CHRISTOPHER MITCHUM - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS
Christopher "Chris" Mitchum veio ao mundo em 16 de outubro de 1943 e é um ator, escritor e empresário dos Estados Unidos. Nasceu em Los Angeles, Califórnia sendo o segundo filho da estrela de cinema Robert Mitchum e Dorothy Mitchum. Ele também é o irmão mais novo do ator James Mitchum.
Ele é membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas desde 1978. Christopher foi o primeiro vice-presidente nacional do Screen Actors Guild, em 1987-89 e é também membro do conselho de diretores do SAG, em 1983-89. Dentre alguns filmes de destaque, Chisum - Uma Lenda Americana (1970), Rio Lobo (1970) e Jake Gradão (1971), que fez com John Wayne.
E hoje, com vocês, Christopher Mitchum.
Boa sessão:
1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Você é um apaixonado por cinema? Conte um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.
C.M.: Eu não sou apaixonado por cinema. Foi o meu trabalho por 32 anos. Eu direi o que meu pai me falou certa vez: “Se você acordar de manhã e for trabalhar, desista.” Eu nunca “fui trabalhar”. Eu amava o que fazia. Costumava debater comigo mesmo: Qual é o propósito do cinema?
É arte? É para entreter? É para ensinar? É para mudar a sociedade? Concluí que é tudo isso, às vezes ao mesmo tempo. Quando eu era jovem, vi a perturbação que ser ator causou na existência de nossa família, então nunca quis ser ator. No entanto, está no meu DNA e fui atraído por ele. Foi Howard Hawks quem me ensinou a amar atuar.
2) Com relação às suas preferências cinematográficas, há uma lista dos filmes de sua vida? Um Top 10 ou mesmo, o filme mais importante?
C.M.: Os dois filmes mais importantes da minha vida são Jake Grandão (1971), com John Wayne, porque me fez uma sensação nos Estados Unidos, e Summertime Killer (1972), porque me fez um astro internacional.
3) Quem era Robert Mitchum na intimidade? Um dos grandes mitos do cinema? Ou “apenas” pai de James Mitchum, Trini Mitchum e seu, claro.
C.M.: Meu pai deixava o trabalho no estúdio. Levou anos para eu realmente entender o que ele fazia da vida. Tivemos uma vida familiar bastante normal e ele não falava sobre seu trabalho em casa, por mais incrível ou estranho que pareça.
M.V.: Na realidade, não é estranho. Meu pai, por exemplo, era da Polícia Rodoviária Federal. O trabalho dele envolvia inúmeros acontecimentos, mas até a pouco tempo, eu não sabia de nada que acontecia. Soube mais quando ele se aposentou.
C.M.: Precisamente.
M.V.: Já pensou em fazer um remake de algum filme do seu pai, por conta a semelhança física entre vocês?
C.M.: Fazer um remake de um dos filmes dele? Não. Não teria como ser melhor. Eu não ando nos seus passos. Ando na mesma praia, mas faço minhas próprias pegadas.
4) Algumas profissões rendem histórias interessantes, curiosas e às vezes engraçadas. E certamente, quem trabalha com cinema, tem suas pérolas. Se lembra de alguma história divertida que tenha acontecido durante a execução de algum trabalho seu e que possa compartilhar?
C.M.: Me pegou!!! Eu poderia, mas estou pensando em escrever um livro sobre isso, então não posso te responder. Mas quando sair, me lembre, que te envio um exemplar.
M.V.: Claro, será uma honra.
5) Imagine o cenário: você é um ator (de qualquer país) enquanto ele atua em um filme memorável. Qual seria o ator, o filme e claro…, por quê?
C.M.: O diretor seria Jacques Tourneur e o filme, "Fuga ao Passado". Três estrelas futuras (Mitchum, Greer e Douglas), filmadas brilhantemente (o Diretor de Fotografia foi incrível), e se tornou a marca registrada dos filmes noir.
6) Fazer cinema envolve muitas variáveis. Esforço, investimento, paixão, talento... E a sinergia destes elementos faz o resultado. Qual trabalho em sua carreira considera o melhor?
C.M.: Os dois mencionados acima, e eu adicionaria "Os Últimos Machões", dirigido por Andrew V. McLaglen.
M.V.: Há algum trabalho que se arrependeu? Ou mesmo, faria algo diferente...
C.M.: Arrependimentos? Provavelmente a maioria dos meus filmes asiáticos de artes marciais. Eles tiveram muito sucesso em seus próprios países, alguns prêmios vencidos, mas não se traduzem bem nos EUA.
7) Para finalizar, deixe uma lição ou dica para os que pretendem seguir carreira na atuação.
C.M.: "Nunca seja pego atuando". Não ser fake na tela é essencial. Jamais passe para o telespectador que aquele universo não é real. Jamais.
M.V.: Muito obrigado, meu amigo.