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AMICUS PRODUCTIONS - A HISTÓRIA


Poucas vezes na história do cinema se ouviu falar numa rivalidade tão interessante quanto dos estúdios Hammer e da Amicus. "Esta briga" se deu principalmente nos anos 60 e 70. E o mais curioso é que mesmo os mais entendedores se confundem quanto ao título ser de uma  empresa ou de outra (fiz um top 13 da empresa, que pode ser conferido mais abaixo).

A Amicus Productions foi uma produtora britânica de filmes (Amicus significa "amizade" em latim), sediada no Shepperton Studios, Inglaterra. Foi fundada pelos produtores americanos e roteiristas Milton Subotsky e Max Rosenberg em 1962.  Juntos, eles produziram uma série de filmes de baixo orçamento de ficção científica e de terror 


Subotsky nasceu em Nova York, em uma família de judeus imigrantes. Durante a II Guerra Mundial, serviu no Signal Corps, no qual ele escreveu e editou filmes de treinamento técnico. Após a guerra, ele começou a carreira como escritor e produtor durante a década de 50, a chamada Era de Ouro da televisão. Em 1954, ele escreveu e produziu a série de TV Junior Science. Graduou-se para o cinema em 1956. Em 1960, Subotsky mudou-se para Inglaterra e produziu seu primeiro filme de terror, Horror Hotel, no Shepperton Studios. Faleceu em Londres de problemas cardiovasculares, em 1991, aos 69 anos.

Rosenberg nasceu no Bronx, em Nova York, vindo de uma família de imigrantes judeus . Em 1945, ele entrou no mercado cinematográfico tornando-se distribuidor de filmes estrangeiros. Embora ele tenha produzido principalmente filmes de terror ou sobrenaturais, seu primeiro filme - Rock, Rock, Rock (1956) foi um musical. Rosenberg morreu em Los Angeles, Califórnia, em 2004, aos 89 anos de idade.

A Amicus foi desfeita em 1975, mas assim como Rosenberg,  Subotsky continuou produzindo, inclusive algumas adaptações de Stephen King, incluindo Comboio do terror (1986) e Às vezes eles voltam (1991). Por volta dessa época ele formou "Sword & Sorcery Productions, Ltd." com Frank Duggan.

Mistura homogênea

Trabalharam com assiduidade os mesmos atores e diretores que participaram dos filmes da Hammer, tais com os atores Christopher Lee e Peter Cushing e os diretores Freddie Francis e Roy Ward Baker. Vale destacar também o escritor e roteirista Robert Bloch, de Psicose, de 1960, que também fez alguns roteiros.

A característica mais marcante da empresa é os filmes serem marcados por episódios. Esses filmes normalmente apresentam quatro ou, às vezes, cinco curtas histórias de horror, ligadas por um enredo abrangente com um narrador. Outra diferença é que a Hammer se destacava pela quantidade de sangue mostrado nos filmes, enquanto a Amicus oferecia um terror mais sugerido e psicológico que a sua companhia rival.

Respiro

O ano de 75 foi decisivo para o fim da Amicus. "A terra que o mundo esqueceu" foi lançado no Reino Unido no final de 1974 e quase um ano depois nos EUA. Alguns países, em 1976, 77 e até 1978. Além de ter sido um filme difícil de realizar, principalmente se compararmos com o que a Amicus fez até aqui, ainda contou com os problemas pessoais do ator principal, Doug McClure, que enchia a cara por conta do fim do seu casamento (ele se casou 5 vezes, tendo se divorciado 4 !!!). O cenário pareceu estressante para Subotsky, que passou a dar menos atenção ao filme e ao desenvolvimento de qualquer projeto. Sua insatisfação, que talvez hoje pudesse ter sido chamada de síndrome de burnout, o levou a abandonar o barco e ainda acionar a empresa (e consequentemente, seu sócio) na justiça. Ele queria mudar de rumos, e fazer filmes para crianças.


A trilogia baseada das histórias de  Edgar Rice Burroughs foi um sucesso, mas com a dissolução da Amicus, a terceira parte, Criaturas que o tempo esqueceu, caiu no colo da American International Pictures. Por incrível que pareça, a Amicus ruiu no auge. Rosenberg ainda manteve ela viva até 1977, mas ele parecia não funcionar bem sozinho, decretando assim, a lendária produtora de antologias de horror, que mais parecia uma spin off da Hammer, mas mesmo assim, promoveu um cinema de qualidade.

