletir sobre a morte e a renovação, e conectar-se com o ciclo da natureza. As celebrações podem incluir rituais, meditação, feitiços e a criação de um altar para os entes falecidos.

Nas entrelinhas

Se no filme anterior, O Enigma de Outro Mundo pode ser visto na TV, neste, A noite dos Mortos-Vivos. Os filmes dialogam com a história contada já que, se por um lado, Meyrs é um mistério incompreensível, neste ele "volta à vida", ainda que tecnicamente, só o público pensou que ele havia sido morto.

O filme mantém a atmosfera tensa e o clima sombrio estabelecidos no original. John Carpenter e Alan Howarth compuseram a trilha sonora, que apresenta a icônica música tema de "Halloween" e contribui para a construção do suspense ao longo do filme.

Para finalizar, uma opinião muito importante e pertinente ao post, já que estou revisando todos os filmes da franquia. Em uma entrevista, John Carpenter foi questionado sobre a franquia “Halloween”. 

E sua resposta é o gancho perfeito para os filmes seguintes: "Não me importo. Eu realmente não me importo.”

Só que, ele produziu, roteirizou, fez a trilha e ainda filmou algumas cenas deste segundo. A força de suas palavras duraram até ver o contra-cheque...

🔷Halloween III:  A Noite das Bruxas (1982)

Imagine um filme qualquer envolvendo algum feiticeiro insignificante. Agora, coloque no título Harry Potter. Sabe o que acontece? Recai sobre as costas do pobre filme toda a responsabilidade do título. Halloween III - A Noite das Bruxas é um slasher acima da média encapado por uma péssima decisão.

"Halloween III - A Noite das Bruxas" apresenta uma trama completamente nova, centrada em torno de uma empresa de máscaras de Halloween chamada Silver Shamrock Novelties. A empresa está produzindo máscaras com um segredo mortal: elas contêm um microchip que, quando ativado por um sinal de transmissão especial em uma noite específica, faz com que a pessoa que esteja usando a máscara sofra uma morte horrível.

O filme acompanha o Dr. Daniel Challis, interpretado por Tom Atkins, enquanto ele investiga a morte de um paciente em sua clínica e acaba descobrindo a conspiração por trás das máscaras da Silver Shamrock. Ele se une a Ellie Grimbridge, interpretada por Stacey Nelkin, cujo pai também foi assassinado de forma misteriosa relacionada às máscaras. A dupla segue para a cidade onde a fábrica da Silver Shamrock está localizada, tentando impedir que as máscaras sejam distribuídas e ativadas.

Halloween III foi uma tentativa dos produtores de transformar a franquia em uma antologia de histórias de terror, com cada filme apresentando uma trama independente relacionada ao tema do Dia das Bruxas. Eles queriam se afastar do enredo contínuo envolvendo Michael Myers e explorar outras histórias assustadoras dentro do contexto do feriado de Halloween.

John Carpenter não planejava ter Michael Myers em outro filme de Halloween, apenas no primeiro. Ele queria uma história diferente relacionada ao Halloween a cada vez, mas depois que o primeiro Halloween - A Noite do Terror (1978) foi um sucesso, os produtores o forçaram a usar Myers novamente. 

Ele o fez, mas matou Myers e Loomis para acabar com eles. Então ele produziu o terceiro para voltar ao seu plano original, mas naquele ponto, as pessoas estavam esperando Myers novamente, então o plano falhou miseravelmente. Carpenter vendeu os direitos anos depois, porque não estava interessado em fazer mais Myers. Os novos proprietários trouxeram Myers e Loomis de volta em 1988, com poucas explicações sobre como eles sobreviveram.

A novelização do filme foi publicada em 1982 pelo escritor de ficção científica Dennis Etchison sob o pseudônimo de Jack Martin. Apesar do fracasso crítico do filme, o livro se tornou um best-seller e chegou a ser relançado dois anos após o lançamento do filme, em 1984.

O diretor original do filme, Joe Dante, abordou Nigel Kneale para escrever o filme enquanto Kneale morava temporariamente em Hollywood escrevendo o remake de O Monstro da Lagoa Negra (1954) para o diretor John Landis, que nunca foi feito devido ao custo orçamentário. 

Dante queria uma história nova e diferente dos dois filmes anteriores da série, então sugeriu que Kneale escrevesse em torno da palavra Halloween. Os produtores gostaram da ideia e, depois que Joe Dante passou para outro projeto, o colaborador regular do produtor John Carpenter, Tommy Lee Wallace, entrou como novo diretor. Kneale culpou inicialmente o produtor executivo Dino De Laurentiis pelas mudanças drásticas em seu roteiro por não ter entendido seu diálogo quando foi traduzido para o italiano. 

Kneale solicitou que seu crédito na tela fosse removido assim que seu roteiro foi reescrito por um Carpenter não creditado e, mais tarde, por Wallace (que recebeu o crédito exclusivo), para incluir mais sangue e simplificar a história.

O produtor executivo Irwin Yablans foi contra não usar Michael Myers nesta sequência, embora Myers e Loomis tenham sido mortos no filme anterior. Ele disse em entrevistas que teve pouco a ver com o filme finalizado e basicamente recebeu crédito por seu pequeno envolvimento. 

Um filme com algo a dizer

A história revela uma conspiração corporativa que busca lucrar com a tradição do Halloween, negligenciando a segurança das crianças. Essa é uma crítica à comercialização excessiva e à falta de cuidado com a segurança aos consumidores e acrescenta uma camada de profundidade à trama. 

A fábrica de máscaras Silver Shamrock usa táticas de marketing agressivas para vender suas máscaras, transformando o feriado em um negócio lucrativo. A história levanta questões sobre como o espírito original e assustador do Halloween pode ser diluído e explorado

O filme explora a temática da bruxaria e do ocultismo de uma maneira interessante, fugindo completamente dos temas esperados, o que, a longo prazo, ganhou reconhecimento merecido.

Para finalizar: Durante uma convenção, o diretor Tommy Lee Wallace foi convidado para explicar, como a conexão entre Stonehenge, Irlanda, robôs e raios laser que derretem carne e produzir/conjurar insetos e cobras de um corpo humano. 

A resposta Wallace foi “É magia”.

Ou seja: aceita que dói menos. 

🔷Halloween 4: O Retorno de Michael Myers (1988)

Se você resistiu ao fato de que foi enganado no terceiro filme, por conta do título e se você engoliu que depois de 30 tiros e ser explodido, Michael Myers não morreu... bom, eis aqui mais um bom exemplar de slasher dos anos 80.

Aparentemente, Lauire (Jamie Lee Curtis que não quis fazer um novo filme) morreu. E sua filha, chamada... Jamie (original não?) é assombrada por visões de Michael Myers. Paralelo a isto, Michael (que está vivo) consegue fugir após tentarem transferi-lo (para que, meu Deus??!!!) e no seu encalço, vai Loomis (que também não morreu no filme anterior!!!) Bom, não dá para meter o pau no roteirista, já que uma greve da classe aconteceu pouco antes das filmagens, forçando Alan McElroy a desenvolver um conceito, lançar a história e enviar o rascunho final em menos de onze dias.

Para quem não sabe, a greve de roteiristas paralisam trabalho, incluindo os em andamento. Uma série de TV, por exemplo, é a mais prejudicada, já que ela é obrigada a encerrar com menos episódios que o previsto (casos famosos, só para citar: Prison Break e Heroes, ambas na terceira temporada).

Tentando dar sentido ao novo Halloween

No final de 1986, a Cannon Group (produtores Menahem Golan e Yoram Globus) contratou a produtora Debra Hill e o diretor John Carpenter para trabalhar no roteiro de um novo filme de Halloween a ser intitulado "Halloween IV", já que estavam interessados ​​em adquirir os direitos, como fizeram em O Massacre da Serra Elétrica 2 (1986). 

