10 PRODUÇÕES DOS ANOS 2000 QUE USARAM RECURSOS INCOMUNS NA NARRATIVA
Com o passar dos anos, o avanço da tecnologia permitiu ao cinema galgar passos rápidos em direção a um futuro imaginado só nos filmes de ficção. Hoje já é possível fazer um Luke em Mandaloriano quase perfeito e este "quase", provavelmente vai ser removido da sentença em breve.
Estes avanços geraram ferramentas para os cineastas seguirem caminhos incomuns em suas produções ou mesmo aperfeiçoar recursos muito conhecidos.
Confira abaixo 10 produções dos anos 2000 que usaram recursos incomuns para mover a história. Quase um Macguffin, só que técnico.
Boa sessão:
Um ladrão ataca um casal, terminando por matar a mulher e deixando o homem à beira da morte. Porém, ele sobrevive e a partir de então passa a sofrer de uma doença que o impede de gravar na memória fatos recentes, o que faz com que ele esqueça por completo algo que acontece poucos instantes antes. A partir de então ele parte em uma jornada pessoal a fim de descobrir o assassino de sua mulher para poder vingá-la.
➜Recurso usado: As cenas são editadas de trás para frente, dando um nó na cabeça do telespectador. O "grande mistério" da trama está na primeira cena. Sendo assim o filme começa da última, vai para a penúltima e por ai vai.
Quatro personagens principais estão no centro da história: um executivo do cinema (Stellan Skarsgard) e sua esposa (Saffron Burrows), uma aspirante a atriz (Selma Hayek) que está no meio de um caso e uma mulher (Jeanne Tripplehorn) cujas ações irão alterar para sempre seus destinos.
➜Recurso usado: O filme divide a tela em quatro partes, com cada uma delas enfocando um dos personagens principais da história. As 4 histórias transcorrem simultaneamente, sendo que em alguns momentos pode-se ouvir o som vindo de duas ou mais partes ao mesmo tempo. A versão em DVD permite que o espectador escolha qual das quatro telas quer ouvir quando assiste ao filme.
Alex, namorada de Marcus, é estuprada e agredida. Ele e seu antigo namorado, Pierre, estão decididos a descobrir quem foi o autor da agressão, percorrendo, desesperados, as ruas de Paris, sedentos de vingança.
➜Recurso usado: Tal como Amnésia, toda a história é contada ao contrário, o que significa que cada sequência começa no momento em que termina a próxima sequência do filme. Até os créditos finais de Irreversível são exibidos logo no início do longa-metragem. Ao término do filme não há créditos. Mas o que torna o filme perturbador é a movimentação de câmera de forma frenética, fazendo um movimento giratório constante, não permitindo o telespectador se fixa em nada.
➜Recurso usado: O destaque de Dogville fica por conta da ausência de recursos. Com claras referências visuais e influências de produção herdadas do movimento Dogma 95, manifesto cinematográfico iniciado pelo próprio Lars Von Trier, temos câmera na mão, ausência de trilha sonora e de deslocamentos temporais ou geográficos. Os personagens improvisam e criam situações em que interagem com objetos imaginários.
No exuberante mundo alienígena de Pandora vivem os Na'vi, seres que parecem ser primitivos, mas são altamente evoluídos. Como o ambiente do planeta é tóxico, foram criados os avatares, corpos biológicos controlados pela mente humana que se movimentam livremente em Pandora. Jake Sully, um ex-fuzileiro naval paralítico, volta a andar através de um avatar e se apaixona por uma Na'vi. Esta paixão leva Jake a lutar pela sobrevivência de Pandora.
➜Recurso usado: Os efeitos em 3D tem a intenção de dar uma perspectiva maior do filme, proporcionando imersão na história. Eles frequentam as salas de cinema há mais tempo que muitos imaginam, mas foi com Avatar que a importância do recurso ganhou contornos mundiais. O efeito Avatar foi transformador: mudou cinemas, lançamentos em mídia física, TVs 3D sendo vendidas na loja da esquina. Foi, sem dúvidas, muito mais popular que útil nesta tal imersão, já que muitos filmes foram filmados em 2D e convertidos. Avatar não. Foi filmado em 3D.
