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FERNANDO ALVES PINTO - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS

Fernando Alves Pinto é um ator brasileiro nascido na cidade de São Paulo no dia 06 de maio de 1969. É filho do cartunista Zélio Alves Pinto, sobrinho de Ziraldo e primo da cineasta Daniela Thomas e do compositor Antonio Pinto. Cresceu no bairro de Higienópolis. Estudou no colégio São Luís, onde começou a fazer teatro. Fernando e um grupo de amigos montaram, em 1985, a peça “Pluft, o Fantasminha”. Ele dirigia e fazia o pirata da perna-de-pau. 

No ano seguinte, o mesmo grupo montou a peça “Merlin e a Demanda do Santo Graal”. Em 1987, o ator foi morar em Nova York com os pais. Lá fez ioga, interpretação, malabarismo. Ficou com os pais por quatro meses. Depois, com mais sete primos, alugou um apartamento que era do Gerald Thomas, então marido da Daniela Thomas. Começou a trabalhar com marcenaria e carpintaria.

Entre idas e vindas, fez algumas peças no LaMama, incluindo um pequeno papel em em uma peça de Moliére. Entrou em uma companhia de teatro físico, em que a base é mímica. Quando estava nessa companhia, foi chamado para fazer o filme Terra Estrangeira (1995), de Walter Salles e Daniela Thomas. Logo depois, foi chamado para fazer o programa “Você Decide”, da Rede Globo, dirigido por Fábio Barreto, contracenando com Vera Fischer. 

Em 1996, com apenas duas semanas de filmagens de Tônica Dominante, o ator sofreu um acidente, ficou em coma durante alguns dias e perdeu a memória. Durante seu período de recuperação seu maior estímulo foram justamente as aulas de clarinete dadas pela própria diretora Lina Chamie. Em 1999, com Fernando já recuperado, as filmagens foram retomadas e o filme foi enfim concluído.

De lá pra cá, fez vários papéis marcantes e hoje, é nossa vítima das 7 perguntas capitais. 

Confira como foi.


1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Você é um apaixonado por cinema? Coleciona filmes? Costuma ir aos cinemas regularmente? Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte. 

F.A.P.: Cinema é uma união da arte visual, musical e poética. Sim, sou adepto à cinefilia. Não coleciono filmes, aprecio o ritual de ir ao cinema, acho que mesmo se tivesse um cinema em casa, preferiria ainda ir ao cinema. Tenho alguns DVDs que não poderia evitar, e assisto muito na TV, já que a cinematografia em cartaz é pequena por aqui.

2) Houve alguma experiência na sua vida artística que te marcou? Há algum caso específico que queira compartilhar?

F.A.P.: Sem dúvida as filmagens do “Tônica Dominante” serão sempre um marco. Os filmes da Lina Chamie são poemas cinematográficos lindos, nesse, minha personagem é um clarinetista de orquestra. Lina é clarinetista e me dava aulas pras filmagens. O que ocorreu é que, nos supostos últimos dias da filmagem, saindo de uma aula de clarineta com Lina, indo encontrar o grupo de dança novaiorquino Stump, que trabalhava como tradutor, tive um acidente grave, minha bicicleta prendeu a roda num buraco escondido pela agua da chuva e eu voei protegendo minha clarineta e caí de cabeça na quina de um carro estacionado. 

Convulsões, coma e incerteza de volta. As filmagens pararam e retomaram só 3 anos depois, quando voltei a funcionar. O coma foi uma viagem enorme, como se tivesse entrado em um foguete que quebrou nos limites do sistema solar e tivesse que voltar à pé, sem mapa…Posso dizer que a ajuda do meu estudo musical para o filme, a clarineta e outros instrumentos, o cinema e a música, me ajudaram a voltar a pensar e mesmo a existir.

3) Qual trabalho em sua carreira você considera o melhor? 

F.A.P.: Cada um tem sua história, o Terra Estrangeira, é muito importante, em muitos sentidos, a retomada da auto-estima do país pelo renascimento do cinema, é meu primeiro filme, com um time de mestres, a Dani Thomas, os Walters, o Salles e o Carvalho, a Fernandinha Torres, o Luis Mello, enfim. 