Porém, a Cannon não gostou do roteiro de Carpenter e Hill e no final das contas, decidiram não produzir o filme. Pouco depois, Carpenter e Hill venderam todo material que possuíam para o produtor Moustapha Akkad, que prontamente desenvolveu este filme com um roteiro completamente novo.

Carpenter havia dado ao roteiro uma abordagem psicológica mais fantasmagórica ao mito de Michael Myers. Era sobre a cidade de Haddonfield e o efeito que os eventos dos dois primeiros filmes tiveram sobre seus cidadãos. Esse conceito foi posteriormente rejeitado pelos produtores em favor do típico slasher, ponto no qual Carpenter saiu do filme, tornando-o o primeiro da série a não ter nenhuma participação dele (será?).

No roteiro original, a cena inicial era de um longo corredor de hospital explodindo repentinamente e jogando Loomis da explosão, em uma referência ao fim do Halloween 2: O Pesadelo Continua! (1981) para mostrar como Loomis sobreviveu. Posteriormente, foi decidido que o filme não deveria ter nenhuma conexão com os dois filmes anteriores e a abertura explosiva nunca foi filmada.

Além disso, foi filmada uma cena para unir a história com Halloween II: O Pesadelo Continua! (1981), sendo um flashback do final da parte II, com uma cena em que Loomis está sendo atendido por paramédicos ao ver o corpo em chamas de Michael, Loomis diz aos técnicos: "Deixe-o queimar!", mas eles apagam o corpo em chamas do assassino, apesar de seus apelos. 

Momento semelhante ocorre em Halloween Kills – O Terror Continua (2021) com Laurie (Jamie Lee Curtis) dizendo: “Deixe queimar!”, após colocar fogo em sua casa com Michael preso no final de Halloween (2018).

O diretor Dwight Little explicou mais tarde: "Decidimos apenas fazer referência ao primeiro filme. Acho que a razão é que não queríamos nos envolver com um monte de questões policiais de lógica com Michael e exatamente o que aconteceu com o Dr. Loomis''. 

Dwight tinha suas próprias ideias sobre a motivação de Michael Myers no filme. Na sua opinião, a perseguição obsessiva de Michael pela sobrinha era uma tentativa equivocada de se conectar com ela. Michael simplesmente não tinha capacidade social para interagir com ela de qualquer outra forma que não fosse através da violência.

Na minha opinião, uma ideia bem acertada, que explicaria o motivo pelo qual Michael encontra sua irmã tão rápido no primeiro filme, mas não mata ela. Ele age como um cão que corre loucamente atrás do carro, mas se o carro parar, ele não sabe o que fazer.

1988 foi o primeiro ano em que todas as principais franquias de terror da época lançaram novos filmes no mesmo ano: Halloween 4: O Retorno de Michael Myers, Sexta-Feira 13 Parte VII: A Matança Continua e A Hora do Pesadelo 4, Brinquedo Assassino, Hellbound: Hellraiser 2 e Fantasma 2.

Este filme é a primeira vez que Michael Myers é creditado com seu nome, em vez de ser creditado como "The Shape".

Para finalizar: Durante uma entrevista, o diretor foi indagado por que ele achava que essa franquia é tão especial para tantas pessoas?

E a sua resposta mostra total domínio da série de filmes: "Eu acho que é porque se passa em um mundo real e muito reconhecível. Não é tão exagerado quanto Jason ou Freddy, não é ficção científica, não é Hellraiser".

Bom, considerando que Michael Myers, até neste ponto, morre mais de uma vez, toma muitos tiros, e explode (depois "descobrimos" que foi apenas queimado), realmente Halloween não é tão exagerado quanto Jason ou Freddy.

🔷Halloween V: A Vingança de Michael Myers (1989)

Este é mais um interessante exemplar da franquia, agora tratando dos efeitos do horror passado por Jamie no filme anterior. Ela ficou traumatizada e passou a residir em uma clínica de crianças. Paralelo a isto, Myers se safou do fuzilamento do filme anterior (aqui já oficialmente, uma espécie de Jason Vorhees que não morre por nada).

O primeiro roteiro, escrito por Shem Bitterman, apresentava Jamie Lloyd como antagonista, com ela, agora adolescente, iniciando uma onda de assassinatos e Myers tentando matá-la porque ela estava interferindo involuntariamente em sua própria vida. 

O filme flerta com o destino da personagem Jamie, por vezes direcionando o espectador a pensar que ela possa em algum momento assumir o manto do personagem, o que de fato iria ocorrer conforme o roteiro (o final do quarto filme já indicava isto).

O produtor executivo Moustapha Akkad não gostou do roteiro, sentindo que parecia mais uma paródia da série Halloween do que uma continuação, e também porque ele já havia prometido a Danielle Harris que ela teria permissão para retornar como Jamie, e não achava que Harris, de 12 anos, seria credível como um serial killer. Como resultado, o roteiro foi reescrito essencialmente do zero por Michael Jacobs e pelo diretor Dominique Othenin-Girard, embora Bitterman tenha permanecido creditado por razões contratuais.

Como o produtor já havia errado ao substituir Myers no terceiro filme, e não estava disposto a pagar o preço de novo. Principalmente porque Sexta-Feira 13 - Parte V, de 4 anos antes, havia usado a mesma ideia, e foi um dos filmes mais esquecíveis da franquia (não por ser ruim, mas por não ter Jason).

A personagem Jamie Lloyd tem um paralelo marcante com o personagem Tommy Jarvis da série Sexta-Feira 13. Ambos os personagens apareceram no quarto, quinto e sexto filmes de suas respectivas séries. Ambos tinham quase a mesma idade em sua primeira aparição. Ambos se institucionalizam e desenvolvem tendências homicidas. 

Neste filme, Jamie começa muda. Na quinto Sexta-Feira 13, Tommy raramente fala. No final do filme, Tommy é visto segurando uma faca e essencialmente se torna Jason. No final do Halloween anterior, Jamie é vista segurando uma tesoura e ela basicamente se torna Michael.

As cenas de Donald Pleasence foram filmadas nas duas primeiras semanas de filmagem, pois ele tinha compromisso com outro filme. Curiosamente, não é a primeira vez que isso ocorre com o ator. Algumas filmagens foram adicionadas ao início do filme (daquela usada anteriormente perto do final do Halloween 4: O Retorno de Michael Myers) para mostrar que Michael havia realmente caído em um poço de mina próximo ao invés de apenas ser "engolido pelo chão".

Outra mudança relevante foi a cena da morte de Rachel, alterada pelo pedido da atriz, para refletir o flashback em que Jamie esfaqueou sua mãe adotiva em Halloween 4: O Retorno de Michael Myers (1988) de forma semelhante. Aliás, este é o segundo filme de Halloween em que Michael Myers mata em 30 de outubro, refletindo algo que ocorre constantemente em Sexta-Feira 13, que se passam em dias próximos da data do título.

Donald Pleasence falou muito sobre sua insatisfação com a história e com a maneira como o diretor Dominique Othenin-Girard estava tentando fazê-lo interpretar o Dr. Loomis como totalmente autoritário. Pleasence também sentiu que o sucesso e o final chocante de Halloween 4: O Retorno de Michael Myers (1988) foram ignorados. 

De fato, se pensarmos que o público foi enganado no terceiro filme com a ausência de Myers, e que ele aparece efetivamente no quarto filme somente com uma hora de duração (até neste momento, só nas visões da menina), o quinto filme falhou em buscar as motivações certas para cativar o público, algo que a continuação de 2018 fez brilhantemente. 

Ainda que o quarto filme não seja uma pérola, ele promove o gancho perfeito para o quinto, com a sobrinha seguindo os passos do tio frente ao desespero de Loomis.  Por destes equívocos, foi o filme de menor rendimento nos EUA, com apenas 11 milhões contra 5 milhões de orçamento. 

