RODRIGO ARAGÃO - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS
Cineasta, técnico de efeitos especiais capixaba, com mais de 25 anos no mercado do cinema e nascido em janeiro de 1977, Rodrigo Aragão é, desde 2008, empenhado na produção de filmes de fantasia, aventura e terror. Ainda jovem, foi trabalhar com efeitos especiais, tendo colaborado com diversos filmes de curta-metragem e peças de teatro. Fez ótimos filmes de horror nacional.
Vamos às 7 perguntas capitais:
1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte. Quando nasceu sua paixão pelo cinema?
R.A.: Meu pai era mágico e dono de cinema. Isso, unido à linda safra de belos filmes de monstros dos anos 80. Acredito que esses foram os principais catalisadores de minha paixão pelo terror splatter.
2) Tyler Durden disse em Clube da Luta: "As coisas que você possui acabam possuindo você". Ser colecionador é algo que se encaixa neste conceito, já que você se torna escravo do colecionismo. Coleciona filmes, CDs ou algo relacionado à 7ª arte?
R.A.: Sim, gosto de ter os filmes que amo por perto, e principalmente making of, os extras sempre foram minha maior escola. Tenho um acervo de mais ou menos 700 títulos.
3) "Nossas vidas são definidas por oportunidades, mesmo as que perdemos.", diria Benjamin Button em seu filme. O caminho até o eventual sucesso não é fácil, principalmente na concorrida Indústria Cinematográfica. Conte como foi seu início de carreira. As portas se abriram?
R.A.: As portas ainda não se abriram, nós arrombamos. Mangue Negro foi feito, literalmente, no fundo do meu quintal. O que tornou isso possível? Meus amigos, minha esposa e principalmente o produtor Hermann Pidner, que sempre investiu em minhas ideias.
4) Com relação às suas preferências cinematográficas, há uma lista dos filmes de sua vida? Um Top 10 ou mesmo, o filme mais importante?
R.A.: Sou cinéfilo, então tem vários filmes que amo, mas vou tentar separar 10.
– Evil Dead (1981) – Este filme mostrou que é possível.
– Fome Animal (1992) – Os maiores banhos de sangue de todos os tempos.
– Drácula de Bram Stoker (1992) – Uma aula de old school de Francis Ford Coppola.
– A Volta dos Mortos-Vivos (1985) – Transformou os zumbis para sempre.
– Um Lobisomem Americano em Londres (1981) – A melhor transformação de todos os tempos.
– Zombi 2 (1979) – Obra máxima dos zumbis italianos, regida pelo mestre Lucio Fulci.
– Dellamorte Dellamore (1994) – Quando o terror se torna uma poesia visual. Obrigatório.
– Força Sinistra (1985) – Tobe Hooper nos dá alienígenas, vampiros, zumbis e lindos seios, tudo junto!
– Star Wars (1977) – Sim, sou fã! Se eu não tivesse visto o making of na minha infância, provavelmente teria um emprego comum.
5) "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.". Considerando a reflexão, há alguma experiência em sua vida dedicada à arte que foi especialmente marcante?
R.A.: Entre os anos de 2000 a 2004, montei um espetáculo de terror chamado Mausoleum, onde eu cuidava do roteiro, cenografia, efeitos especiais e ainda atuava. Fizemos turnê por Guarapari, Belo Horizonte e Salvador.
Assustamos mais de trinta mil pessoas, esta foi minha grande escola para fazer filmes de terror. Pode acreditar: já vi todos os tipos de reação ao medo.
6) Fale um pouco sobre os seus próximos projetos.
R.A.: Estou na pré-produção de Mata Negra, ansioso para começar as filmagens, também estou trabalhando no roteiro de "O cemitério das almas perdidas", além de estar flertando com a ideia de transformar "As Fabulas negras" em uma série para TV.
7) Ao olhar para sua trajetória, qual aprendizado considera mais valioso e gostaria de compartilhar?
R.A.: Eu sempre sonhei em fazer filmes, durante minha infância pobre, sempre me avisaram que era um sonho impossível, uma perda de tempo. Comecei a tentar aos quatorze anos, buscando alguém com uma filmadora, patrocínios, parcerias, apoiadores, montei vários projetos, escrevi pelo menos uma dúzia de roteiros, mas nunca deu certo.
Em 2005, comecei a construir um barraco com madeira velha para filmar Mangue Negro, não tinha serrote, equipamento nem equipe. Mas, resolvi começar com o que tinha nas mãos. Em três anos, o filme nasceu, com vários problemas, mas recheado de paixão. Hoje, estou me preparando para rodar meu quinto filme (o primeiro com apoio oficial).
O que posso dizer hoje é: - se você quer muito fazer um filme, comece. A jornada é longa e difícil, mas pode mudar sua vida.
M.V.: Obrigado amigo. A gente se vê nos filmes.