M.V.: Houve um que te deu mais prazer em fazer? Pode ser qualquer em qualquer área de atuação (filme, tv, peça…)

F.A.P.: Acredito que como ator, meu mais forte é o “Para Minha Amada Morta” do Aly Muritiba, um personagem muito denso e com uma das minhas sequências favoritas, no começo quando ele tem o choque assistindo o vídeo.

No Teatro tenho algumas favoritas que acredito ter me divertido também, o muito especial “Esperando Godot” direção do Zé Celso, “As Três Irmãs” inesquecível montagem de Bia Lessa, e outra queridíssima, que pode até voltar que é muito amada pelo elenco todo, “A Mulher Que Ri” de Yara Novaes de um texto de Paulo Santoro.

4) Eu adoro seus trabalhos, mas "Dois coelhos" é um filme daqueles que assisto sempre que posso. Foi um dos melhores, mais engenhosos e mais bem montados filmes nacionais que já assisti. Pode me dizer algumas curiosidades da produção?

F.A.P.: Pois, 2 Coelhos, sim, ia até falar dele na última pergunta, é muito importante também. Afonso é muito talentoso, e ele tinha tudo muito claro na cabeça filmando. Foram peculiares as filmagens também, porque o meu personagem, é o protagonista, mas acredito que não está em mais da metade das cenas. Então as minhas filmagens foram um pouco saltadas, não filmava todos os dias. Foi muito bom quando fui gravar a narração, contando a história, foi delicioso como eu me diverti, como nos divertimos acho, no estúdio! Foi aí que eu finalmente senti, como se eu abraçasse, o filme inteiro, contando a história do Edgar como o Edgar.

M.V.: Em minha opinião, um filme inspiradíssimo. E uma das coisas que mais gosto é justamente sua narração. Uma das mais memoráveis dos últimos tempos, juntamente com a do Wagner Moura em "Tropa de elite".

5) Agora relativo ao cinema em geral, há uma lista dos filmes que mais gosta?  Um TOP 10 ou algo assim...

F.A.P.: "Funny & Alexander", “Macunaíma", "Em Busca do Cálice Sagrado - Monty Pithon", qualquer um do Peter Sellers e mais antigo, do Buster Keaton!

M.V.: Buster Keaton era um gênio. Curioso é que ele morreu dia 1 de fevereiro (dia do meu aniversário) e exatamente 10 anos antes (risos).

F.A.P.: Ele era mesmo um mestre.

6) Fale um pouco dos seus próximos projetos. Há algum filme em vista?

F.A.P.: Saindo do forno temos o "Rio-Santos" do Klaus Mitteldorf que deve ser lindo e o “Legalidade” do Zeca Britto, muito importante de memória nacional. Também em VOD pelo Canal Brasil o “Quando o Galo Cantar Pela Terceira Vez, Renegarás Sua Mãe” muito ousado do Aaron Torres que eu faço uma personagem que também gosto muito, um esquizofrênico funcional que me surpreendeu na primeira sessão onde tínhamos um time de psicanalistas que muito apreciaram! Em VOD do Canal Brasil/Net/Now também temos uma produção muito corajosa de Inez Viegas chamada “Desabafo” onde eu e Inez fazemos 3 personagens muito distintos.

7) Para finalizar, se pudesse nos deixar uma lição desta vida dedicada à arte, qual seria?

F.A.P.: Nada faz sentido, tudo é, ou vira contraditório. Mas tudo, só faz sentido através da Arte. Enfim, arte é essencial como o ar mais até que a comida. Mesmo que todo o resto insista na superfluidade da arte, que ela não é essencial, é ela que nos faz entender o Todo, ver que as coisas nunca são o que parecem. Nada não é fácil. A vantagem da arte da interpretação é que tudo, toda e qualquer atividade, gosto, apetite, profissão, tudo vai ser matéria prima pros personagens e situações. A Arte faz muito bem pra quem vê e pra quem faz. Amplia os sentidos, é como ir pra uma academia e fazer alongamento de sensações e fortalecimento de caráter.

M.V.: Obrigado amigo. A gente se vê nos filmes.


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