Para finalizar: Durante uma entrevista, o diretor foi indagado por qual motivo Myers tira a máscara e chora.

E sua resposta foi bastante conclusiva: "Para humanizá-lo".

Hora, se desde o primeiro filme, todo roteiro é voltado para desumanizar o personagem, até de forma arbitrária, o que o diretor fez foi um verdadeiro "tiro no pé".

🔷Halloween VI: A Última Vingança (1995)

O filme anterior termina com alguém sequestrando (ou libertando) Myers. A trama agora enfia uma seita no meio, que controla Michael desde o início, "explicando" o personagem. Na verdade, ele não era complexo, mas os roteiros se enrolavam tanto, filme a filme, que no final, precisaram explicar o inexplicável.

Muitos membros da equipe declararam publicamente que o diretor Joe Chappelle lhes disse desde o início que não gostava dos filmes de Halloween e só estava envolvido neste projeto porque lhe rendeu um contrato de três filmes com a Miramax.

O roteiro original de Daniel Farrands era muito mais psicológico do que o rascunho final. Após lê-lo, um dos executivos da Dimension Films não conseguiu dormir naquela noite e, ligou imediatamente para Farrands e disse-lhe que queria seguir em frente. O próprio Donald Pleasence apoiou o roteiro original e imediatamente assinou contrato para fazer o filme, apenas para descobrir que o roteiro estava sendo reescrito.

A produção foi bastante conturbada. Depois do filme pronto, sessões testes reprovaram o resultado. Eles então refizeram um monte de cenas, e o resultado ficou ainda pior. Para complicar, o ator Donald Pleasence faleceu (devido a complicações de uma cirurgia cardíaca) no meio disto tudo. Por fim, duas versões foram disponibilizadas: a do cinema e a do produtor.

A maior parte do elenco e da equipe rejeitou este filme. Eles afirmaram que o estúdio, os produtores e o diretor interferiram e discutiram tanto, que resultou em um filme muito mal dirigido e editado. Foi Daniel Farrands quem sugeriu que o filme se chamasse A Maldição de Michael Myers devido à produção conturbada.

Agora pense: o título do filme reflete os bastidores, não a história. Isto é muito sem sentido. O título original do filme era "Halloween 666: A Origem de Michael Myers". Existem até impressões de anúncios e trailers iniciais com esse título.

Halloween é centrado em três personagens principais: Tommy Doyle (Paul Rudd), o garoto que Laurie cuidava na noite de dia das bruxas de 1978, que cresceu obcecado por Michael Myers; Kara Strode (Marianne Hagan), uma prima de Laurie e mãe solteira que volta para casa dos seus pais (a mesma dos Myers); e  Dr. Loomis (Donald Pleasance), que retorna mais uma vez para enfrentar seu Nêmesis.

As produções se tornaram incompreensíveis ao longo dos anos. As "mortes" de Myers eram para ser mais que definitivas, mas os filmes começam como se nada tivesse acontecido. A própria cicatriz de Loomis vai sumindo... Esta ruindade, lógico, teve um fim, dando origem a uma espécie de reboot, com a volta de Jamie no capítulo seguinte.

O final é de doer. Mitchell Ryan vestido de vampiro, no culto, com Myers assistindo, é uma cena que era melhor não ter sido filmada. Dias melhores virão, ou melhor, noites... 

Os produtores do filme queriam que Brian Andrews reprisasse seu papel como Tommy Doyle do original Halloween - A Noite do Terror (1978). No entanto, Andrews não tinha agente, então eles não puderam entrar em contato com ele, e o papel foi para Paul Rudd. Andrews declarou desde então que lamenta ter perdido a oportunidade. 

Ele poderia ter tido outra chance de interpretar o papel de Halloween Kills - O Terror Continua (2021), mas naquela época ele já havia se aposentado da atuação e Rudd teve um conflito de agenda com outro filme, então o papel foi reescalado novamente. 

Para finalizar: como ninguém se acertou, ninguém chegou a uma conclusão sobre o caminho certo a tomar e consequentemente, este filme navegou sem rumo, sem saber o que dizer e para quem.

🔷Halloween 20 anos depois (1998)

Laurie Strode simulou sua morte para poder escapar da fúria do irmão, um louco homicida. Apesar de agora se chamar Keri Tate e trabalhar como diretora de uma escola, ela vive constantemente com medo, desconfiando que seu psicótico irmão possa descobrir seu paradeiro.

Até que, passados 20 anos desde que tudo começou, Michael Myers, o irmão psicopata, reaparece, agora perseguindo seu filho. De imediato, ela foge apavorada, principalmente quando vê seu namorado sendo morto, mas, repentinamente, decide enfrentá-lo e uma coisa fica clara: só um irá sobreviver.

O roteiro foi baseado em uma história de Kevin Williamson, que na época estava em alta com suas historinhas de terror adolescente (cono Prova Final, Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado, Pânico 1, 2,3 e 4, para citar alguns).

John Carpenter estava originalmente em negociações para ser o diretor, já que Jamie Lee Curtis queria reunir o elenco e a equipe do original. Acreditava-se que Carpenter desistiu porque não queria nenhum papel ativo na sequência. No entanto, este não é o caso. Ele concordou em dirigir o filme, mas seu salário inicial como diretor foi de 10 milhões e ele queria um contrato de três filmes com a Dimension Films. 

Carpenter racionalizou isso dizendo que a pesada taxa era uma compensação pela receita que ele nunca recebeu do Halloween - A Noite do Terror (1978) original, um assunto que ainda era um ponto de discórdia entre Carpenter e o produtor Moustapha Akkad mesmo depois de 20 anos. Quando os irmãos Weinstein da Akkad e da Dimension Film recusaram as exigências de Carpenter, ele abandonou o projeto.

O filme tem um ótimo elenco de apoio, como Josh Hartnett, Michelle Williams, Joseph Gordon Levitt, Janet Leigh (sim, ela mesma!!!) e o retorno da Jamie Lee Curtis. Mesmo depois de 20 anos, Jamie disse que ver Michael Myers no set ainda a assustava. LL Cool J sempre foi fã de filmes de Halloween. Sua mãe o levou para ver o original quando ele tinha apenas nove anos.

Halloween deveria originalmente ser uma continuação dos filmes anteriores (exceto Halloween III: A Noite das Bruxas). O desafio de Kevin Williamson era manter os filmes 4 a 6 na continuidade, explicando a "morte" de Laurie Strode e reconhecendo sua filha Jamie Lloyd desses filmes (interpretada por Danielle Harris e JC Brandy) como cânone. 

Kevin Williamson esteve envolvido em várias áreas de produção. Embora não seja diretamente creditado como roteirista, ele reescreveu os diálogos dos personagens nos momentos adolescentes. A Miramax/Dimension Films sentiu que seu envolvimento merecia ser creditado como co-produtor executivo.


O roteiro original para H20 incluía, portanto, uma cena em que Sarah (Jodi Lyn O'Keefe), a aluna da escola onde Laurie (Jamie Lee Curtis) leciona sob o nome de Keri Tate, faz um relatório de aula sobre os assassinatos de Haddonfield. Ela dá muitos detalhes sobre a onda de assassinatos de Michael Myers, com sua irmã Laurie sendo a única sobrevivente, e confirma que sua filha Jamie mais tarde perdeu os pais em um acidente de carro.
 
No entanto, Sarah então relata um boato de que Laurie não está morta, mas vive sob outra identidade; ela supostamente entregou Jaime para adoção para manter a garota protegida de Michael, mas o cadáver mutilado de Jamie foi encontrado há um ano de qualquer maneira. Ao saber da morte de sua filha, Laurie, angustiada, vai ao banheiro passando mal.