Em 2006, o produtor norte-americano Robert Katz achou que o nome Amicus merecia ser revivido e assim o fez, obviamente, sem o mesmo sucesso.

Origem da rivalidade?

Em uma ironia do destino, Max Rosenberg e Milton Subotsky enviaram o roteiro do filme "Frankenstein and the Monster" que seria um remake do clássico Frankenstein para Associated Artists Productions que por sua vez, foi enviado para a ... Hammer, porém o produtor Anthony Hinds achou que poderia ter problemas de direitos autorais e além de ver muitas semelhanças com o filme da Universal. A dupla então fundou a Amicus para fazer o que quiserem.


Um detalhe de nomenclatura

Oficialmente falando, Horror hotel veio ao mundo pela Vulcan Productions, o primeiro empreendimento da dupla que fundou a Amicus. É comum atribuir Horror hotel como sendo Amicus por conta de terem os mesmos fundadores, mas Horror hotel é da Vulcan Productions. A Amicus veio ao mundo para fazer história dois anos depois.

Amicus nunca alcançou a popularidade ou reputação de Hammer, mas seus filmes merecem estar nas prateleiras de qualquer colecionador.

Abaixo listei 13 filmes essenciais para conhecer a trajetória da produtora no cinema. 

Direção: Freddie Francis

Seis homens viajam juntos na mesma cabine de um trem rumo a Bradley, interior da Inglaterra. Um deles, um médico excêntrico, que se diz chamar Dr. Terror (Cushing), é na verdade a encarnação da própria morte, propõe ver o futuro de cada um fazendo um jogo de tarô. Cada um das premonições releva um destino fatídico, o que fornece o quadro para contar cinco histórias de terror. Foi o primeiro filme da produtora Amicus nessa linha

Direção: Freddie Francis

Cushing interpreta Christopher Maitland, um colecionador de objetos relacionados ao oculto que adquire do oportunista Anthony Marco um livro escrito pelo Marquês de Sade cuja capa é feita em pele humana. Marco conta ao seu cliente que Sade, na verdade, era pior do que muita gente imaginava e inclusive tinha feito um pacto com o demônio. No dia seguinte, o vendedor apresenta uma oportunidade única: o crânio do Marquês.

Direção: Freddie Francis

Num parque de diversões, cinco pessoas visitam a tenda do Dr. Diábolo, onde são convidadas a conhecer seu futuro. Este é o ponto de partida para quatro histórias de horror escritas por Robert Bloch: no primeiro episódio, um homem é dominado por um gato que o leva a matar; no segundo, uma garota ambiciosa descobre o terrível segredo de um famoso produtor de cinema; no terceiro, uma jovem se apaixona por um pianista que vive assombrado pelo espírito de sua falecida mãe; e, no último, um fã de Edgar Allan Poe visita um colecionador especializado na vida do escritor, que guarda um terrível segredo no porão de sua casa.

Direção: Peter Duffell 

Após mudar-se para uma antiga casa, o ator de filmes de terror Paul Henderson desaparece misteriosamente. Durante sua investigação, o Inspetor Holloway ouve quatro histórias sobre a casa. Na primeira, Method for murder, o escritor de novelas pavor Charles Hillyer é perseguido por um estripador criado em seus livros. Na segunda, Waxworks, Philip Grayson e seu amigo Neville Rogers impressionam-se com uma figura de um museu de cera, modelada à imagem da mulher do dono do museu, que decapita os que por ela ficam fascinados. A terceira história, Sweets to the sweet, descreve como o viúvo John Reid, receando que a filha herde os poderes sobrenaturais da mulher, uma feiticeira, mantém a garota reclusa, com resultados trágicos. Na última história, The cloak: um ator de tanto aperfeiçoar-se em filmes de terror, acaba convertendo-se sem querer num verdadeiro vampiro, sempre que usa uma capa comprada de um velho.

Direção: Stephen Weeks

No início do século, um psiquiatra e pesquisador britânico, o Dr. Charles Marlowe (Lee, eficiente como sempre), resolve experimentar em si próprio um soro que tem a capacidade de suspender temporariamente os bloqueios e censuras morais. Sob o efeito da droga ele se torna o abominável Edward Blake, indivíduo capaz das mais incríveis monstruosidades.