Ucrânia, período indefinido entre a queda do muro até os dias atuais. Um adolescente surdo-mudo desembarca em uma escola especializada e se junta aos líderes da gangue que assola a cena. Absolutamente entregues a si mesmos, esses jovens – sem passado, sem família e claramente sem futuro – exploram os mais jovens mais fracos, mandando-os vender cacarecos em trens ou, até pior, seu próprio corpo em uma obscura rede de prostituição.
➜Recurso usado: Todos os atores são surdos e o filme não faz uso de nenhuma linguagem vocal, nem mesmo legenda, apenas linguagem de sinais.
Em 1944, Saul Ausländer é um húngaro membro do Sonderkommando, o grupo de prisioneiros judeus isolados do acampamento e forçados a ajudar os nazistas na máquina de extermínio em grande escala. Saul trabalha num dos crematórios quando descobre o cadáver de um menino em cujos traços reconhece como sendo seu filho. Enquanto o Sonderkommando prepara uma revolta, Saul decide salvar o corpo da criança do fogo e oferecer-lhe um sepultamento digno.
➜Recurso usado: As cenas externas foram todas feitas com luz natural. Filmado num campo de visão estreito semelhante a um retrato e com a câmera posicionada atrás do personagem, para captar somente o seu campo de visão, audição ou presença.
Henry, um ciborgue recém-ressuscitado, parte em uma missão para salvar sua esposa e “criadora” Estelle (Haley Bennett), sequestrada por Akan (Danila Kozlovsky, de Vampire Academy: O Beijo das Sombras), um guerreiro poderoso que planeja utilizar a tecnologia de Henry para criar soldados a partir de bioengenharia.Lutando ao lado dele, Jimmy é a única esperança de Henry para realizar tal feito até o final do dia.
➜Recurso usado: Filmes que usam o recurso da câmera subjetiva trazem tensão para o telespectador desde 1947, com o filme Noir A dama do lago. Mas assim como Avatar foi o auge do 3D, Hardcore é o ponto máximo da câmera subjetiva. Ela fica presa a um capacete na cabeça do protagonista, que realiza cenas de ação estilo "Missão impossível.". O resultado é incrível.
A história começa em um flashback de quatro anos antes dos principais eventos da história. Eric Neill está tentando seduzir e fraudar a autora infantil Olivia Lake a mando de alguns de seus associados. No presente, Eric está na prisão pelo assassinato de Olivia; Petra, a irmã de Eric e outros reabrem a investigação sobre os eventos.
➜Recurso usado: O aplicativo funciona como um filme interativo; embora o usuário não possa afetar o enredo, ele pode escolher de qual perspectiva o mesmo enredo é visualizado e aprender diferentes facetas dele. Os usuários também podem investigar em seu próprio tempo documentos, e-mails, recortes de notícias, correios de voz, relatórios policiais.
A série foi projetada para iOS e Android. O projeto de narração interativa tem seis horas e permite a pessoa a ir e vir pelas mais diversas linhas temporais, ver e rever momentos a fim de descobrir o mistério. Você pode seguir vários personagens e terá uma narrativa ramificada no aplicativo. Existem 15 capítulos no Mosaic, mas você deve desbloqueá-los conforme a evolução. Bastante inovador, foi reeditado para passar na HBO.
Em 1917, os cabos Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman) são jovens soldados britânicos durante a Primeira Guerra Mundial. Quando eles são encarregados de uma missão aparentemente impossível, os dois precisam atravessar território inimigo, lutando contra o tempo, para entregar uma mensagem que pode salvar cerca de 1600 colegas de batalhão.
➜Recurso usado: Assim como o 3D citado mais acima, os planos-sequência existem desde muito tempo. Mas com 1917, o diretor Sam Mendes propõe algo até então impensável: realizar um filme de guerra, com complicadas cenas de ataques, inteiramente em plano-sequência. Lógico que tudo foi um truque, ele disfarçou muito bem os cortes, mas a ideia prevaleceu. E o que faz o filme ser tão imersivo e genial é justamente este recurso, dada a história que parece simples para um filme de duas horas.