A explicação de Williamson foi que Laurie fingiu sua própria morte e entrou no Programa de Proteção a Testemunhas com seu filho, sob os pseudônimos "Keri e John Tate". Esta cena foi retirada do filme junto com todas as referências ao Halloween 4 a 6 quando foi decidido que essas sequências seriam ignoradas, e o filme seguiria diretamente de Halloween II: O Pesadelo Continua! (também fazia pouco sentido que Laurie levasse o filho consigo para o esconderijo, mas não a filha). 

Embora o retorno de Jamie e Michael na parte 4 tenha sido omitido do filme, Laurie se escondendo com um nome falso ainda permaneceu no filme final, acrescentando que Michael pode ter sobrevivido à queimadura no final de Halloween II: O Pesadelo Continua!.


A treta da morte de Myers

Um grande conflito surgiu quando Jamie Lee Curtis descobriu que o produtor Moustapha Akkad tinha uma cláusula embutida nos direitos do Halloween de que Michael Myers nunca poderia ser morto. Curtis teve a impressão de que ela poderia finalmente matar Michael Myers neste filme e, na verdade, ela questionou inicialmente o final original, que envolvia Myers aparentemente morrendo em um incêndio, mas era meio vago. 

Ela ficou chocada. Kevin Williamson então habilmente apresentou uma solução em que Laurie decapitaria "o homem com a máscara de Michael Myers" e que eles não mostrariam mais nada que sugerisse que Michael sobreviveu. Curtis concordou e as cenas que revelam que Michael colocou sua máscara em um paramédico foram filmadas após a conclusão da filmagem principal do filme. 


Assim que foi tomada a decisão de que Michael retornaria, Curtis explicou mais tarde: "Então, o que eu disse a eles foi: se é assim que vamos concluir o filme, sem que o público saiba, então terei que voltar para mais um filme, por um instante para concluir a história de Laurie." 

Foi por isso que ela voltou para o Halloween: Ressurreição (2002), tendo surtado ao saber que matou um homem inocente.

Nas entrelinhas

Durante uma das cenas na escola, Charlie (Adam Hann-Byrd) diz a John (Josh Hartnett): “Daqui a 20 anos, você ainda estará morando com ela, provavelmente administrando algum motel estranho, no meio do nada. ." Esta é uma referência a Psicose (1960), estrelado pela mãe de Jamie Lee Curtis e colega de elenco de 'H20', Janet Leigh. Norma (Janet Leigh) diz a Kerri/Laurie que o chuveiro das meninas está entupido novamente. Esta é uma à famosa “cena do chuveiro”.


Durante a cena de saída de Norma, ela fica na frente do carro de Psicose (1960). A música que toca ao fundo nesta parte também é de Psicose. Janet Leigh, que interpreta Norma, interpretou Marion em Psicose. A placa do carro também é a mesma do segundo carro que Marion compra em Psicose, NFB 418, que são as iniciais de Norman Bates e, por último, Norma é o primeiro nome da mãe de Norman Bates de Psicose.

Quando Jimmy aparece pela primeira vez, ele está usando uma máscara de hóquei que é sem dúvida uma referência a Jason Voorhees. O diretor Steve Miner, que também dirigiu Sexta-Feira 13 - Parte 2 (1981) e Sexta-Feira 13 - Parte 3 (1982), este último dos quais Jason adquire sua marca registrada máscara de hóquei de uma de suas vítimas.

Para finalizar: Durante uma entrevista de 2018, Jamie Lee Curtis disse que se arrependeu de ter feito o filme: "H20 começou com as melhores intenções, mas acabou não sendo nada."

Jamie Lee Curtis disse, não eu. 

Eu só concordei...


🔷Halloween: A Ressurreição (2002)

Quando você faz uma maratona de uma franquia, e já fiz muitas, você percebe a evolução dos filmes com mais clareza, ou decadência. No caso dos Halloweens, os filmes vão diminuindo pontos positivos a cada obra. Neste sentido, este filme de 2002 é o ponto mais baixo. Tanto que decidiram fazer um remake a seguir, pois a história se perdeu absurdamente.

A história? Bem ao estilo Kevin Williams, um grupo de estudantes universitários é contratado por uma empresa para passar uma noite na casa em que Michael Myers (Brad Loree) passou a infância, com transmissão ao vivo pela internet, para divulgar o lançamento do site Dangertainment.com. Porém, ao chegar no local eles começam a perceber que terão que enfrentar uma verdadeira batalha para sair da casa com vida, já que Michael Myers voltou e disposto a acabar com os intrusos.

No filme, descobrimos que em 31 de outubro de 1998 (ou seja, final do filme anterior), Laurie Strode "acidentalmente" mata um paramédico com quem seu irmão Michael Myers havia trocado de roupa (hein??!!). Laurie, culpada, é agora prisioneira do Sanatório Grace Andersen, onde as enfermeiras acreditam que ela é catatônica.

Jamie Lee Curtis odiava a ideia de uma sequência, pois sentia que Laurie teve um final satisfatório no filme anterior. Ela inicialmente se recusou a estar neste filme, até que finalmente concordou em fazer sua parte, apenas sob a condição de ser morta na abertura do filme para ter certeza de que sua personagem, Laurie Strode, não o faria aparecer em outra sequência. (Na época do lançamento inicial do filme, os produtores executivos Malek Akkad e Moustapha Akkad tentaram explicá-lo, alegando que Jamie Lee Curtis "estava tão impressionada com o roteiro, que queria um grande papel nele". Ela declarou publicamente que não era o caso, ela estava sob contrato para fazê-lo).

Originalmente, os executivos da Miramax queriam dar continuidade à série criando uma história totalmente nova que não tivesse nada a ver com Michael Myers após o último filme, de forma semelhante a Halloween III: A Noite das Bruxas (1982), mas os resultados das pesquisas realizadas em sites de fãs provaram aos produtores que os fãs queriam que Michael Myers voltasse.

Nas entrelinhas

Enquanto está no asilo, Laurie Strode tem uma boneca Raggedy Ann. No filme original, ela tinha uma boneca Raggedy Ann semelhante na cômoda de seu quarto. A boneca é a Annabelle original.

Jamie Lee Curtis aparece na capa do filme com cabelo curto, apesar de ter cabelo comprido no filme. Olhando mais de perto, percebe-se facilmente que se trata da mesma foto dela que foi usada no pôster do filme anterior, Halloween H20: Vinte Anos Depois (1998).

O filme termina com gancho para continuação, quando Michael Myers abre os olhos e revela que está vivo no necrotério. Josh Hartnett foi originalmente planejado para reprisar seu papel como John Tate em outro filme, intitulado Halloween: Retribution, e buscar vingança pela morte de sua mãe. 

O roteiro inicial também incluiu o personagem do Xerife Leigh Brackett, que se juntaria à sua busca por vingança, já que Michael matou sua filha Annie. A reação da crítica, juntamente com o fracasso do filme nas bilheterias e a morte do produtor executivo, Moustapha Akkad, ceifaram qualquer plano para uma sequência. O próximo filme seria o remake de Halloween (2007).

Um clichê da trajetória das continuações dá as caras aqui: quando não há mais caminhos a seguir devido ao rumo perdido pelos roteiristas, um reboot é anunciado. O que ninguém poderia supor é que o remake viria pelas mãos de Rob Zombie.

Homenagem

Moustapha Akkad, cujo nome completo era Moustapha Al Akkad, nasceu em 1º de julho de 1930, em Aleppo, na Síria. Ele cresceu em uma família muçulmana e, desde jovem, mostrou interesse no mundo do entretenimento. Após concluir seus estudos iniciais, Akkad se mudou para os Estados Unidos para estudar cinema na Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA). Ele obteve um diploma em cinema e teatro e começou a trabalhar na indústria cinematográfica.

