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CONVENÇÃO DAS BRUXAS (1990) - FILM REVIEW

O criador: Nicolas Roeg

Sem ter educação em faculdade, entrou no cinema por acaso. No final da década de 40 foi convidado para servir chá em um estúdio na Inglaterra, onde acabou como operador de câmera. Iniciou-se no cinema como diretor de fotografia,  trabalhando em filmes como Fahrenheit 451 de François Truffaut e Longe deste insensato mundo de John Schlesinger. Foi só em 1970 que realizou o seu primeiro filme, Performance, um exercício cinematográfico que multiplica as virtuosidades técnicas, recusando a progressão linear ao quebrar a relação espaço-tempo. Este filme, protagonizado por Mick Jagger, e co-realizado pelo escritor Donald Cammell, acabou por não ter o sucesso esperado e, assim Roeg teve que ir para a Austrália para dirigir o seu filme “Longa caminhada”, que foi também o seu último trabalho como diretor de fotografia.

Seus maiores sucessos vieram à seguir, quando dirigiu o que muitos consideram a sua obra-prima, Inverno de Sangue em Veneza, estrelado por Donald Sutherland e Julie Christie. Logo depois, em 1976, lançou O Homem Que Caiu na Terra, protagonizado por David Bowie. Em seguida, Convenção das Bruxas (1990), com Anjelica Huston. O cineasta britânico faleceu aos 90 anos.. Roeg dedicou quase seis décadas à sétima arte.


"Uma longa caminhada" até "Convenção das Bruxas". 

Há diversas formas de expressões cinematográficas ao longo dos anos. Algumas mais conhecidas outras menos. O cinema australiano nos trouxe a Ozploitation, com filmes de baixo orçamento e muitas vezes renegados pelos críticos. A etimologia da palavra explicita seu significado: oz vem de "Austrália" e ploitation vem de "exploração". Muitos não sabem que informalmente, a Austrália é referida com apenas as três primeiras letras (Aus) e a pronúncia é Oz. 

O período do auge foi, basicamente, do início da década de 70 ao final dos 80, tendo obviamente, filmes fora deste período, principalmente remakes ou releituras de obras da época. Ozploitation foi bem abrangente em termos de gêneros; Desde à Sexploitation ao horror. Mas nenhum filme foi mais icônico e famoso mundialmente como Mad Max, que foi abordado na época de três maneiras bem distintas nos três filmes marcantes de George Miller e ainda foi feita uma continuação em 2015 com extremo reconhecimento de público e crítica (concorreu a 10 Oscars e venceu 6 !!!). 


Ao contrário de gêneros, subgêneros e movimentos com códigos estabelecidos e convenções como Noir, Expressionismo, Slasher, o Ozploitation não se refere a um estilo específico de cinema. Seu principal requisito é que ele seja simplesmente um filme de gênero australiano.  No entanto, um fator importante nesses filmes foi a maneira como eles exploraram os estereótipos e aspectos da cultura australiana para atingir o público dentro e fora da Austrália. 

O cinema australiano capengava nos anos 60, com poucas coisas (ótimas) sendo feitas. Com a Ozploitation, choveram produções, dando início à "Era de ouro" do cinema australiano. Fatores diversos propiciaram o surgimento deste boom, como  grandes reduções de impostos oferecidas pelo governo australiano para aqueles que financiaram os filmes. Outro fator responsável foi a introdução da classificação R (superior a 18 anos). Isso criou um mercado que muitos cineastas australianos estavam ansiosos para explorar, havendo desta forma, um considerável aumento dos filmes sexploitation.


Como todo movimento, há o período de queda, que aconteceu nos anos 80. Mas já nos anos 90, o cinema australiano renasceu, mas com outros tipos de produções como Babe, o porquinho atrapalhado, Shine - brilhante e Priscila a rainha do deserto.

O período introdução desta Nova onda Australiana foi, portanto, em 1971, com a introdução da classificação R. Porém a origem do termo é bem mais recente. Há 11 anos, um documentário chamado "Além de Hollywood: O melhor do cinema australiano!", dirigido por Mark Hartley, que explora, obviamente, a importância daquele período cinematográfico da Austrália. Nele, há diversas entrevistas com pessoas envolvidas com o cinema, sendo Quentin Tarantino uma delas.  Na entrevista, ele mesclou "Aussie" (termo que designa o australiano, tipo "brazuca" para os brasileiros) com "esploitation", formando "aussiesploitation". O diretor Mark Hartley encurtou para  "Ozploitation".


E um dos filmes seminais da Ozploitation foi Uma longa caminhada, dirigido por Nicolas Roeg. E sem este trabalho fundamental, não teríamos...

A criatura: Convenção das Bruxas

Sucesso dos anos 90, o filme é mais uma ótima produção na eclética filmografia do diretor. Na trama, Luke (Jasen Fisher), 10 anos, é levado por sua avó (Mai Zetterling) para um hotel na Inglaterra após a morte do pai. Lá o garoto descobre que um grupo de bruxas está fazendo uma convenção e que pretendem transformar todas as crianças do mundo em ratos. Descoberto, ele acaba virando um roedor junto com outro garoto, mas não desiste de parar o plano da senhorita Eva Ernst (Anjelica Huston), a líder da convenção das bruxas.

