IMARA REIS - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS
Imara dos Reis Ferreira, nascida no Rio de Janeiro em 14 de fevereiro de 1948, é uma atriz e diretora teatral brasileira. Ao longo de sua carreira, construiu uma trajetória sólida, sendo especialmente reconhecida por seu extenso e relevante trabalho no teatro e no cinema nacional.
Com atuações marcantes e versáteis, Imara é vencedora de três Kikitos no Festival de Gramado e três troféus no Festival de Brasília, além de diversas outras premiações importantes no cenário artístico brasileiro.
1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Você é uma apaixonada por cinema? Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.
I.R.: Sou cinéfila compulsiva.
M.V.: Coleciona filmes, CDs ou algo relacionado à 7ª arte? Quem curte cinema costuma ter suas relíquias em casa...
I.R.: Não. E sou órfã de videolocadoras.
2) "Nossas vidas são definidas por oportunidades, mesmo as que perdemos.", diria Benjamin Button em seu filme. O caminho até o eventual sucesso não é fácil, principalmente na concorrida Indústria Cinematográfica. Conte como foi seu início de carreira.
I.R.: Sempre tive pendores artísticos. No Colégio Sta Marcelina (Rio), montei um grupo de Teatro; depois fiz parte de um coletivo que fazia curtas; na Faculdade, onde também criei com uns amigos outro grupo, O Laboratório, tinha como um dos parceiros, atuando, o Tonico Pereira. Nesta época, participei de um filme experimental "proibidíssimo" que ninguém sabe onde foi parar. Eram os anos 1970 e começava o curso de cinema na universidade em que eu estudava, a Federal Fluminense. Foi o Tonico que me convidou para a minha primeira montagem profissional.
3) Quem trabalha no meio artístico costuma acumular histórias curiosas, inusitadas e, muitas vezes, divertidas. Qual foi a experiência mais marcante que viveu nesse universo?
I.R.: As experiências mais positivamente marcantes foram os inúmeros trabalhos como atriz. A mais negativa: foi a proibição da peça "Calabar: o Elogio da Traição", de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra, que foi um marco da censura brasileira.
M.V.: Ah, verdade. A censura causou prejuízos financeiros e culturais, e o caso foi considerado um exemplo da repressão ao teatro durante a ditadura.
I.R.: Exatamente.
4) Fazer cinema envolve muitas variáveis. Esforço, investimento, paixão, talento... E a sinergia destes elementos faz o resultado. Qual trabalho em sua carreira considera o melhor?
I.R.: Quanto ao melhor, não sei. De verdade e sem frescura. O que mudou minha vida na relação com o Cinema foi "Flor do desejo" do Guilherme de Almeida Prado.
6) Quais são seus próximos projetos? Pode contar um pouco sobre o que está em andamento e o que vem por aí?
I.R.: Não sei de todos ainda. Estou iniciando os estudos de uma peça, "Sonia, um ato para Tolstoi", de Thiago Sogayar Bechara, com direção de Pamela Duncan.
7) Ao olhar para sua trajetória, qual aprendizado considera mais valioso e gostaria de compartilhar?
I.R.: Pé quente, cabeça fria e amor no coração. O NÃO faz parte.
M.V.: A Como sempre digo. O "não" é resposta, e às vezes, abre diversas portas.
I.R.: Exatamente.
M.V.: Obrigado. Foi um grande prazer.