Akkad iniciou sua carreira produzindo e dirigindo filmes de língua árabe destinados ao público do Oriente Médio. Seus primeiros trabalhos incluíram filmes como "Maomé - O Mensageiro de Alá" (1976) e "Leão do Deserto" (1981), que alcançaram sucesso tanto no mundo árabe quanto internacionalmente.

No entanto, o trabalho mais famoso de Akkad é sua associação com a franquia de filmes "Halloween". Em 1978, ele produziu o primeiro filme da série, intitulado "Halloween", que se tornou um clássico do gênero de terror. O filme foi dirigido por John Carpenter e lançou a carreira de Jamie Lee Curtis. Akkad continuou a produzir vários filmes da série, incluindo várias sequências e reinicializações.

Tragicamente, Moustapha Akkad e sua filha Rima Akkad Monla foram vítimas de um ataque terrorista em 9 de novembro de 2005, em Amã, na Jordânia. Eles estavam hospedados no Hotel Radisson SAS, onde um grupo extremista realizou uma série de ataques coordenados. O ataque resultou na morte de Akkad, sua filha e várias outras pessoas.

Akkad deixou um legado significativo na indústria cinematográfica. Sua dedicação em trazer histórias e personagens relevantes para o público tanto do Oriente Médio quanto do mundo ocidental o tornou um produtor e diretor respeitado.

Para finalizar: Em uma entrevista, John Carpenter afirmou que o filme o fez estremecer.

Em 2015, ao ser entrevistada, Jamie Lee Curtis disse que este filme era uma piada completa, e que a única razão pela qual ela fez o foi porque ela assinou um contrato ao fazer Halloween H20: Vinte Anos Depois (1998), porque essa era a única maneira de fazer o H20.

De fato, o filme conseguiu piorar o que estava ruim.

🔷Halloween - O início (2007)

Como a franquia chegou no seu desgaste nível máximo (destino pior teve Jason, que antes do remake, ainda foi para o espaço), um reinício veio ao mundo. E nada mais comum que um remake que explica a origem do vilão. 

A história começa na sua infância em Haddonfield, quando Michael Myers (Daeg Faerch), aos 10 anos, é atormentado pelos colegas de escola e também por sua família. Para extravasar a raiva, o garoto passa a usar uma máscara de palhaço, com a qual tortura e mata animais. Até que, em um Dia das Bruxas, a mãe de Michael é chamada pelo psiquiatra da escola para uma conversa. 

Um gato morto e fotos exibindo maus tratos com animais são mostrados a ela, sob a alegação de que seriam indícios de que Michael possui distúrbios psicológicos. Ao saber que seria analisado, Michael foge da escola. Já em casa é impedido de sair para comemorar o Dia das Bruxas, pois sua irmã deseja ficar com o namorado. Como vingança, ele mata o casal com facadas. 

Este ato faz com que Michael seja condenado e permaneça em uma clínica psiquiátrica por 15 anos, período o qual não diz uma palavra sequer e ocupa seu tempo confeccionando máscaras. Até que, na véspera do Dia das Bruxas, Michael (Tyler Mane) consegue escapar, retornando à sua cidade natal para se vingar.

Apesar do bombardeio crítico e financeiro de Halloween: Ressurreição (2002), o produtor de longa data de Halloween, Moustapha Akkad, ainda pretendia continuar a série, inclusive considerando um crossover com a franquia Hellraiser – Renascido do Inferno (1987). 

Um conceito era trazer de volta a filha de Laurie Strode, Jamie Lloyd, em "Halloween: Bad Blood" (apesar de sua morte em Halloween 6: A Última Vingança), enquanto outro, intitulado "Halloween: Retribution" (estrelado por Lindy Booth ) teria trouxe de volta John Tate de Halloween H20: Vinte Anos Depois (1998), em busca de vingança de Michael Myers pela morte de sua mãe Laurie em Ressurreição. 

Outros roteiros que nunca foram produzidos incluem "Halloween: Asylum" (Michael se liberta do corredor da morte) e "Halloween: The Missing Years" (um prequel que teria ligado Michael aos eventos do não relacionado Halloween III: A Noite das Bruxas). Akkad estava trabalhando ativamente em uma história centrada no Dr. Wynn de Halloween 6: A Última Vingança (1995), mas esses planos foram interrompidos devido à sua morte repentina em 2005. 

Seu filho Malek Akkad decidiu então reiniciar a série, junto com o A Weinstein Company, que obteve os direitos quando comprou a Dimension Films da Disney. Bob Weinstein abordou pessoalmente Rob Zombie, que, apesar de não gostar de remakes, ficou entusiasmado por ser fã do filme original.

O filme tem pontos interessantes, principalmente no primeiro ato, que mostra os "porquês" do que seguiria. A máscara de Michael tem sua própria história, para fornecer uma explicação do motivo pelo qual ele a usa, em vez de fazer com que o personagem simplesmente roube uma de forma aleatória como no filme original. 

Embora Zombie tenha adicionado mais história ao personagem de Michael Myers, criando mais conteúdo original para o filme, ele optou por manter intacta a máscara da personagem e a música tema de Carpenter para sua versão. Outra questão interessante é o uso de diversos nomes famosos do horror que dão as caras ao longo da produção. Inclusive Danielle Harris (Annie) que já havia interpretado Jamie Lloyd, filha de Laurie Strode, em Halloween 4 e Halloween 5.

Rob Zombie disse que foi ao encontro com os Weinsteins com dois filmes em mente: um sendo estritamente apenas Myers e sua infância, depois o remake. Eles rejeitaram a ideia, por isso no remake a primeira metade do filme foca na infância de Myers. 

Muito foi falado na época sobre o filme. Na maioria das vezes, dizendo que o filme era muito violento, ou que fugiu muito da proposta original. Meros apontamentos para disfarçar a opinião real: o problema não é ser uma obra autoral. O problema é o autor e as escolhas infelizes que faz. E usar "Love Hurts" e o tema de Magyver em cenas do filme não foram exatamente boas escolhas... 

Rob Zombie é um diretor com muitos fãs, mas feliz, ou infelizmente, não sou um deles!!!


🔷Halloween II (2009)

Como vivemos num mundo imperfeito, eis que o remake ganhou sequência. Aqui, Laurie Strode (Scout Taylor-Compton) é levada ao hospital, após "matar" Michael. Sua paz logo é abalada com o ressurgimento de Myers (Tyler Mane), que mata todos os que cruzam seu caminho para encontrar sua irmã Laurie.

O filme está entre os piores. Curioso é que a produção é uma continuação do remake e não um remake da continuação, garantindo liberdade para Zombie fazer o que bem-quisesse. E é o que o diretor fez. 

Rob Zombie afirmou originalmente que nunca faria uma sequência de Halloween - O Início (2007), e foi por isso que Laurie atirou fatalmente em Michael Myers, à queima-roupa, no rosto no primeiro filme. Mesmo assim, quando o estúdio decidiu fazer um, ofereceu o trabalho aos diretores franceses Alexandre Bustillo e Julien Maury com base na força de seu filme de terror A Invasora (2007). 

Como fãs do trabalho de Zombie, eles ficaram honrados em ampliar sua visão, e a ideia deles era basicamente seguir a estrutura do Halloween II original: O Pesadelo Continua! (1981), com cenas adicionais da época de Michael em Smith's Grove e revelando que Charles Brackett era o verdadeiro pai de Laurie Strode. 

No entanto, Zombie eventualmente desenvolveu algumas ideias para uma sequência, então ele assinou contrato para escrever e dirigir uma porque não queria que outra pessoa arruinasse sua visão. Bustillo e Maury foram demitidos, embora seu conceito de insanidade de Michael Myers afetando outras pessoas tenha sido mantido no filme final.

