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KAREN SUZANE - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS


Karen Suzane, nascida em 24 de outubro de 1991, é formada em Cinema e Audiovisual pela UFF e atua como diretora e roteirista. Em 2018, dirigiu o curta A Mulher que Eu Era, vencedor de quatro prêmios, incluindo Melhor Curta da Mostra Mineira (MOSCA) e Melhor Direção de Arte (Primeiro Plano). Também realizou a websérie documental DNA Gastronômico em 2020 e, durante a pandemia, produziu curtas com temáticas diversas, como Celebrar: Um filme, muitas histórias e Poesias de Primavera.

Vamos às 7 perguntas capitais:


1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte. Quando nasceu sua paixão pelo cinema? 

K.S.: Eu sempre fui apaixonada por cinema. Desde meus 14 anos, quando descobri que eu conseguia gerar imagem em movimento em um programa chamado Movie Maker comecei a estabelecer uma conexão do “fazer cinema” com minhas próprias ideias e ferramentas, mas sem conhecimento teórico sobre linguagem cinematográfica. 

Meu capital cultural no que tange a sétima arte, foi pautado nos filmes da sessão da tarde, filmes de comédia romântica com a Julia Roberts e Sandra Bullock que minha mãe escolhia e filmes de ação estrelados pelo Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone. Confesso que amava assistir esses gêneros, mas reconheço que no fundo eu gostava era da forma como os criadores me apresentavam os universos.


2) Com relação às suas preferências cinematográficas, há uma lista dos filmes de sua vida? Um Top 10 ou mesmo o filme mais importante? 

K.S.: "A história da eternidade" de Camilo Cavalcante é um filme que me marcou muito, por ser um trabalho tão artístico e de uma sensibilidade absurda para construir os sentimentos/emoções que permeiam os personagens. Me encantou a forma como ele ilustra o sertão, a tristeza, o desejo, a religiosidade, o machismo e a morte.


3) "Nossas vidas são definidas por oportunidades, mesmo as que perdemos.", diria Benjamin Button em seu filme. O caminho até o eventual sucesso não é fácil, principalmente na concorrida Indústria Cinematográfica. Conte como tem sido na função de diretora?

K.S.: Eu acabei de abrir uma produtora audiovisual a Filtro Filmes, estou distribuindo o curta metragem que dirigi chamado  “A mulher que eu era” e  trabalhando com assistência de som direto em um longa metragem, coproduzido com a Argentina. O trabalho na área de cinema costuma ser exaustivo, temos turnos de 12 horas por dia com apenas uma folga na semana e dependendo do departamento que você trabalha essa jornada costuma ser maior.


4) "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios." Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos." Considerando a reflexão, há alguma experiência em sua vida dedicada à arte que foi especialmente marcante?

K.S.: Nossa e como existem pérolas no cinema nacional. Uma vez fui colocar um microfone em uma cantora, era um programa de culinária e ela precisava de um cinto para complementar o look, daí ela olhou pra mim, olhou pro meu cinto (que é muito velho e eu uso todos os dias no set, faça chuva, faça sol) e me pediu, eu obviamente emprestei, mas achei impressionante aquilo acontecendo.



Teve uma vez, quando estava trabalhando em São Paulo, estávamos rodando a quarta temporada de Psi, uma série do canal HBO, eu fui tirar meu celular do bolso e estava em frente ao vídeo assiste com os diretores, continuísta, maquiadora, figurinista, todos sentados revisando o plano que eles tinham acabado de rodar,  daí encostei a ponta do meu cotovelo no quadro que tinha na parede. Milésimos de segundos depois todo mundo parou e escutou o barulho olhando na minha direção. 

E sim, quebrei um quadro, quer dizer o vidro do quadro, foi horrível e detalhe o desenho do quadro custava quinze mil reais, e seria usado para a segunda cena do dia, mas como isso aconteceu a assistente de direção passou a cena para o próximo dia e a produção de arte conseguiu consertar o vidro em tempo hábil.


5) Imagine o cenário: você é um (a) diretor (a) no set de filmagem de um filme memorável. Quem seria, em qual filme, e por que essa experiência seria tão marcante para você?

K.S.: Steven Allan Spielberg, Jurassic Park. Por que eu adoro a forma como o Steven cria suas narrativas, ele está sempre a frente do tempo, quando digo isso, digo no sentido da tecnologia, dos efeitos especiais.

M.V.: Verdade. Ele tem uma maneira muito pessoal de passar seu cinema para o público. Apesar de obviamente ser carregado de influências de outros grandes mestres, ele conseguiu dissolver tudo que aprendeu e moldou seu próprio cinema.


6) Fazer cinema envolve muitas variáveis. Esforço, investimento, paixão, talento... E a sinergia destes elementos faz o resultado. Qual trabalho em sua carreira considera o melhor?

K.S.: “A mulher que eu era” é meu melhor trabalho em termos de criação cinematográfica, eu gosto da forma como pensei o curta e como todos os departamentos trabalharam para construirmos juntos aquele universo surrealista fantástico. 

M.V.: E quanto a arrependimentos? Ou, caso não tenha, faria algo diferente?

K.S.: Eu desenvolvi uma série para meu canal no you tube sobre café, mas acredito que ela foi mal distribuída, não consegui  tantas visualizações quanto gostaria de ter alcançado.


7) Para finalizar, deixe uma frase ou pensamento envolvendo o cinema que representa você.

K.S.: “Não deixe as circunstâncias controlarem você. Você que tem que mudar as suas circunstâncias.“

M.V.: Muito obrigado. Sucesso para você.

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