BARBARA MAGNOLFI - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS
Nascida em 16 de abril de 1955 em Rennes na França, Barbara Magnolfi é uma atriz e produtora franco-italiana, conhecida pelo seu trabalho em Morte Suspeita de uma Adolescente (1975), Suspíria (1977) e Inferno ao Vivo (1984).
1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Você é uma apaixonada por cinema? Conte um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.
B.M.: Eu sou definitivamente apaixonada por cinema. Eu não poderia fazer meu trabalho se não fosse. O cinema é uma arte e uma comunicação incrível que permite transmitir histórias e mensagens que impactam o público emocionalmente e criam novas possibilidades. É mágico. Desde o momento em que pus os pés no palco, soube que queria criar essa magia.
3) "Suspíria" é um filme único, que depende fortemente da atmosfera, das cores e do local em que as cenas são filmadas. Durante as filmagens, você sentiu que este seria um filme tão icônico?
B.M.: Enquanto fazia Suspíria, tive a sensação de que estávamos filmando algo incrível. Talvez pela forma como Dario Argento nos dirigisse, talvez pela presença de ícones de Hollywood como Joan Bennett, ou ainda atmosfera quase mística da produção me deram essa sensação.
M.V.: Suspiria certamente deixou um impacto significativo no cinema. Na sua opinião, o que você acha que foi a chave para a longevidade do filme ao longo dos anos?
B.M.: Eu acho que Suspíria é eterno. É um conto de fadas sombrio que você sempre pode assistir que atraiu atenção na época e continua atraindo agora para as novas gerações mais jovens. Além de ser uma obra-prima perfeitamente trabalhada por Dario Argento, eu acho que é considerado seu melhor filme. Foi revelado em Technicolor, portanto, as cores primárias do filme foram aprimoradas ainda mais.
4) Algumas profissões rendem histórias interessantes, curiosas e às vezes engraçadas. E certamente, quem trabalha com cinema, tem suas pérolas. Se lembra de alguma história divertida que tenha acontecido durante a execução de algum trabalho seu e que possa compartilhar?
B.M.: Bem, estávamos no set de Suspíria, Dario e eu estávamos discutindo sobre filmar a próxima cena, pois ele não tinha certeza como queria. Estávamos do lado de fora dos estúdios de Paolis em Roma, era uma cena complicada que envolvia um boneco alto e enquanto estávamos conversando de repente, uma grande tempestade começou. A chuva torrencial e relâmpagos, uma verdadeira tempestade.
A boneca que estava sendo preparada caiu e obviamente não pudemos filmar a cena. Essa é uma das várias coisas que aconteceram durante as filmagens de Suspíria. Foi uma situação muito estranha.
5) Imagine o cenário: você é uma atriz (de qualquer país) enquanto ela atua em um filme memorável. Qual seria a atriz, o filme e claro..., por quê?
B.M.: Eu provavelmente faria Hedy Lamarr principalmente porque ela era revolucionária e um gênio da ciência! Uma incrível combinação de talento de beleza e inteligência. E o filme seria Sansão e Dalila ou Êxtase.
M.V.: Exato. Lamarr era um gênio. Uma autodidata. Durante sua relação com o magnata da aviação Howard Hughes, ela opinou certeiramente quanto a mudanças necessárias em seus aviões para se torarem mais rápidos. Mas foi durante a guerra que ela ganhou notoriedade por ser criadora, junto com seu amigo, compositor e pianista George Antheil, um invento que antecipou o Wi-Fi.
B.M.: Verdade.
6) Fazer cinema envolve muitas variáveis. Esforço, investimento, paixão, talento... E a sinergia destes elementos faz o resultado. Qual trabalho em sua carreira considera o melhor? E há algum que se arrependeu? Ou mesmo faria diferente...
B.M.: Sou muito orgulhosa de Suspíria e de outro filme que fiz chamado Difficile Morire. E me arrependo de ter feito La Sorella di Ursula (1978). E não foi pela produção em si, mas só depois devido às cenas explícitas de sexo que adicionaram sem meu conhecimento. Na verdade, meu arrependimento é trabalhar com certo tipo de pessoa que não é honesta. Não reconhecê-los imediatamente. Mas foi mais uma lição aprendida do que um arrependimento.
7) Para finalizar, deixe uma frase ou pensamento envolvendo o cinema que representa você.
B.M.: "Susie... Sara... Uma vez li que nomes que começam com a letra “S” são nomes de SERPENTES !! Ssssss Sssss Sssss ", de Suspíria, dita pela minha personagem Olga.
M.V.: Muito obrigado.
B.M.: O prazer foi meu.