Curiosamente, o filme foi arruinado. Nada funciona. Devido à sua experiência ruim trabalhando com os Weinsteins em seus filmes de Halloween, Rob Zombie os rejeitou, especialmente este segundo que, segundo ele, teve uma interferência de estúdio ainda pior: "O primeiro foi uma experiência miserável para mim, e então Fiquei muito reticente em fazer o segundo. Fiz o segundo e pensei: 'Ok, bem, o primeiro foi uma experiência péssima, mas deu certo, então talvez seja mais fácil na segunda vez?' Foi pior. 


Oh meu Deus, eu senti que eles não estavam confiando em mim no primeiro porque queriam ter certeza de que seria um sucesso e agora eles não estavam confiando em mim para não estragar o sucesso deles. .. Eles me mostravam cenas do Halloween [2007] para tentar deixar claro e eu dizia, 'Sim, eu sei, por que você me mostra isso como se eu nunca tivesse visto antes?'"

Zombie ainda foi chamado para o terceiro que se chamaria Halloween 3D e sairia 2 anos depois, mas ele não aceitou (ainda bem !!!).

- Não se sinta impedido por qualquer uma das regras que tivemos no passado. Eu quero que esta seja a sua visão e eu quero que você expresse essa visão.

Estas foram as falas do produtor Malek Akkad à Rob Zombie.

Para o bem ou para o mal, foi isto que ele fez.

Quando não há nada além do vazio...

Embora o filme comece com uma explicação para o significado do cavalo branco de brinquedo de Michael, e ele frequentemente apareça ao lado de sua mãe em suas alucinações, Rob Zombie disse que realmente não tem nenhum significado mais profundo do que o já estabelecido no filme, para contrariar as muitas teorias de fãs que tentam explicar a cena. 

O cavalo de brinquedo é simplesmente uma representação da inocência perdida de Michael e nada mais, pois é um brinquedo de sua infância outrora feliz. De acordo com Zombie, ele escolheu um cavalo branco porque era mais cinematográfico e realmente poderia ter sido qualquer outra coisa, incluindo um caminhão de bombeiros.

Uma teoria popular dos fãs de Halloween é que Micheal Myers morreu quando Laurie atirou nele no final do primeiro filme, como era a intenção original de Rob Zombie. O final deste filme pode ser interpretado como Laurie tendo desenvolvido um transtorno dissociativo de identidade devido ao trauma do primeiro filme, bem como sua predisposição genética para doenças mentais. 

Isso significa que ela imaginou Michael ainda vivo e que cometeu todos os assassinatos, mas teve alucinações de que Micheal os cometeu. A inclinação de Laurie à insanidade foi confirmada por Zombie em seus comentários e making-ofs.

Mas a realidade, é que o filme é tão ruim, que os fãs insistem em extrair suco de uva de folha seca de espiga de milho... Halloween II é um filme vazio, errado, e que não há nada a dizer. 

E que ótimo porque fica ainda mais fácil esquecer...


🔷Halloween (2018)

Uma grata surpresa é a melhor forma de definir esta continuação do filme de 78. A produção é uma carta de amor ao original. Você assiste ao filme através do olhar de um fã (ou melhor, fãs, considerando, diretor e roteiristas). 

Na história, após quatro décadas de ter conseguido escapar do ataque de Michael Myers em uma noite de Halloween, Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) terá que confrontar o assassino mascarado pela última vez. Ela foi perseguida pela memória de ter sua vida por um triz, mas dessa vez, quando Myers retorna para a cidade de Haddonfield, ela está preparada.

31 de outubro

Depois de não conseguir desenvolver um novo filme de Halloween a tempo, a Dimension Films perdeu os direitos de produção de uma sequência, que voltou para a Miramax. A produtora de Michael Bay, Platinum Dunes, que já havia produzido os reboots O Massacre da Serra Elétrica (2003), Horror em Amityville (2005), Sexta-Feira 13 (2009) e A Hora do Pesadelo (2010), lançou uma ideia para um novo filme de Halloween, mas a Miramax decidiu se juntar à Blumhouse Productions devido ao seu sucesso com filmes de terror. 

Em Halloween há transições interessantes como a neta de Laurie, olhando pela janela do colégio, e vendo a vó. No original, quem está no colégio é Laurie, e olha também pela janela, só que vê o vazio, já sentindo o perigo que está por vir. Aliás, algo bem interessante, que faz do filme acima dos outros, é o clima de perigo. Além dos sustos (muitos), há uma sensação de que qualquer um pode ser morto. E não há espaço para politicamente correto. Meyers mata qualquer um. 

Curioso notar como quase metade do filme se passa de dia. E isto não diminui a tensão das cenas. Seja a antológica cena do hospital psiquiátrico ou mesmo os assassinatos no posto de gasolina. E quanto a penumbra toma a telona, uma sensação de que a névoa (do filme do próprio Carpenter) vai tomar conta de algumas cenas (como a da fuga ou mesmo da cena do carro de polícia).

Outra curiosidade são os assassinatos. São sutis e perturbadores. A contagem de corpos do filme é impressionante, talvez a maior de toda série. Há inclusive uma observação curiosa: o título não usa os famosos subtítulos inúteis, como "O retorno", "A missão", "A vingança". É puro e simples Halloween, sugerindo exatamente o que vemos em tela: são filmes que habitam o mesmo universo, mesmo que 40 anos depois. Você tem a opção de esquecer todas as continuações e ver os dois em sequência, que tudo funcionará com perfeição.

Myers tem a mitologia mais simples, se consideramos outros ícones do horror que viriam logo a seguir. Ele apenas mata. Usa máscara, busca a maior faca que tiver disponível na cozinha mais próxima, e mata. Ao contrário de figuras como Freddy, que mata em sonhos elaborados, ou Jason, que na maioria dos filmes, espera suas vítimas no acampamento de Cristal Lake, Michael detona quem estiver no seu caminho, em qualquer lugar e sem hesitar. 

O produtor do filme é Malek Akkad, filho de Moustapha Akkad, o produtor do "Halloween" original de 1978, que morreu no atentado terrorista a um hotel em Amã, na Jordânia, em 2005. Jamie Lee Curtis contou que Malek foi a primeira pessoa que viu quando foi ao set no primeiro dia das filmagens do filme de 2018, de quem ela se lembrava quando era uma criança de 7 anos visitando o set durante a produção do filme original. Ela acrescentou que ver Malek pela primeira vez desde a morte de seu pai imediatamente a levou às lágrimas.

É incrível como o filme pega diversos elementos que deram errado nos filmes anteriores, reorganiza, dá novos sentidos e tudo funciona. Absolutamente coeso, a história contada é mais que uma bela homenagem: supera todos os filmes em quase 100% do que é possível superar, menos o mais óbvio: a importância do primeiro filme, que é inalcançável.

O papel de Allyson, neta de Laurie, tornou-se um papel cobiçado. Várias atrizes populares, incluindo Lucy Hale e Emma Roberts, se encontraram com Danny McBride para falar pessoalmente sobre o filme. No entanto, o estúdio decidiu que queria voltar às raízes do primeiro filme e escalar uma atriz desconhecida, semelhante à forma como Jamie Lee Curtis foi escalado no original.

Nas entrelinhas

Para conseguir a sequência de introdução da abóbora subindo novamente, o diretor David Gordon Green revelou que uma abóbora normal foi colocada na frente de uma câmera durante um período de algumas semanas até apodrecer e cair. A filmagem foi então invertida e editada adequadamente para a sequência do título, para dar a ilusão de que a abóbora estava crescendo sozinha.

Jake Gyllenhaal ajudou a convencer Jamie Lee Curtis a reprisar seu papel de Laurie Strode no filme. Jake Gyllenhaal é amigo da família de Curtis e é considerado por ela um afilhado.

Na TV, pode-se ouvir um apresentador descrevendo os acontecimentos do filme original como "os assassinatos da babá". Este era o título que Carpenter queria originalmente para o Halloween (1978). Só foi alterado depois que o produtor Irwin Yablans teve a ideia e o lançou perto do Halloween.