Direção: Roy Ward Baker

O jovem psiquiatra Dr. Martin chega em um manicômio distante para uma entrevista de emprego. Ele é recebido pelo Dr. Lionel Rutherford, o diretor do manicômio, que lhe lança um desafio: entrevistar os pacientes para tentar descobrir qual deles é o Dr. B. Starr, o antigo diretor do asilo que perdeu a razão e se tornou um dos internos. A cada história contada pelos pacientes, o jovem psiquiatra irá mergulhar num mundo fantástico e macabro, onde realidade e fantasia se confundem.

Direção: Freddie Francis

Durante uma visita guiada por um mosteiro em ruínas, cinco pessoas se veem encurraladas numa câmara mortuária. Surge então o misterioso Guardião da Cripta, que mostra a eles o que poderá ser o futuro próximo de cada um, em episódios baseados nas clássicas histórias da revista norte-americana Tales of the Crypt, da EC Comics (várias delas foram refilmadas nos anos 1980 para o seriado "Contos da Critpa").

Direção: Roy Ward Baker

Cinco desconhecidos entram em um elevador e vão parar no subsolo de um edifício sem que ninguém tenha apertado o botão correspondente àquele andar. Ao saírem, descobrem-se em uma espécie de clube e a porta do elevador se fecha atrás deles, deixando-os sozinhos. Sem nada para fazer, cada um resolve contar seu pesadelo recorrente.

Direção: Roy Ward Baker

Antiga maldição ameaça a mansão dos Fengriffen, onde vão morar Catherine, recém-casada, e Sir Charles. Fantasmas, mão decepada que parece ter vida, mortes misteriosas, caveira com olhos de sangue. Catherine fica grávida e esta pode ser a vingança final.
O roteiro de Roger Marshall foi inspirado no romance "Fengriffen", escrito por David Case.

Direção:Kevin Connor

Quatro histórias estão ligadas a uma sinistra loja de antiguidades, onde quatro diferentes fregueses adquirem artefatos enganando, de alguma forma, o seu proprietário (Peter Cushing), com conseqüências desastrosas: a primeira história é sobre um rapaz que compra um espelho habitado por um demônio que precisa alimentar-se de sangue; a segunda é sobre um homem explorado pela esposa que se relaciona com a filha de um veterano de guerra; a terceira mostra um homem sendo assombrado por um demônio que se aloja sobre o seu ombro e, a quarta história é sobre uma porta que abre uma passagem para outra dimensão.

Direção: Paul Annett

Tom Newcliffe (Calvin Lockheart) é um excêntrico esportista milionário que convida um grupo de pessoas para passar um fim de semana em sua mansão e participar de uma brincadeira macabra. Ao se apresentar ao grupo, Newcliffe avisa que um dos presentes é um lobisomem que se revelará numa noite de lua cheia. Todos são obrigados a ficar na mansão onde são submetidos a vários testes para forçá-los a se transformar em um lobisomem. Toda a casa fica sob vigilância por Tom e Pavel (Diffring), que não acredita em lobisomens.

Direção: Jim Clark

Vincent Price interpreta o ator de filmes de horror de Hollywood Paul Toombes e seu mais importante personagem, o Dr. Morte (Dr. Death), astro de vários filmes do gênero. Após a morte misteriosa de sua noiva Ellen Mason (Julie Crosthwait), ele abandona a carreira. Passados doze anos, ele se transfere para Londres e a pedido de seu antigo amigo Herbert Flay (Peter Cushing), também ator e roteirista, Toombes é convencido a voltar a atuar como o Dr. Morte, porém, enquanto os trabalhos de filmagens dão início, mortes misteriosas passam novamente a acontecer.

Direção: Kevin Connor

O comandante de um submarino alemão (John McEnery), durante a Primeira Guerra Mundial, afunda um navio de suprimentos inglês, mas acaba por receber os únicos sobreviventes do mesmo a bordo, como o expert em submarinos Bowen Tyler (Doug McClure). Perdidos nos mares gelados do Sul, terminam às margens de uma ilha misteriosa, Caprona, conforme supostamente identificada pelo capitão germânico. Lá se envolvem com dinossauros vivos, das mais variadas épocas pré-Históricas, além de ficarem cara-a-cara com homens das cavernas.


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