ANSELMO VASCONCELOS - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS
Anselmo Carneiro Almeida Vasconcelos, nascido em 1º de dezembro de 1953, é um ator brasileiro com carreira no cinema, teatro e televisão. Ao longo de sua trajetória, atuou em mais de cinquenta filmes, entre eles Se Segura, Malandro! (1978) e Bar Esperança, o Último que Fecha (1983), ambos dirigidos por Hugo Carvana; A República dos Assassinos (1979), de Miguel Faria Jr.; e Brasília 18% (2006), de Nelson Pereira dos Santos, além de diversas outras produções. Na televisão, integrou o elenco de telenovelas, minisséries e programas humorísticos.
E hoje, com vocês, Anselmo Vasconcelos.
Boa sessão:
1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Você é um apaixonado por cinema? Conte um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.
A.V.: Meu pai fundou, com seus amigos, nos anos 50, um cineclube. Os filmes e aquela sala de projeção marcaram muito a minha infância. Minha irmã construiu, com caixa de sapato e tirinhas de quadrinhos do jornal, um cineminha de manivelas muito criativo.
2) Coleciona filmes, CDs ou algo relacionado à 7ª arte? Quem curte cinema costuma ter suas relíquias em casa...
A.V.: Tenho DVDs de meus filmes e alguns que ganhei de amigos e festivais. Pouco vejo. Gosto mesmo de ir ao cinema. Este ritual ainda me é precioso e inspirador. Sempre frequentei cinemas. O cinema é meu abrigo. Aonde vou, nas cidades que visito, quero saber se tem um cinema.
3) "Nossas vidas são definidas por oportunidades, mesmo as que perdemos.", diria Benjamin Button em seu filme. O caminho até o eventual sucesso não é fácil, principalmente na concorrida Indústria Cinematográfica. Conte como foi seu início de carreira.
A.V.: São várias histórias que se cruzam e acabam tecendo uma carreira extensa e fértil. Tudo é gratificante pelo meu olhar e surpresa de ter conseguido fazer filmes, séries, novelas, teatro e tantas outras linguagens que ainda tenho fôlego para experimentar. Mas tudo isso vem da efervescência e utopias dos anos 60, 70 que tanto me influenciaram, me projetaram. Eu e a minha coragem herdada destes tempos.
4) Algumas profissões rendem histórias interessantes, curiosas e às vezes engraçadas. E certamente, quem trabalha com cinema, tem suas pérolas. Se lembra de alguma história que tenha acontecido durante a execução de algum trabalho seu e que possa compartilhar?
A.V.: A publicação de meus livros. O processo da escrita e depois a revisão é muito criativo e instigante. Uma análise incrível me aconteceu. Sou muito grato aos meus editores e revisores. Claudia Furiati, Julia Bernardes e Lunna Guedes me complementaram em "A Volta ao Mundo" e "Mia, a holandesa dos pés descalços".
5) Com relação às suas preferências cinematográficas, há uma lista dos filmes de sua vida? Um Top 10 ou mesmo, o filme mais importante?
A.V.: Existem filmes que estão muito presentes no que faço. Acossado do Godard é um deles. A faca na água do Polanski, os filmes do Nelson Pereira dos Santos, o Cinema Novo, a Nouvelle Vague. Kurosawa, Fellini, De Sica, Pasolini, A Atlântida do Carlos Manga e muita coisa do cinema independente das mais variadas origens me influenciam muito.
6) Fale um pouco sobre seus próximos projetos...
A.V.: Estou desenvolvendo performances que me trazem uma nova possibilidade e atuação fora dos teatros convencionais. São espetáculos curtos, sensíveis e que visam a emancipação do espectador. Estou trabalhando nisso com profundidade. No meu livro 'Mia, a holandesa dos pés descalços', descrevo a origem das performances, rituais e eventos criativos que aconteceram na Europa do final dos anos 60.
7) Ao olhar para sua trajetória, qual aprendizado considera mais valioso e gostaria de compartilhar?
A.V.: Lição não é algo que me representa.
Mas minha experiência de 45 anos pode ser vista e estudada no meu portal desenhado pela jornalista Ro Wolfl chamado anselmovasconcellos.wixsite.com/portal
M.V.: Obrigado amigo. A gente se vê nos filmes.