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LEANDRO GODOY - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS

Leandro Peixoto de Godoy é natural de Goiânia e fundador do site Cinema e Fúria, onde atua como crítico de cinema. Formado na Faculdade UNIP (Universidade Paulista), Leandro estudou odontologia e construiu sua trajetória acadêmica e profissional sempre voltada para a área da saúde, sem formação específica em audiovisual.

Apaixonado por cinema, Leandro adquiriu seu conhecimento a partir de uma intensa experiência como espectador, desenvolvendo suas críticas com foco no conteúdo dos filmes, e não apenas em conceitos técnicos. Com o Cinema e Fúria, ele tem como objetivo divulgar a arte cinematográfica por meio de listas temáticas e recomendações, buscando instigar o público a assistir aos filmes e valorizar tanto o cinema quanto os artistas envolvidos em sua realização.

Vamos às 7 perguntas capitais:

1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte. Quando nasceu sua paixão pelo cinema? 

L.G.: Meu interesse pelo cinema surgiu na infância, quando vi pela primeira vez os filmes clássicos da Disney que as professoras passavam na escola. Esse interesse se fortaleceu na adolescência por causa das videolocadoras que existiam em cada esquina nos anos 1980 e 1990. Como era comum entre os adolescentes daquela época, eu gostava bastante dos filmes do Stallone, Van Damme, Schwarzenegger, todos aqueles filmes de ação que saíam a cada semana. Mas também apreciava muito os filmes clássicos, dramas pesados, terror, algo que não era muito comum para um adolescente daquela época assistir, restrito apenas àqueles que realmente gostavam de cinema.

2) Tyler Durden disse em Clube da Luta: "As coisas que você possui acabam possuindo você". Ser colecionador é algo que se encaixa neste conceito, já que você se torna escravo do colecionismo. Coleciona filmes, CDs ou algo relacionado à 7ª arte? 

L.G.: Desde os meus 20 anos, coleciono DVDs. São 12 anos de colecionismo, e devo ter cerca de 2.000 títulos em DVD. Com a chegada dos Blu-rays, também passei a colecioná-los e hoje devo ter uns 400! Mas não sou um colecionador que compra compulsivamente, eu sigo uma linha: se gosto de um diretor, por exemplo, procuro adquirir toda a sua filmografia. Acho que essa vontade de colecionar filmes vem da época em que eu era um verdadeiro rato de videolocadoras, eu achava aquilo o máximo.

3) A criação do seu blog "Cinema e fúria" veio de uma necessidade pessoal de se comunicar sobre a 7ª Arte? E em que momento essa ideia tomou forma?

L.G.: O que me deu essa ideia foi perceber a quantidade de blogs de cinema que existiam na época. Eu também queria participar disso: criar o meu próprio blog e compartilhar meu conhecimento sobre cinema com outras pessoas que tivessem o mesmo interesse. Existe um blog que eu curto bastante, chamado Furious Cinema, que eu visitava diariamente e que me apresentou filmes incríveis. Se era para eu ter um blog, ele seguiria o estilo desse: sem limitações, com um conteúdo eclético, que combinava muito com o meu gosto pessoal. Para homenageá-lo, dei ao meu blog o nome de Cinema e Fúria.

M.V.: Eu jurava que tinha relação com "O Som e a Fúria", obra do renomado escritor norte-americano William Faulkner, publicada em 1929.

4) "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos". Considerando a reflexão, há alguma experiência vivida no meio artístico que foi especialmente marcante?

L.G.: Minha experiência com o cinema sempre foi a mais positiva possível. Sempre fui uma pessoa curiosa, e o cinema me permitiu conhecer o mundo através da visão de artistas, ou seja, o mundo como ele é. Acima de tudo, o cinema me fez conhecer as pessoas. Por mais antissocial que eu seja às vezes, tenho um fascínio pela complexidade da natureza humana: sou um observador, e para pessoas como eu, o cinema é uma janela fascinante.

Também gosto muito de filmes políticos e sociais, que apresentam de forma honesta os sistemas que regem o convívio humano. Uma experiência marcante que tive nesse sentido foi quando, aos 16 anos, assisti ao filme A Outra História Americana. Até então, eu não imaginava que o cinema pudesse ser tão crítico, sensível e real. Esse filme me abriu as portas para esse tipo de narrativa, e até hoje sou completamente fascinado por obras com essa temática.

5) Com relação às suas preferências cinematográficas, há uma lista dos filmes de sua vida? Um Top 10 ou mesmo o filme mais importante? 

L.G.: Sim, dez filmes são muito poucos, mas os que vou listar aqui são aqueles que, sempre que posso, assisto novamente, e todas as vezes descubro algo novo neles. Com certeza devo estar esquecendo de alguns! O Anjo Exterminador (Luis Buñuel); Três Homens em Conflito (Sergio Leone); Os Sete Samurais (Akira Kurosawa); 2001: Uma Odisseia no Espaço (Stanley Kubrick); O Sétimo Selo (Ingmar Bergman); Tempos Modernos (Charles Chaplin); Estrada da Vida (Federico Fellini); Pelos Caminhos do Inferno (Ted Kotcheff); Fitzcarraldo (Werner Herzog); Psicose (Alfred Hitchcock).

M.V.: Da lista dos 10...existe o mais especial?

L.G.: Três homens em conflito.

6) Fale um pouco sobre os seus próximos projetos. 

L.G.: Este ano pretendo continuar um projeto que comecei por volta de 2013, mas interrompi porque queria transformá-lo em livro. Procurei algumas editoras, mas elas não se interessaram, já que existiam algumas publicações sobre o tema que eu queria abordar. Ainda assim, são poucos os livros sobre esse assunto, mas, como já sabemos, no Brasil, quando se trata de cultura, o pouco já é mais do que suficiente. Então decidi realizá-lo mesmo assim e disponibilizá-lo no meu blog para quem quiser ver.

O projeto será uma análise de 250 clássicos filmes exploitation de todo o mundo, chamado Cinema Grindhouse: 250 Clássicos Revisitados. Já retomei o projeto aos poucos e pretendo concluí-lo até o final de 2016. Também continuarei analisando filmes de todas as épocas e gêneros e, claro, vou seguir fazendo aquilo que deu maior visibilidade ao meu blog: as listas dos mais variados gêneros e temas, que os seguidores apreciam bastante.

7) Ao olhar para sua trajetória, qual aprendizado considera mais valioso e gostaria de compartilhar?

L.G.: Dedique-se mais à arte, porque ela transforma vidas, e essa arte, para mim, é o cinema. Não se preocupe apenas em adquirir o conhecimento que o tornará um trabalhador melhor: amplie os horizontes, assista a filmes que possam lhe dar um novo rumo de pensamento e que o transformem em uma pessoa crítica, completa no sentido coletivo, e não apenas individual. Não procure filmes que apenas o tirem do monótono: procure filmes que quebrem o tédio da rotina. E, principalmente, apoie o cinema nacional independente e a cultura da sua região!

M.V.: Obrigado, amigo. A gente se vê nos textos.


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