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MEU REI (2015) - FILM REVIEW




Um homem e uma mulher, 10 anos depois...

Acho que todo casal vive uma história, que se filmada, rende bons momentos. Entre amores, dissabores, alegrias, tropeços, filhos e pensões, um casal vive uma jornada, que desgasta os pneus que você aprecia a vista. Poderia dizer, tirando qualquer traço romântico, que o lado bom passa e fica na lembrança, e o ruim vira uma bola de neve, que vai aumentando com os anos. 

Meu rei conta a história de uma mulher, que pós sofrer um acidente de esqui em que quase perdeu a vida,  encontra-se internada numa clínica de reabilitação. Totalmente dependente de ajuda médica, ela passa o tempo a refletir sobre as histórias do passado. O principal foco é a relação apaixonada mas muito tumultuosa que partilhou com Georgio, o pai do seu filho. Os dois viveram um amor sufocante que lhe custou muito mais do que o seu amor-próprio. Agora, o que fazer para finalmente se libertar desse sentimento? À medida que vai recuperando fisicamente, Tony vai encontrando forças para sarar as feridas emocionais de muitos anos de uma relação profundamente destrutiva…O filme mostra estes dois momentos até se encontrarem num dado momento.
A Mares Filmes lançou este filme premiado em Cannes e que concorreu a 8 Césars,  que é levemente inspirado no casamento da roteirista e diretora, Maïwenn com Jean-Yves Le Fur.A diretora atuou em pelo menos dois filmes bastante famosos, O Profissional (1994) e Quinto elemento (1997), ambos dirigidos por Luc Besson. 

"Meu rei" é estrelado pelo francês Vincent Cassel, que morou no Brasil há alguns anos com sua hoje ex esposa Monica Bellucci. Após a separação, eles foram embora para a Europa (mas ele manteve residência aqui no Brasil, onde fica quando não está filmando). Seu par em cena é a atriz Emmanuelle Bercot, que assim como Maïwenn, é diretora e roteirista. Ela fez, dentre outros, o engraçadíssimo "Os Infiéis" com Jean Dujardin.

Voltando ao filme...

Ele mostra a relação começando de forma intensa. Sexualmente falando, principalmente. E paralelamente, ela em torno de 10 anos depois, massacrada pelo tempo (e por um infeliz acidente). O filme mostra ai dois momentos importantes da vida: o primeiro, que é o tesão que nós nos atiramos em certas situações, que em teoria, apostamos tudo. O segundo, os efeitos quando tudo dá errado e como eles podem ser moralmente e fisicamente devastadores.


Então, sutilmente, a diretora constrói e desconstrói o relacionamento, de forma tão real, que mal parece que são atores interpretando. Repare nas reações da criança, nas cenas de sexo e no barrigão da protagonista esperando o filho. São tão genuínas, sem exageros técnicos ou excessos nas atuações, que parecem reais. 

O roteiro impressiona. Chega um ponto, que num determinado diálogo, você dá razão às duas partes. Só mesmo no final, quando os escorregos do marido torna-se evidente, porque ele começa a perder o controle da mulher, que finalmente, entendemos que era um relacionamento machista, controlador, só que mostrado de forma sutil, e quando somos levados a repensar o filme, percebemos os atos vilanescos do marido, sempre encobertos por sorrisos, carinhos e atenção.

Imperdível.


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