BOOGEYMAN: SEU MEDO É REAL - FILM REVIEW
Texto: M.V.Pacheco
Revisão: Thais A.F. Melo
O termo "Boogeyman" (conhecido por aqui como "Bicho-papão") refere-se a uma criatura mítica ou personagem fictício frequentemente usado para assustar crianças. O bicho-papão é normalmente retratado como um ser malévolo que se esconde em armários, debaixo das camas ou em espaços escuros, esperando para assustar ou prejudicar crianças que se comportam mal ou se recusam a dormir.
O Ele é uma figura de advertência, frequentemente usado pelos pais ou cuidadores para incentivar o bom comportamento e a obediência nas crianças. A ideia é que a ameaça da presença do bicho-papão dissuada as crianças de se comportarem mal ou de vagarem por áreas perigosas.
O conceito de bicho-papão varia entre diferentes culturas e tradições folclóricas. É um tema comum em muitas culturas ao redor do mundo, embora as características específicas e o nome possam ser diferentes. Por exemplo, na América Latina existe o “El Coco” ou “Cucuy”, enquanto no Japão existe o “Bakemono” ou “Obake”.
Na cultura popular, o bicho-papão já apareceu de diversas formas, como literatura, filmes e videogames. Muitas vezes é descrito como uma figura sombria ou um monstro à espreita na escuridão.
E na minha visão, não há uma forma de bullying mais precoce que esta e que vem da pior forma, praticada pelos pais na tentativa de colocar um freio nos filhos e de certa forma, refletindo a incompetência deles próprios em criá-los. E um dos autores que utilizam o bullying como um dos seus elementos principais é justamente Stephen King.
E em seu conto O Fantasma, que foi originalmente apresentado na edição de março de 1973 da revista Cavalier e mais tarde em Sombras da Noite, uma coleção de contos, King une o Bicho-papão a outro elemento fundamental em suas obras: o medo.
Seguindo a história original, a trama do filme acompanha uma família após a trágica morte da sua matriarca. Sadie Harper (Sophie Thatcher) é uma adolescente de 16 anos que está tentando lidar com a desolação por ter perdido a mãe.
Já inconsolável, Sadie ainda tem que, ao mesmo tempo, em que processa o luto, enfrentar uma presença completamente sádica e maligna que atormenta ela e sua irmã mais nova, Sawyer (Vivien Lyra Blair). Juntas, as irmãs tentam convencer o pai, Will (Chris Messina) de que um bicho-papão com poderes sobrenaturais está à espreita, mas o homem - também lidando com seu próprio luto - não acredita nas filhas.
Uma das hipóteses para esse pesadelo é de que a entidade esteja, provavelmente, atrás da família desde que um paciente desesperado visitou Will, que trabalha em casa como psiquiatra.
O diretor Rob Savage (do ótimo Cuidado com Quem Chama, de 2020) e os roteiristas Scott Beck e Bryan Woods (Um Lugar Silencioso) conseguem trazer às telas o clima tenso por King em seu conto. Foi originalmente planejado para ser lançado direto para streaming no Hulu, mas a forte recepção das exibições de teste levou o estúdio a dar um amplo lançamento nos cinemas.
Algumas cenas foram tão intensas que tiveram que ser alteradas após a exibição do teste. O público gritou tão alto que um diálogo importante após a cena foi perdido. A edição foi alterada para colocar pausas para que o diálogo pudesse ser ouvido.
Isto porque o filme cria uma atmosfera tensa mantendo os espectadores na ponta da cadeira. Ele utiliza muito jump scares para assustar e surpreender o público, proporcionando uma descarga de adrenalina e contribuindo para a sensação geral de medo e desconforto.
“Boogeyman” também investiga o aspecto psicológico do medo, explorando as ansiedades e experiências traumáticas dos personagens. Além disso, explora o medo universal do desconhecido e do escuro, que são medos comuns experimentados durante a infância.
O filme é um verdadeiro exercício de tensão e deve ser aproveitado como tal. E no final, mostra que não há forma melhor de vencer o medo, que enfrentá-lo.
E para finalizar, Kingverso foi tímido por uma razão até óbvia: não causar distrações:
O endereço de Lester Billings é 217 Oak Drive, o que é uma referência ao quarto 217 de "O Iluminado", de Stephen King. E a família Harper mora no número 19, que é um número importante no universo de Stephen King.