O posto de gasolina é quase uma réplica exata do posto de gasolina que aparece com destaque em Halloween 4: O Retorno de Michael Myers (1988), até a geladeira externa.

Um trio de crianças pode ser visto junto usando máscara de esqueleto, máscara de bruxa e máscara de Jack O'Lantern. São quase idênticas às máscaras de Halloween III: A Noite das Bruxas (1982), em que as máscaras da empresa Silver Shamrock são o dispositivo condutor da trama.

Do elenco original de Halloween - A Noite do Terror (1978), apenas Jamie Lee Curtis , Nick Castle e PJ Soles retornam (Soles interpreta uma professora, já que sua personagem original Lynda morreu no primeiro filme). O diretor John Carpenter retorna como produtor executivo e é creditado por sua trilha sonora. 

Embora Carpenter geralmente prefira não se envolver pessoalmente em sequências e remakes de suas obras (ele geralmente aceita crédito de 'roteiro original'), o produtor Jason Blum o convenceu a assumir um papel mais ativo neste filme, como conselheiro espiritual. Carpenter conheceu o diretor David Gordon Green e o roteirista Danny McBride, adorou a história e contribuiu com várias ideias de roteiro.

Com este filme, existem agora cinco cronologias distintas de Halloween:

  1. Halloween - A Noite do Terror (1978), Halloween II: O Pesadelo Continua! (1981), Halloween 4: O Retorno de Michael Myers (1988), Halloween 5: A Vingança de Michael Myers (1989) e Halloween 6: A Última Vingança (1995).
  2. Halloween III: A Noite das Bruxas (1982).
  3. Halloween - A Noite do Terror (1978), Halloween II: O Pesadelo Continua! (1981), Halloween H20: Vinte Anos Depois (1998) e Halloween: Ressurreição (2002) 
  4. Halloween - O Início (2007) e Halloween II (2009)
  5. Halloween - A Noite do Terror (1978), Halloween (2018), Halloween Kills - O Terror Continua (2021) e Halloween Ends (2022) 


Justificando erros...


Dr. Sartain afirma que o ônibus do prisioneiro caiu porque Michael dominou o motorista e o guarda. Está, no entanto, fortemente implícito que o próprio médico Sartain causou isso: ele insiste em estar no transporte, e o motorista mostra ter uma arma bem ao lado de onde Sartain se senta, facilmente ao seu alcance. 
Michael está algemado e sentado em uma parte segura do ônibus e não poderia ter chegado ao compartimento do motorista sem ajuda. Mais tarde, Sartain prova que está bastante perturbado, ao atacar o oficial Hawkins para salvar Michael, e expressa seu entusiasmo sobre como ele tem finalmente a oportunidade de ver Michael interagir em um ambiente aberto. Ele sempre planejou libertar Michael para observá-lo em ação, e fez de tudo para conseguir isso.


Simbologia da cena inicial

Nessa cena, dois podcasters, Aaron e Dana, visitam o manicômio onde Michael Myers está preso para tentar entender a mente do assassino. Aaron leva a máscara original de Michael Myers e tenta provocar uma reação nele mostrando-a. A máscara simboliza a identidade de Myers como assassino e representa o mal que está contido dentro dele. 

Ao mostrar a máscara, Aaron está desencadeando a presença do mal e mostrando que ele não pode ser controlado. A presença dos podcasters simboliza a tentativa de entender a mente de Myers e explorar os motivos por trás de seus assassinatos. Esta é uma busca pela compreensão do mal e uma tentativa de racionalizar o incompreensível. A cena sugere que o mal de Myers é algo inexplicável e além da compreensão humana.

Durante a cena, Myers permanece em silêncio e não demonstra nenhuma reação visível. Essa falta de resposta simboliza sua natureza inescrutável e sua completa ausência de empatia ou humanidade. Ele é retratado como um ser sem emoções, tornando-o ainda mais assustador e imprevisível.

E por fim, é uma ilusão de segurança, já que Myers escapa e retoma sua carnificina. Isso ressalta a crença de que o mal não pode ser contido ou aprisionado, e que sempre haverá uma ameaça presente, mesmo quando parece estar sob controle. Não à toa, o piso lembra um tabuleiro de xadrez, e ele esta apenas esperando o primeiro movimento.

🔷Halloween Kills: O Terror Continua (2021)

A trama parte do ponto que termina o anterior, além de recapitular o início de tudo em 1978 para trazer de volta personagens secundários. Considerando o ótimo resultado do filme anterior (e o final, que poderia significar um fechamento para a história), uma continuação era desnecessária. Mas devido ao sucesso enorme de público e reconhecimento da crítica, a continuação seria inevitável. 

E eles anunciaram logo duas. Mas mantiveram toda a equipe, o que certamente foi um caminho mais seguro. O que poderia dar errado? As escolhas. Algo similar ocorreu no Star Wars: A Ascensão Skywalker, que foi uma vítima completa das más escolhas do diretor e roteiristas.

Halloween Kills não é ruim. Mas seguiu caminhos equivocados, cometendo gafes imperdoáveis, como manter Jamie na geladeira boa parte do filme ou quando uma multidão, do lado de fora do hospital, confunde um paciente (de baixa estatura) como Myers.

Ao repetir seu papel como Laurie Strode pela sexta vez, Jamie Lee Curtis superou Donald Pleasence (Dr. Loomis), que apareceu em cinco filmes, com o maior número de aparições na série. Charles Cyphers, Kyle Richards, Nancy Stephens e Nick Castle estavam todos no Halloween: A Noite do Terror original (1978) e todos voltaram para esta sequência. Os personagens de Tommy Doyle e Lonnie Elam do original também retornaram, mas foram reformulados com Anthony Michael Hall e Robert Longstreet, porque Andrews se aposentou da atuação desde 2015 e Le Page nunca mais atuou após o Halloween original.

Paul Rudd foi convidado a reprisar seu personagem Tommy Doyle, mas devido a conflitos de agenda com Ghostbusters: Mais Além (2021), ele teve que recusar. Ele havia feito o personagem em Halloween 6: A Última Vingança, de 1995.

Embora a casa original usada para a casa de Myers no Halloween: A Noite do Terror (1978) em South Pasadena, Califórnia, ainda esteja de pé, ela não foi usada para a casa de Myers neste filme. Além do fato de que os novos filmes Halloween são filmados na Carolina do Norte e não na Califórnia, a casa original, que agora é usada como uma agência de seguros, é propriedade de alguém que não se importa com o legado que a casa mantém. 

De acordo com Andi Matichak, foi inicialmente planejado que Halloween Kills e Halloween Ends (2022) seriam filmados consecutivamente. Isso não ocorreu, devido a uma "agenda intensa". David Gordon Green lembrou que quando eles tentaram encontrar uma foto do anuário de uma das vítimas de Michael Myers no filme de 1978, ele se deparou com uma foto do anuário de Bob Odenkirk (Better Call Saul) que ele pensou se assemelhar ao ator original John Michael Graham. As questões de direitos foram resolvidas para que Green pudesse usar a foto de Odenkirk em vez do ator real. Odenkirk é, portanto, creditado como 'Bob', apesar de não aparecer fisicamente nele.

A Universal amargou uma reação amplamente negativa ao lançar o filme simultaneamente nos cinemas e em seu serviço de streaming Peacock. Na verdade, foi ideia do produtor Jason Blum. Blum decidiu que, devido ao fraco desempenho de bilheteria durante a pandemia COVID-19 do filme Freaky - No Corpo de um Assassino (2020) da Blumhouse, a melhor opção era oferecer aos espectadores a opção de ver o filme no streaming.

