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RUBENS EWALD FILHO - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS

Rubens Azevedo Ewald Filho, nascido em 7 de março de 1945, foi jornalista, formado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), e se consagrou como um dos maiores críticos de cinema do Brasil.

Atuou como crítico no portal R7 e colaborou com os principais veículos de comunicação do país, incluindo RedeTV!, Rede Globo, SBT, Record, TV Cultura, revista Veja, rádio Jovem Pan e Folha de S.Paulo. Também esteve presente em canais especializados como HBO, Telecine e TNT, onde participou do programa TNT+Filme e se destacou por seus comentários durante as transmissões do Oscar.

No rádio, foi crítico da Rádio Bandeirantes, onde comentava os filmes exibidos no programa Cine Clube, da Rede Bandeirantes, além de participar de inserções na programação da rádio A Tarde FM, de Salvador (BA).

Além da crítica, Rubens também teve uma carreira como roteirista e ator. Escreveu roteiros para diversas minisséries, incluindo duas adaptações de “Éramos Seis”, de Maria José Dupré, e fez participações em filmes brasileiros como ator.


Vamos às 7 perguntas capitais:

1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte. Quando nasceu sua paixão pelo cinema? Houve aquele momento em que olhou para trás e pensou: sou cinéfilo! 

R.E.F.: Desde criança. Pertenço a uma geração onde o cinema era a única grande válvula de escape, vide A Rosa Púrpura do Cairo. A infância minha foi muito repressiva, infeliz e conturbada, então o cinema foi o meu refúgio. Disso do hobby acabei tornando profissão, autodidata por sinal...

2) Tyler Durden disse em Clube da Luta: "As coisas que você possui acabam possuindo você". Ser colecionador é algo que se encaixa neste conceito, já que você se torna escravo do colecionismo. Coleciona filmes, CDs ou algo relacionado à 7ª arte? 

R.E.F.: Sim, claro, filmes, livros, revistas, mas grande parte estou agora doando à Cinemateca Brasileira.

3) Com relação às suas preferências cinematográficas, há uma lista dos filmes de sua vida? Um Top 10 ou mesmo o filme mais importante?

R.E.F.: São tantos, meu caro, e estou fora de casa sem poder acessar arquivos (risos). Enfim, os filmes de Fellini, em particular Oito e meio, 2001 de Kubrick, o cinema italiano todo que eu adoro, Monicelli, De Sica, Visconti, o cinema japonês de Kurosawa, o francês de Truffaut e Godard, e Malle, o nacional de Person, Glauber, Pagador de Promessas, enfim muitos.

M.V.: 2001, de Kubrick, e Sete Samurais, de Kurosawa, estão entre os 10 melhores filmes que já assisti.

4) Cinéfilos fazem loucuras parecidas. Sei que, como eu, anota os filmes que já assistiu. Qual é seu número atual? 

R.E.F.: Cheguei semana passada a 35 mil, desde criança anoto tudo.

M.V.: Uau... eu cheguei lá... estou com 20.000 mil anotados desde criança também. Estou seguindo seu rastro.

R.E.F.: Belo número.

5) "Nossas vidas são definidas por oportunidades, mesmo as que perdemos.", diria Benjamin Button em seu filme.  Quais caminhos te levaram a se tornar crítico de cinema? 

R.E.F.: As portas nunca se abrem assim (risos), a gente tem que lutar muito. No caso, como disse, fui autodidata porque na época não existia escola de cinema, nem muito cinema no Brasil, só chanchada no Rio... então fiz quatro faculdades: direito, jornalismo à noite, história e geografia à tarde, para aproveitar o tempo e estudar diplomacia. 

Acabei jornalismo antes porque era mais curto e ainda fazia teatro amador, dava aula em ginásio… enfim… também dava aulas de cinema de graça.. e foi essa a porta que foi abrindo a chance. Depois de fazer teste e ser recusado pela sucursal da Folha em Santos, minha cidade, acabei entrando na Tribuna de Santos, onde por sinal estou ate hoje.

6) Algumas profissões rendem histórias interessantes, curiosas e às vezes engraçadas. E certamente, quem trabalha com cinema, tem suas pérolas. Se lembra de alguma história que tenha acontecido durante a execução de algum trabalho seu e que possa compartilhar?

R.E.F.: Realizar alguns sonhos, como ir ao festival de Cannes durante vinte e tantos anos seguidos. Conhecer pessoalmente (até na casa deles) alguns dos meus ídolos de Hollywood ou França. Depois de ficar amigo dos grandes atores e atrizes brasileiras, como foi o caso recente de Marília Pera. Na verdade, cada experiência é um novo fato marcante e inesquecível.

7) Ao olhar para sua trajetória, qual aprendizado considera mais valioso e gostaria de compartilhar?

R.E.F.: Bonita pergunta. Ouvi isso num filme e ele tinha razão... Na vida, os casamentos acabam, os amigos te traem, os filhos somem, o dinheiro fica difícil, mas a única coisa que estará lá sempre para você ter como companheiro é o cinema, são os filmes de que você gosta e que lhe são fiéis. Concordo com isso.

M.V.: Verdade. Nos momentos tensos, procuro minha zona de conforto, que são meus filmes preferidos. Eles me relaxam e nunca me abandonam. Tem toda razão. Obrigado pela entrevista e até a próxima.

R.E.F.: Abraço. 

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