Muitas das bruxas na reunião são homens em roupas femininas e isto é bem claro ao assistir o bluray (confesso que não percebi em VHS). Parece que eles não conseguiram encontrar figurantes femininas suficientes para esta cena. Durante a produção, o ator Rowan Atkinson causou um desastre digno de Mr. Bean, personagem cômico que Atkinson estava desenvolvendo na época. Atkinson foi para a cama com as torneiras do banheiro ainda abertas em seu quarto, causando um vazamento que danificou o equipamento elétrico da equipe no andar de baixo. Aliás, vendo hoje o ator em cena, é impossível dissociá-lo do personagem Mr. Bean e a todo o momento  esperamos que ele faça algo engraçado. Inclusive, a sitcom do ator estreou no mesmo ano do filme, em 1º de janeiro de 1990, quatro meses antes do lançamento de "Convenção" no cinema britânico.


O local usado para o Hotel Excelsior no filme é o Headland Hotel, um hotel localizado em Newquay, na Inglaterra (veja no detalhe abaixo como ele está hoje). No filme, uma das bruxas oferece a Luke uma barra de chocolate. Mais tarde, a Grande Bruxa e seus seguidores planejam transformar todas as crianças britânicas em camundongos, colocando uma fórmula em barras de chocolate. O autor Roald Dahl é famoso por escrever o clássico livro infantil "A Fantástica Fábrica de Chocolate " (lançado em 1964), que foi adaptado em dois filmes (por enquanto). Já As Bruxas (The Witches)  foi lançado em 27 Outubro 1983. 

A Warner Brothers, que comprou o filme depois que a produtora original Lorimar faliu, engavetou o filme por mais de um ano antes de autorizar as exibições de teste na Flórida em fevereiro de 1990. O filme foi lançado no Reino Unido em 25 de maio de 1990, mais de uma semana após a morte do produtor executivo Jim Henson, que morreu em 16 de maio de 1990. No entanto, Henson viu as respostas positivas das exibições de teste em fevereiro.


O tom sombrio do romance foi significativamente suavizado para tornar o filme mais atraente para o público mais jovem. Roald Dahl odiou o final feliz, em que uma feiticeira aparece para transformar o rato de volta em um menino. No final do romance, o menino termina como um rato e vivendo com sua avó. O fato é que estúdio filmou o final que era mais fiel ao livro (além do "final feliz"), e testou o filme com ambos. O resultado como visto no produto final, é que o público escolheu.

De fato, o final do livro era bem triste como verão a seguir: Depois que a Grande Bruxa e as bruxas são todas mortas pelos funcionários do hotel, Luke e a vovó voltam para casa e começam seu plano para livrar o mundo das bruxas usando a poção para transformar o sucessor da Grande Bruxa e seus assistentes em ratos e permitir que os gatos as destruam. Luke descobre que os ratos provavelmente podem viver apenas mais 9 anos e decide que, no final, ele e a vovó morrerão juntos.

Talvez fosse um final com mais "cara" do diretor. Porém, a forma que a trama é conduzida, seria frustrante um final pessimista. 



Classicline lançou o BLU RAY de "Convenção das bruxas", filme muito esperado dos anos 90, que pode ser adquirido no site da empresa ou nas lojas parceiras. Abaixo, veja detalhes da edição. E para comprar, só clicar no link acima. 

Pela primeira vez no Brasil em alta-definição:

Convenção das bruxas - Blu-Ray
(Edição Especial de Colecionador)

Após a morte do pai, o garoto Luke (Jasen Fisher), de apenas 10 anos, é levado por sua avó (Mai Zetterling) para passar uma temporada num hotel na Inglaterra. Lá o garoto descobre que um grupo de bruxas está realizando a sua “convenção anual”, e que lideradas pela senhorita Eva Ernst (Anjelica Huston), elas pretendem transformar todas as crianças do mundo em ratos. Descoberto, ele é capturado junto com outro garoto e ambos acabam transformados em roedores. Mas nem isso será suficiente para deter Luke e seus companheiros de impedir as bruxas de realizarem o seu plano maligno.
 
➤Informações do filme e da edição:

Elenco: Anjelica Huston, Mai Zetterling, Jasen Fisher, Rowan Atkinson, Bill Paterson, Brenda Blethyn, Charlie Potter, Anne Lambton
Direção: Nicolas Roeg
Produtor: Mark Shivas
Roteiro: Roald Dahl, Allan Scott
Fotografia: Harvey Harrison
Direção de Arte: Norman Dorme, John King
Ano de produção: 1990
Pais de Produção: Reino Unido
Formato de tela: 16x9 1.85:1
Cor: Colorido
Duração Aprox.: 91 min. aprox.
Idioma: Inglês DTS-HD 2.0 | Português 2.0 Dolby Digital (2 Opções de Dublagem)
Legendas: Português , Inglês SDH

Edição com 3 cards colecionáveis, mini poster original e livreto.


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