KEVIN MCTURK - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS
Kevin McTurk nasceu em 16 de junho de 1967 em Pittsburgh, Pensilvânia e é técnico de efeitos, diretor de fotografia, modelista e marionetista. Graduado pela Pennsylvania State University com bacharelado em Produção Cinematográfica, Kevin se mudou para Los Angeles em 1992 e começou sua carreira em efeitos especiais de maquiagem no Stan Winston Studios.
Ele trabalhou para muitas empresas de efeitos ao longo dos anos, incluindo a Jim Henson Creature Shop, Amalgamated Dynamics e Spectral Motion. Kevin também trabalhou no New Deal Studios.
Fez filmes como Maligno (2021), Cowboys & Aliens (2011), X-Men: Primeira Classe (2011), Lobisomen (2010), Avatar (2009), 30 Dias de Noite (2007), O Massacre da Serra Elétrica (2003), Pânico na Floresta (2003), O Homem sem Sombra (2000), A Sombra e a Escuridão (1996), Pulp fiction (1994) e Metade Negra (1993).
Boa sessão:
1) “Ninguém vai bater mais forte do que a vida. Não importa como você bate e sim o quanto aguenta apanhar e continuar lutando; o quanto pode suportar e seguir em frente. Assim é a vida.” disse Rocky Balboa. O caminho até o eventual sucesso não é fácil, principalmente na concorrida Indústria Cinematográfica. Conte como foi seu início de carreira.
K.M.: Eu comecei estudando cinema na Universidade Penn State e após me formar, no verão de 1991, fui me aventurar pelos EUA em busca de oportunidades. Eu consegui um bom dinheiro sendo contratado como técnico de efeitos especiais no estúdio de Stan Winston (que foi fundado em 1972).
O primeiro trabalho que fui contratado foi com os pinguins mecânicos de Batman - O Retorno, em 1992. O próximo projeto do estúdio foi Jurassic Park. Foi incrível o tempo que passei trabalhando nos efeitos. Stan era muito generoso em promover funções aos marionetistas contratados.
Com isto, fiquei apto à função nos 3 filmes da série. No primeiro, com o Raptor bebê, no segundo filme, Mundo Perdido, naquela cena do ataque dos dinossauros pequeninos e no terceiro filme, na cena do ataque em conjunto dos Raptors. Depois veio Congo (95), Instinto (99), Galaxy Quest (no mesmo ano) e outros vários projetos.
E pelos próximos 15 anos, eu ampliei minhas funções em outros lugares, incluindo Amalgamated Dynamics, KNB, Jim Henson Creature Shop, New Deal Studios, Spectral Motion, e Weta Workshop (onde eu trabalhei com Peter Jackson em King Kong). Eu também fui intérprete de criaturas em muitos filmes, incluindo Máquina do Tempo (2002), Possuída: O Início (2004) e Ovelha Negra (2006), a comédia de horror onde eu fiz um "lobisvelha" na Nova Zelândia.
2) Fazer cinema envolve muitas variáveis. Esforço, investimento, paixão, talento... E a sinergia destes elementos faz o resultado. Qual trabalho em sua carreira considera o melhor?
K.M.: Trabalhar em King Kong, na Nova Zelândia foi provavelmente a experiência mais recompensadora da minha vida. Trabalhei em cada departamento, e com a mais talentosa e amigável equipe na minha vida.
M.V.: Eu amo o filme. As pessoas têm o hábito de desmerecer versões novas de clássicos, mas o Kong, um espetáculo. Peter Jackson estava ainda com a inspiração de Senhor dos Anéis. Transformou a história num épico.
K.M.: De fato.
3) "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.". Considerando a reflexão, há alguma experiência em sua vida dedicada à arte que foi especialmente marcante?
K.M.: Trabalhar com os chefes mais inspiradores, incluindo Richard Taylor da Weta Workshop, Mike Elizalde da Spectral Motion, e o incrível Stan Winston. Cada um destes indivíduos me impulsionaram a seguir meus sonhos como um artista de efeitos visuais.
4) Como foi trabalhar com Stan Winston?
K.M.: Incrível. Ele era um cara sensacional. Partiu cedo por conta de um câncer. E eu encontrei também artistas talentosos como Shane Mahan, Arjen Tuiten, Bill Basso, e Richard Landon, para dizer somente alguns. É sempre mágico.
M.V.: Eu sou fã do trabalho dele. Lembro-me da primeira vez que vi o seu nome num filme: Zoltan - O Cão Vampiro de Drácula de 1977, que assisti numa sessão de filmes na TV chamada Cine Trash, no final dos anos 80.
5) Com relação às suas preferências cinematográficas, há uma lista dos filmes de sua vida? Um Top 10 ou mesmo, o filme mais importante?
K.M.: Vou citar os 10 filmes que mais gostei de trabalhar: 1. Jurassic Park, 2. King Kong, 3. Hellboy, 4. Hellboy 2, 5. Entrevista com o Vampiro, 6. Batman - O Retorno, 7. Ilha do Medo, 8. Kill Bill, 9. O Aviator, 10. Hugo.
M.V.: Destes que citou, Jurassic Park foi o mais incrível. Nos fez acreditar que dinossauros existem. E isto em 1994. Um marco.
6) Agora vamos falar de futuro. Tem projetos engatilhados?
K.M.: Sim, há um novo e épico projeto em desenvolvimento, que serão uma série de curtas conectados ou um longa completo. O Spirit Cabinet é uma coleção de filmes de fantoches de fantasmas. Esses filmes são feitos à mão usando fantoches de bunraku de grande escala, efeitos tradicionais de câmera, usando fumaça e espelhos (como nos filmes dos anos 80). E faço Stranger Things.
7) Para finalizar, deixe uma lição ou dica para os que pretendem seguir carreira na sua área.
K.M.: Nas palavras do grande Neil Gaiman, "Faça gloriosos e fantásticos erros. Quebre regras. Deixe o mundo mais interessante por estar aqui. E faça boa arte."
M.V.: Obrigado pela sua atenção. A gente se vê nos filmes.