PAUL KYRIAZI - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS
A entrevista de hoje é com o simpático diretor de filmes de baixo orçamento Paul Kyriazi. Ele realizou obras principalmente entre os anos 70 e 90, dando uma pausa na carreira, e retomando em 2018.
Ganhou 38 prêmios internacionais em festivais de cinema, incluindo: Melhor Filme, Melhor Thriller, Melhor Ficção Científica, prêmios de Melhor Ator para os protagonistas, cinco prêmios de Melhor Roteiro.
Tive a honra de assistir sua nova produção antes mesmo de estrear. O filme se chama "Forbidden Power". Os fãs dos filmes B ficarão provavelmente surpresos em descobrir que o filme é dirigido por ele em função do hiato de sua carreira. Kyriazi, que também escreveu o roteiro, sabiamente deixa “a porta aberta” para uma possível sequência, dependendo da receptividade do público.
1) “Ninguém vai bater mais forte do que a vida. Não importa como você bate e sim o quanto aguenta apanhar e continuar lutando; o quanto pode suportar e seguir em frente. Assim é a vida.” disse Rocky Balboa. O caminho até o eventual sucesso não é fácil, principalmente na concorrida Indústria Cinematográfica. Conte como foi seu início de carreira.
P.K.: Eu comecei em casa aos 15 anos fazendo filmes ação em 8 mm e mixando o som com um gravador. Com 19 anos, filmei um filme de ação em média-metragem (tinha 30 minutos) em 16 mm que ganhou um festival de cinema. Eu consegui minha graduação numa Universidade e depois consegui angariar fundos para fazer meu primeiro filme em 35 mm. E depois disto, eu fui contratado para dirigir filmes e consegui financiamento para produzi-los, assim como eu fiz com meu mais novo filme 'Forbidden Power'.
2) "A vida é como uma caixa de chocolates, você nunca sabe o que vai encontrar..." diria Forrest Gump. Quais caminhos te levaram a se tornar diretor?
P.K.: Eu tinha 8 anos de idade e estava na Disneylândia onde eles apresentaram o making of do filme 20.000 Léguas Submarinas. Eles mostraram storyboards e uma lula gigante com o ator Kirk Douglas explicando como eles fizeram o filme. Depois deste evento, eu disse para o meu pai: "Eu quero fazer filmes também".
M.V.: O filme é uma das melhores produções do diretor Richard Fleischer, sem dúvidas.
4) Dirigiu (produziu e/ou escreveu) alguns projetos em áudio. Trabalhou com nomes como Pat Morita, Rod Taylor, Henry Silva, Robert Culp. Mas "Como viver com o estilo James Bond" tem ajudado muitos homens a melhorarem suas vidas e autoestima. Você é um grande fã da franquia James Bond?
P.K.: Tornei-me um grande fã de James Bond quando eu assisti "Satânico Dr. No". Quando eu vi James Bond fazer uso do judô e karatê, eu imediatamente me matriculei numa escola de karatê. Quando lançaram "007 contra Goldfinger", eu me tornei um fã eterno do personagem.
M.V.: Golfinger, sem dúvidas, é o filme clássico mais popular do personagem.
P.K.: Verdade.
M.V.: E como entrou neste projeto? Por que a franquia James Bond te influenciou a fazer este trabalho?
P.K.: Para continuar sobrevivendo e fazendo dinheiro com a indústria do cinema, eu peguei várias aulas de sucesso e li muitos livros. Mais tarde, tive a ideia de usar o personagem James Bond como um cara a ser espelhado, pela elegância, dinheiro e ser uma pessoa viajada.
Depois, quando eu estava dirigindo "Omega cop", muitas pessoas no elenco me perguntaram como eu sobrevivia como um cineasta freelancer com nenhuma companhia para me ajudar. Então, comecei dizendo que eu me espelhava no estilo James Bond de ser, que era um grande cara para ser copiado. Logo, eu estava falando mais e mais sobre o assunto com outras pessoas, até que decidi escrever um livro com todas as informações nele, e comecei a dar para as pessoas que me perguntavam como ser uma pessoa de sucesso. E disto, fiz um negócio.
5) Nós conversamos sobre nossa paixão por filmes clássicos como "O Grande Motim" com o Marlon Brando e o "Drácula de Bram Stoker". Disse inclusive que fez uma viagem inspirada pela vontade de conhecer onde o filme com Brando foi filmado... Você assiste filmes regularmente? Há uma lista dos filmes de sua vida? Um Top 10 ou mesmo, o filme mais importante?
P.K.: Desde criança eu assistia muitos filmes no cinema e na TV. Eu ainda assisto muitos filmes. Eu não gosto muito de ver esportes ou talk shows, então continua sendo os filmes a maior atração da minha TV, quando não vou ao cinema, claro.
Alguns dos meus filmes favoritos são 'Rio Bravo' com John Wayne, O Monstro do Ártico, Um Corpo que Cai, Três Homens em Conflito, Planeta dos Macacos (original), Ben-Hur (original) e Face Oculta, com o Brando.
M.V.: Honestamente, não precisava dizer que as versões de Ben-Hur e Planeta dos Macacos que gosta são as originais... (risos).
P.K.: (Risos).
6) Como mencionado acima, você vem de um hiato desde "Omega Cop" em 1990. Como foi dirigir novamente depois de quase 30 anos? Afinal, a forma de filmar mudou muito neste tempo.
P.K.: Foi a primeira vez que filmei no formado digital. Foi ótimo. Mais fácil de iluminar as cenas e movimentar a câmera. Mais fácil de editar e jogar cor nas cenas. E especialmente por não ter que esperar o laboratório revelar o filme antes que eu pudesse conferir o resultado. Tudo ficou bem melhor com o digital.
Entretanto, trabalhar com pessoas, planejar as cenas, achar locações e fazer o filme ficarem prontos dentro do prazo não mudou nada, nada...
7) Para finalizar, deixe uma lição ou dica para os que pretendem se tornar cineastas.
P.K.: Somente entre no ramo de cinema se amar filmes. Se quiser fazer muito dinheiro, escolha outro negócio. E se quiser ser um produtor ou diretor, pense em fazer um filme por vez, porque cada filme pode ser seu último devido à dificuldade de arrumar patrocinadores, o que pode acarretar você arcar com os custos da produção. Então escolha o filme que amará fazer. Que colocará paixão nele. Concentre-se no roteiro e torne aquele filme real. E talvez, mais filmes surjam a partir daí.
M.V.: Muito obrigado Paul. A gente se vê nos filmes.
P.K.: Obrigado pela entrevista, Marcus.