OS 10 FILMES MAIS PROBLEMÁTICOS DE 2024
Esta não é uma lista dos piores filmes do ano. Se fosse o caso, talvez O Cara da Piscina ou Mamonas Assassinas - O Filme estivessem na pauta entre os primeiros. Este 10 citados abaixo são os 10 filmes mais problemáticos de 2024 pelos motivos que justifico a seguir:
Zack Snyder é um diretor que nenhum fã quer entender que ele é limitado. Tudo que ele fez de melhor (como 300, Madrugada dos Mortos e Watchmen) foi baseado em algo pronto e bom, como graphic novels ou filmes clássicos. E o que ele fez de pior, foi quando buscou ser original, Como Sucker Punch - Mundo Surreal e A Lenda dos Guardiões. E Rebel Moon é uma tentativa tosca de replicar o universo Star Wars, mas com originalidade. Porém, Rebel Moon é como assistir a uma criança ambiciosa construindo um mundo com legos emprestados.
E em 2024 ele teve a coragem de lançar versões estendidas dos filmes. Basicamente, ele esticou uma bosta, que antes tinha duas horas e passou a ter três. E uma bosta esticada ainda é uma bosta, só que esticada.
Megalopolis é um daqueles "projetos da vida" do diretor Francis Ford Coppola que demorou décadas para sair do papel (desde 1983) e custou a carreira do diretor, que procurou dirigir filmes "menores" e acumular resultados com sua vinícola para financiar parte de sua obra megalomaníaca. Entre opiniões divergentes e um resultado catastrófico nas bilheterias (custou em torno de 130 milhões e rendeu apenas 13, sendo 7 nos EUA), o filme é, sem dúvidas, um dos mais problemáticos do ano.
Megalopolis é um filme que você quer gostar mais por que é do Coppola, e é um filme que odeia ainda mais por ser dele...
Quem não gosta de um bom filme biográfico? Ou série... E são muitas personalidades que podem ter suas vidas levadas para as telas, como O Rei da TV, por exemplo, que mostrou como a vida do apresentador Silvio Santos tem muitas nuances cinematográficas. Mas com o filme Silvio, é a primeira vez que vejo um filme sendo oportunista encabeçado por um ator que nem se deu o trabalho de atuar, pois sua aparente intenção era ter seu rosto ligado ao SBT. Eis que o oportunismo teve um timing "perfeito" já que Silvio Santos faleceu pouco antes do filme ser lançado. Poderiam ter feito uma obra de arte, mas o filme só não foi pior que Mamonas Assassinas, que é o ralo do fundo poço dos filmes ruins.
Madame Teia é um filme todo errado, começando pelo roteiro, que não acerta nada. O belo trio de mulheres aranha, que nos empolga em uma cena do trailer, é apenas um vislumbre da personagem Cassandra Webb sobre as 3 "migas". E não dura mais que 10 segundos a cena. E é isso, Madame Teia é péssimo e só fez 43 milhões nos EUA por que o Homem-Aranha tinha muitos fãs crentes ainda na relação Aranha & Sony. Mas aparentemente começaram a perder nos filmes que se seguiram.
Kraven, o Caçador, é um filme bastante "OK". É o primeiro acerto da Sony com os vilões do Universo Aranha (que fez vergonha com Madame Teia, Morbius e os 3 Venon, ainda que estes últimos tenham se dado bem nas bilheterias). Porém, Kraven foi atingido por uma onda de desânimo e desesperança com filmes de heróis a ponto de fazer apenas vinte milhões nos EUA e 30 no resto do mundo. Literalmente, os fãs não pagaram para ver se o filme era bom, preferindo recorrer a streamings. Eu mesmo fiz isso. Uma pena, pois ele não merecia este trágico fim.
O Coringa de 2019 foi um improvável acerto no alvo, já que o diretor Todd Phillips fazia filmes como Se Beber, Não Case! e Caindo na Estrada. Ele rendeu mais de 1 bilhão nas bilheterias e vários prêmios. Quando Coringa 2 foi anunciado, e com a Lady Gaga no elenco interpretando Arlequina, não havia um único indício que algo daria errado, afinal, era só fazer mais do mesmo, com ela no elenco, que tudo seria melhor. Mas devido a um delírio a dois (o ator e o diretor), eles entenderam que era melhor fazer um filme ruim, já que o primeiro seria sempre visto como melhor. E por ser tão mal escrito, mal interpretado, o filme deu o que falar, principalmente quando alguém dizia que gostou.
Eu sei que é um erro, mas é difícil dissociar este Corvo da versão de 1994. O filme de Alex Proyas, com Brandon Lee é ótimo, mas não é um padrão a ser seguido. Reinvenções e releituras são bem-vindas, se, e somente se, forem bem feitas. Neste sentido, tudo em Corvo é fora do lugar. Não temos qualquer empatia com o casal central. Ela morrer, não faz diferença. Ele morrer, nos faz um favor. O bom, é que o filme acaba após quase duas horas de agonia. Resultado: custou 50 milhões e rendeu apenas 9 nos EUA e 14 nos outros países. É um filme que ninguém pediu, mas o diretor poderia ter nos surpreendido com algo digno. Falhou miseravelmente.
Borderlands: O Destino do Universo Está em Jogo é o filme mais equivocado entre as ótimas adaptações de games para cinema ou streaming. Começando pelo diretor Eli Roth, acostumado a dirigir filmes como O Albergue, Feriado Sangrento e Canibais. Ele claramente está fora de sua zona de conforto e entregando um péssimo trabalho. E o mais incrível é o elenco, contando com Cate Blanchett, Kevin Hart e Jamie Lee Curtis. O filme erra em tudo e é ruim em tudo. Resultado: 15 milhões de bilheteria nos EUA e 17 no mundo, com um orçamento de 120. Borderlands não nadou e morreu na praia. Morreu no parto.
Ao contrário de Borderlands, Argylle é um filme com suas peças no lugar. O diretor Matthew Vaughn vem de vários acertos, como a trilogia Kingsman, Kick-Ass: Quebrando Tudo, X-Men: Primeira Classe, além de produzir Tetris e Rocketman. O elenco, afiado para este tipo de filme, traz Henry Cavill, John Cena, além de Bryce Dallas Howard, Ariana DeBose e Sam Rockwell.
O filme é bem dirigido e com uma história interessante, considerando o gênero de ação, que, geralmente, não tem muitas questões além das cenas bem feitas. Mesmo assim, foi destroçado pela crítica e o resultado veio nas bilheterias: custou 200 milhões e rendeu 96 no total, tornado-o um dos fracassos mais desastrosos de todos os tempos.
Não merecia. Mas quem foi o louco que topou investir este valor todo num filme como este? Será que ele imaginou que o filme renderia uns 800 milhões (a margem de lucro é o filme render 4 vezes mais que custou).
A Garota de Miller é um filme que ganhou destaque pela mídia, que problematizou algo que é comum na vida e no cinema, um relacionamento entre professor e aluna, que nem é tórrido, nem é polêmico, muito menos nojento como muitos pregaram. Principalmente porque a atriz é maior de idade. Há muito mais polêmicas e discussões em uma obra como Lolita (principalmente a versão de Adrian Lyne). Garota de Miller é um bom filme como tantos outros, com erros e acertos, mas que foi vitimado pela hipocrisia das redes (anti) sociais.