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ZUMBI 2: A VOLTA DOS MORTOS (1979) - FILM REVIEW

 

Zumbi 2.

Texto: M.V.Pacheco

Revisão: Thais A.F. Melo


No horizonte de obras que retratam zumbis no cinema, certamente Zumbi 2 está no top 10. É uma obra-prima, com algumas cenas antológicas, uma trilha que não desgruda de mente e com direção inspirada do mestre Lucio Fulci.

Para quem não sabe, o filme começa quando um barco à deriva é abordado na baía de Nova York, um dos policiais é atacado por seu único tripulante, um morto-vivo que é rapidamente abatido. O barco pertence ao pai da jovem Anne, que está desaparecido numa ilha do Caribe. Ajudada por um repórter, Anne contrata os serviços de outro barco, comandado por um casal em férias, e vai à procura do pai. O que eles não sabem é que, na ilha, uma epidemia devastadora transformou a maioria dos habitantes em zumbis sedentos por carne humana, cujos poucos sobreviventes estão sob os cuidados do dr. Menard.


Apesar de ser chamado de "Zumbi 2", o filme não é uma sequência de filme nenhum!!! Quando O Despertar dos Mortos (1978) foi lançado sob o título "Zombi" na Itália, este filme foi renomeado para "Zombi 2" para trilhar o sucesso do filme americano. Isso foi feito pelo estúdio sem a permissão ou conhecimento do diretor Lucio Fulci, que frequentemente explicava aos fãs que sua obra não é uma sequência. O filme foi escrito antes de "O Despertar dos Mortos" ser lançado na Itália, como um thriller de ação/aventura sem vínculo com os filmes de George A. Romero. As cenas de abertura e encerramento (que acontecem em Nova York) foram adicionadas ao roteiro mais tarde, quando os produtores quiseram lucrar com o sucesso do filme de Romero.

O roteirista Dardano Sacchetti se baseou em A Morta-Viva (1943), A Ilha do Terror (1957) e O Morto Ambulante (1936) afirmando que ele queria trazer o gênero zumbi de volta às suas raízes do Caribe e do Voodoo. 


Como muitos filmes de terror italianos da época, metade do elenco só falava inglês e a outra metade, apenas italiano. Muitos filmes italianos produzidos para distribuição internacional filmaram sem som e gravaram várias faixas de diálogo em diferentes idiomas no estúdio para mais tarde redublar. Como os atores estão falando vários idiomas diferentes (ou alguns estão falando foneticamente não nativamente), a dublagem em todas as versões do filme não está 100% sincronizada. Ian McCulloch, Tisa Farrow, Olga Karlatos e Stefania D'Amario eram do elenco principal de língua inglesa, enquanto Al Cliver , Auretta Gay e Dakar eram do elenco principal de língua italiana.

Como dito acima, há cenas que marcariam para sempre o cinema do gênero. A principal delas, capa deste post, é a famosa cena com o tubarão. Simplesmente memorável, feita com um tubarão de verdade, bem longe dos CGI (que vamos reconhecer, hoje estão perfeitos). A cena haveria um diretor só para ela: René Cardona Jr, mas ele ficou doente e a "bomba" sobrou para o coordenador Ramón Bravo, que nada mais era que um treinador de tubarões. Sua solução foi dopar o animal, antes de alimentá-lo. O resultado é a memorável cena que você vê nas telas. 


Mas nem de longe, pode ser considerado apenas o "filme do zumbi vs tubarão". Como esquecer a cena do horror, pelos olhos de uma mulher, ao ter seu olho direito transpassado por um pedaço de madeira? Ou os zumbis da ilha, com seu visual deteriorado? Ou a cena final dos zumbis caminhando lentamente, com o finado WTC no fundo? Como esquecer a trilha de Giorgio Cascio e Fabio Frizzi, que gruda na sua cabeça. Mesmo feito inclusive fez o grupo Goblin em O Despertar dos Mortos...

Fulci e o Gore

Herschell Gordon Lewis é considerado o pai do Gore. Mas Fulci é uma espécie de padrinho, tamanha é sua importância para este sub-gênero do horror. Para quem não sabe, O termo gore (também conhecido como Splatter) se concentra em representações gráficas de sangue e violência gráfica. Os filmes são caracterizados pela presença de cenas extremamente violentas, com muito sangue, vísceras e restos mortais de humanos ou animais.


Fulci, nasceu em Roma em 17 de junho de 1927 e foi diretor, roteirista e ator do cinema italiano. Após estudar medicina e depois de um breve período de atividade como jornalista, formou-se no Centro Sperimentale di Cinematografía e tornou-se documentarista, realizando ao mesmo tempo, uma longa e prolífica carreira como roteirista. Durante vários anos, Fulci trabalhou todos os gêneros, do ocidental à ficção científica. Mas foi no giallo onde ele conseguiu seus primeiros sucessos.

Seus trabalhos são considerados dos mais violentos e sangrentos já feitos e todos mostraram grandes doses de sangue e crueldade. Muitos deles foram até mesmo censurados. Isso os tornou ainda mais populares entre os adolescentes que amam filmes de terror, que se tornaram incondicionais no gênero. 


Lucio Fulci faleceu em sua casa dia 13 de março de 1996, aos 68 anos. Ele sofria de diabete durante toda a sua fase adulta, mas ele inexplicavelmente esqueceu de tomar sua insulina antes de se deitar.  Alguns consideram sua morte um suicídio. Foi uma partida inglória, mas seus feitos como cineasta ficaram anotados nos corações cinéfilos, principalmente nos dos fãs do horror.



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