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MEU AMIGO HINDU (2015) - LANÇAMENTO EUROPA FILMES




Hector Babenco tem seu nome na história.  Nasceu na Argentina em 1946 e naturalizou-se brasileiro em 1977. Fez filmes importantes como Beijo da mulher aranha, que concorreu ao Oscar e a Palma de Ouro em Cannes (Leia aqui os 10 filmes essenciais de Babenco). Partiu recentemente, logo após a realização de Meu amigo Hindu, objeto de nossa recomendação de hoje, gentilmente cedido pela Europa Filmes.

O filme

O longa narra o drama de Diego (Willem Dafoe), um cineasta que após ser diagnosticado com um câncer em estado avançado decide se casar com sua mulher de muitos anos, despede-se dos amigos e embarca numa viagem para os Estados Unidos onde irá submeter-se a um tratamento experimental. No hospital, ele conhece um menino hindu de oito anos, que também está internado e logo os dois se tornam amigos. A partir desse encontro ambos passam a dividir fantasias que os ajudam a suportar o período de tratamento.


Sobre o filme

Após assistir ao filme, eu fiquei muito intrigado com uma situação: depois da morte do diretor, descobri que ele tinha a saúde frágil, e que há muito tempo tinha problemas aqui e ali. E li também que ele tinha um relacionamento de cumplicidade e explosivo com Bárbara Paz. Conclusão, seria o filme biográfico? Pois de certa forma, o personagem principal seria seu alter ego, e a relação que mais faz sentido para ele no filme foi justamente com Bárbara Paz (que me pareceu fazer o papel dela mesma). Hector Babenco teve um câncer linfático no início dos anos 1990, e foi curado após passar por um transplante de medula óssea (inclusive Reynaldo Gianecchini, que está no filme e também passou pelo problema, na produção faz papel do médico). Porém, segundo o próprio diretor, o filme não é autobiográfico, mas é uma mistura de ficção com recordações de sua vida.

O filme tem uma bela trilha do polonês Zigbniew Preissner, responsável por alguns trabalhos marcantes como a trilogia das cores, de Krzysztof Kieslowski e Jardim secreto. O elenco de apoio é um espetáculo a parte, com desfile de belas mulheres (com nudez explícita inclusive) e ótimos atores nacionais como Dan Stulbach e Selton Mello.

Não me incomodou em nada o fato de que o filme é falado em inglês no Brasil até porque isto é comum (vejam os filmes de guerra por exemplo, da década de 60, onde todos falam inglês na Alemanha ou França). 

Dafoe se entrega ao papel, em um filme amargo, triste, doloroso e para ser visto (e provavelmente revisto). Em entrevistas, o ator disse ter perdido alguns quilos: "- O físico foi muito importante. Eu, que já sou bem magro, tive que perder uns 10kg. Eu olhava no espelho e me sentia diferente. E esse é o primeiro passo para ser diferente", conta o ator que conheceu Babenco em 1988, no Festival de Veneza, na ocasião exibindo "A última tentação de Cristo". Dafoe disse ter visto todos os filmes do diretor e já haviam combinado de trabalhar juntos.

Babenco mostra com o filme que a história do personagem (e de certa forma a sua) não é sobre a morte, mas sobre como viver depois de uma experiência tão difícil de lidar, se adaptar novamente às pessoas e se reconciliar com o mundo. Não é seu melhor trabalho, mas fecha bem sua filmografia que é tão importante para nosso cinema nacional.

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De Hector Babenco.
Roteiro: Hector Babenco
Com Willem Dafoe, Maria Fernanda Cândido, Reynaldo Gianecchini, Bárbara Paz, Selton Mello, Guilherme Weber e Rio Adlakha.
Drama, Brasil, 2015, 124min, 16 anos.









































































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