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VINGANÇA EM CHAMAS (2002) - SÉRIE REVIEW

 

Incendiária: Reacendida

Confesso não entender por qual motivo algumas histórias de Stephen King são mais reimaginadas que a maioria. Não digo só por Colheita Maldita, que tem uma dezena de continuações, mas Carrie, Vampiros de Salem e Chamas da Vingança têm sido bastante explorados.

Não entendo ser um mau sinal, mas o resultado se mostra costumeiramente aquém da primeira adaptação. Com Vingança em Chamas não foi diferente. Na trama, a incendiária Charlie McGee está agora na casa dos vinte anos. Ela se esconde sob o nome falso de Tommy Andrews e frequenta a universidade onde conduz pesquisas sobre os experimentos do Lote 6. 

O investigador de reivindicações de seguros Vincent Sforza é solicitado a rastrear vários nomes dos experimentos do Lote 6 para distribuir cheques como parte de um acordo de ação coletiva. Um dos nomes em sua lista é Charlie, embora ela seja presumida morta. Quando ele vai à biblioteca da universidade para conduzir pesquisas, Vincent encontra Charlie sem perceber quem ela é e eles se sentem atraídos um pelo outro. 

Ele compreende quem ela é depois que dormem juntos e ela quase incendeia o quarto do hotel no calor da paixão. Ele a convence a entrar e ser ajudada por seu pessoal - mas o que ele não sabe é que a seguradora é uma fachada para a The Shop e é controlada por John Rainbird, o assassino da Shop que fez amizade com Charlie quando criança. 

Rainbird está obcecado em encontrar Charlie novamente e planeja apresentá-la à nova geração de crianças nascidas dos experimentos que ele cultivou e que têm poderes que rivalizam com os dela.

A origem do mal

"Firestarter" é um livro de suspense, terror e ficção científica escrito por Stephen King. Foi publicado pela primeira vez em setembro de 1980. A narrativa gira em torno de uma jovem chamada Charlie McGee, dotada da habilidade de pirocinese, cuja capacidade de gerar fogo é explorada por uma agência governamental implacável para benefício próprio.

Em julho e agosto de 1980, partes do romance foram publicadas na revista Omni. No ano seguinte, em 1981, "Firestarter" recebeu indicações para o prêmio de Melhor Romance no British Fantasy Award, Locus Poll Award e Balrog Award. 

A origem do mal (feito)


O Sci-Fi Channel é um canal fundado em 1992 e depois renomeado como Syfy, para dar estilo ao nome, mas esquecendo o principal: trazer qualidade às suas produções. Os filmes originais do canal são "B" feitos de forma independente, com orçamentos entre US$ 1 milhão a US$ 2 milhões cada.

Geralmente são protagonizados por atores que não encontram mais trabalhos e precisam pagar suas contas. O problema do canal é o foco em efeitos especiais mal feitos e amadores. Eles se especializaram em disaster movies e filmes de ataques de animais e eventuais crossovers como Mega Piranha (2010), Apocalipse a Ameaça dos Meteoros (2010), Mega Tubarão vs. Crocossauro (2010), Tornado de Metal (2011), Sharknado Saga (2013 a 2020), Tubarão Atômico (2016), O Ataque do Tubarão de 5 Cabeças (2017). 

Entre uma produção e outra, se aventuraram com continuações de sucessos, como Cubo 2 - Hipercubo (2002), A Volta dos Mortos-Vivos: Necrópole (2005), Anaconda 3 (2008) e este, Vingança em Chamas. 

O estilo nonsense do canal promove pérolas como a cena, logo no início, quando a jovem sucumbe a vontade de fazer sexo no estacionamento (lembrando os melhores momentos do cine Privê) para logo depois, esvaziar seu tesão queimando tudo em um beco. A cena é ridícula, fora do tom, principalmente por ser uma produção que foca bem mais na história (e ainda bem), que nos efeitos.

Longa jornada em chamas

Tecnicamente, essa produção é uma continuação do livro, não do filme, pois contém flashbacks de cenas do original, refilmadas com Skye McCole Bartusiak como Charlie, Aaron Radl (seu pai) e Karrie Combs (sua mãe). A Charlie adulta, no entanto, é interpretada por Marguerite Moreau.

A minissérie traz situações cabíveis, mas fora do tom, como o fato dela guardar um extintor de incêndio perto a cama para as noites em que pesadelos a assombram. O riso involuntário é inevitável.

O personagem psicopata John Rainbird, interpretado por Malcolm McDowell, continua vivo, com metade do rosto queimado de seu último encontro com Charlie. Ele a procura há anos, disfarçado como um Professor X maligno que dirige uma escola para crianças com habilidades sobrenaturais. Assim como na parte anterior, ele finge ser um amigo, enquanto as crianças que o cercam estão ansiosas para enfrentar Charlie.

Não é uma coincidência, já que a moça lembra Jean Grey (inclusive no descontrole do poder em momentos e seu caráter dúbio, demonstrando que ela pode se tornar vilã em algum ponto). X-Men - O Filme foi lançado dois anos antes, demonstrando que o improvável (na época) nicho de filmes do tema, se bem dirigidos, poderiam ganhar definitivamente o público (o que de fato ocorreu).

Mas a frustração sexual é quase um tema principal para a personagem, e isto soa estranho no filme, ainda que pertinente à ocasião. A história flerta com estes momentos diversas vezes, como quando Charlie observa um casal se beijando na biblioteca, ou depois, no bar, ela dança sensualmente com um homem (cena cuja conclusão, citei mais acima). 

De um êxtase, digamos, peculiar, às frustrações (suas e as que causa), questões são levantadas e esquecidas, como se fosse apenas um recurso para dar duração ao projeto. A ousadia sexual da personagem contrasta com todo resto.

O roteiro é de Philip Eisner de O Enigma do Horizonte (1997) e mais nada interessante, e o diretor Robert Iscove tem um histórico em produções para TV (e mais nada interessante!). A história em si, não é ruim, e nem o filme mal dirigido. Ela mostra como a personagem evoluiu e a forma que lida com dificuldades em relação aos seus poderes. Mesmo que algumas escolhas sejam esquecíveis e os efeitos sofríveis, é uma minissérie bem mais fácil de ser acompanhada que, por exemplo, The Tommyknockers. 

Com subtítulo de "Reacendida", a produção mostrou que era somente fogo de palha e acabou virando cinzas.


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