Link bem pensado

Na cena de flashback de 1978, Michael ataca o deputado McCabe (Jim Cummings) com uma corda. No original Halloween - A Noite do Terror (1978), o xerife Leigh Brackett (Charles Cyphers) respondeu a um alarme em uma loja de ferragens, e relatou que uma corda, algumas máscaras de Halloween e um conjunto de facas foram roubados.


No Halloween - A Noite do Terror original (1978), enquanto dentro da casa dos Myers, Brackett e Loomis descobrem na sala um cachorro morto. Embora referido, nunca é mostrado. Neste, porém, em uma cena de flashback, Hawkins e outro policial estão parados na sala e pela primeira vez a carcaça do cachorro é revelada.

Este filme marca a segunda vez que Marion Chambers foi morta por Michael Myers. Ela também foi morta por Myers no início do Halloween H2O. Em ambos os filmes ela foi interpretada por Nancy Stephens (reprisando seu papel de Halloween (1978) e Halloween II (1981).


Várias opções foram discutidas sobre como trazer de volta o personagem Dr. Loomis (interpretado em Halloween - A Noite do Terror (1978) por Donald Pleasence), desde apenas voz até CGI, mas então notaram que seu coordenador técnico, Tom Jones Jr. tinha uma grande semelhança com o falecido Pleasence. Eles adicionaram uma pequena maquiagem para completar a ilusão, enquanto Colin Mahan forneceu a voz.

Os criadores discutiram sobre quando poderiam quebrar as regras de Michael e fazer coisas que ele nunca fez antes; quando isso é divertido e atraente para o público, e quando isso trai o personagem. A sequência brutal em que Michael esfaqueia repetidamente o marido enquanto sua esposa ferida assiste é um exemplo, e uma cena que David Gordon Green não teria incluído no filme de 2018. E ela ainda termina com aplausos (de um stand up, na cena seguinte).


Doze abóboras são apresentadas na sequência do título de abertura, com a última indicando Halloween Kills como o décimo segundo filme de Halloween. Ainda bem que o roteirista não teve a ideia de situar o décimo terceiro numa Sexta-Feira 13 e mudar o cenário para Crystal Lake...

🔷Halloween Ends (2022) ?

A trilogia de David Gordon Green, que iniciou de forma primorosa, encerrou causando frustração e revolta por onde passou. Impossível não ficar com a sensação de que o diretor foi vítima de suas pretensões que inflaram após o sucesso do primeiro. Pretensões ou imposições do estúdio...

Em Halloween Ends, quatro anos após os eventos de Halloween Kills: O Terror Continua (2021), Laurie (Jamie Lee Curtis) agora vive com sua neta Allyson e está terminando seu livro de memórias. Michael Myers nunca mais foi visto. Após permitir que a sombra de Michael pairasse ao longo de sua existência por décadas, ela finalmente decidiu se libertar do medo e da raiva e se voltar para a vida. 

Mas quando um jovem, Corey Cunningham, é acusado de ter assassinado um menino de quem cuidava, uma onda de terror e violência pairam sobre a cidade, forçando Laurie a se juntar com outras pessoas para combater o mal. Porém, dessa vez, Laurie terá de lidar com Myers e acabar com ele, de uma vez por todas, para que o mal nunca mais volte para a cidade e ela possa, enfim, ter uma vida normal e sem medo, promovendo a paz para sempre.

Entre tramas esquecidas (como a de Frank em Halloween Kills, que queria matar Michael vingando a morte de seu parceiro, bem como sua própria culpa por não deixar o Dr. Loomis executar Michael) e homenagens que ninguém viu (como Michael tentando colocar a mão de Laurie em um triturador de lixo que remete a uma cena de Halloween H20: Vinte Anos Depois), o filme peca em todos os aspectos. 

Afinal, o que dizer da trama de Corey? Um rapaz com toda característica de bom moço que sofre bullying por conta da violenta morte acidental que causou e de repente se torna um receptáculo do mal que habita um Myers que vive no esgoto.

Achei curioso que, apesar do "Ends" no título e a completa destruição de Michael no final, Halloween tem uma obrigação contratual de continuar. Ao ser questionado se este filme será o último da série, o produtor Jason Blum confirmou que haverá mais, pois o produtor Malek Akkad tem uma cláusula proibindo que Michael Myers seja morto. 

Isto mostra como a trilogia nasceu sem razão de existir e como Gordon errou ao forjar continuações de um filme pronto e perfeito chamado Halloween (2018).

Linkando

No início, o filme que Corey e Jeremy estão assistindo é O Enigma de Outro Mundo (1982), de John Carpenter, uma referência ao Halloween original onde Laurie e Tommy assistiam O Monstro do Ártico (1951) e também uma referência a Carpenter que dirigiu tanto o Halloween original quanto O Enigma de Outro Mundo, remake de O Monstro do Ártico.

Corey Cunningham (Rohan Campbell) é inspirado em Arnie Cunningham (Keith Gordon) de Christine, o Carro Assassino (1983). Quando somos apresentados a Corey em Halloween Ends, ele mostra ter um corte de cabelo semelhante, uma camisa azul idêntica e um par de óculos pretos que lembram os de Arnie em Christine (dirigido por Carpenter). O uso de um veículo (guincho) para atacar e matar personagens é uma homenagem também a Christine.

Laurie está escrevendo seu livro de memórias, intitulado "Stalkers, Saviours, and Samhain". Em Halloween II: O Pesadelo Continua! (1981), o Dr. Loomis descobre que Michael escreveu a palavra em um quadro negro, mas lá ele traduz a palavra para significar "senhor dos mortos", o que não é historicamente preciso. 

Em Halloween III: A Noite das Bruxas (1982), Conal Cochran é uma bruxa celta que planeja um sacrifício em massa de crianças na noite de Halloween. O feriado também é central na trama de Halloween 6: A Última Vingança (1995): a maldição de mesmo nome é a Maldição de Thorn, que (no cânone daquele filme) foi a força que levou Myers a matar.


No final de Halloween Kills, Laurie Strode sugeriu que Michael Myers tem alguma força sobrenatural, enquanto parece se fortalecer com o medo das pessoas, e a cada morte fica mais forte. Isso parece ser confirmado neste filme: quando Corey encontra Michael, ele parece substancialmente enfraquecido, mas após trazê-lo para matar o oficial Doug, Michael se torna visivelmente mais poderoso.

Esta ideia dialoga com It - Uma Obra-Prima do Medo. E não é por acaso. Tal como Christine, uma adaptação de Stephen King e It foi dirigido por Tommy Lee Wallace, editor de Halloween (1978) e diretor de Halloween III (1982).

O erro

O problema de Michael Myers não é enfrentado por nenhum outro ícone slasher: falta de identidade. Parece que, a cada filme, os produtores queriam focar no "Halloween" data, esquecendo o ícone criado pelo primeiro filme. A cada pré-produção, a intenção era focar em outra situação, que não fosse Michael. O terceiro filme chegou a nem ter o personagem.

Neste Ends, a ideia é torná-lo uma mistura de Pennywise com o Frank de Hellraiser, o que é muito legal, mas que não faz qualquer sentido na mitologia. Não à toa, há várias linhas do tempo na franquia. Há personagens que morrem mais de uma vez, há origens diferentes, casas diferentes, até famílias diferentes.

A ideia dos (ir)responsáveis pela franquia sempre foi tirar a força de Michael e aqui, ele se torna coadjuvante do assassino. Uma jornada sem o menor sentido. Halloween Ends não é um filme ruim. Mas não dialoga com os dois anteriores, que deveria formar uma trilogia. Ele parece, simplesmente, um filme diferente, feito por um diretor diferente.

E é o fim? Tenho certeza que vão arrumar uma desculpa bizarra para trazer ele de volta. Principalmente porque é quase certo que Jamie não volte. Mas se pensarmos bem, os roteiristas podem inventar um parente perdido ou dizer que Michael e Laurie são a mesma pessoa.



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