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O QUE É FILME NOIR

 


Noir

Em 1946, o crítico francês Nino Frank foi um dos primeiros a notar semelhanças estilísticas em certos filmes americanos das décadas de 1930 e 1940, classificando-os como filmes Noir,  expressão que, em francês, significa “filme negro”. Segundo ele, essas produções começaram a surgir nos EUA no final dos anos 1930, em meio às consequências da crise de 1929, refletindo o clima de insegurança, pessimismo e decadência moral da época, especialmente em um país mergulhado na recessão econômica e em crescente urbanização. 

A expressão caiu no gosto dos jovens críticos franceses da Cahiers du Cinéma, como Jean-Luc Godard e François Truffaut, que ajudaram a popularizá-la, ironicamente, entre os próprios cineastas americanos, muitos dos quais só passaram a reconhecer o estilo Noir após o entusiasmo vindo da França.


Inspirado em grande parte pelo Expressionismo Alemão, o filme Noir adotou uma abordagem estética que distorcia a realidade para representar estados emocionais e psicológicos intensos. Essa técnica se manifestava em ambientes escuros e carregados de sombras, ambientados em cenários urbanos realistas, mas recheados de tensão, decadência e crime. 

As histórias se desenrolavam em um submundo cínico e moralmente ambíguo, habitado por personagens complexos, muitas vezes divididos entre o bem e o mal, como detetives solitários e mulheres fatais envoltas em mistério. 


A iconografia noir é inconfundível: detetives com seus inseparáveis sobretudos escuros, chapéus de aba larga, cigarros pendendo dos lábios e copos de uísque à mão em escritórios esfumaçados. Ventiladores girando preguiçosamente, becos iluminados por postes trêmulos, gatos espreitando entre latas de lixo e policiais desonestos são alguns dos elementos visuais recorrentes que compõem o universo sombrio e estilizado do gênero, cuja força simbólica ultrapassa o simples crime e mergulha em dilemas morais profundos.

Noir: Do Início ao fim

Os estudiosos do cinema apontam O Homem dos Olhos Esbugalhados, lançado em 1940, como o ponto de partida do filme Noir clássico. Já A Marca da Maldade, dirigido por Orson Welles em 1958, é comumente citado como o encerramento simbólico dessa era dourada do gênero. Mesmo após esse período, a influência do noir continuou ecoando por décadas, com produções que revisitam seus elementos ou prestam homenagem direta a ele. Exemplos marcantes incluem Vestida para Matar (1980), de Brian de Palma e Coração Satânico (1987), dirigido por Alan Parker.


Entre os pilares da fase original, destaca-se O Falcão Maltês (1941), considerado por muitos o elo definitivo entre o cinema e a literatura policial americana. Baseado no romance homônimo de Dashiell Hammett, o filme ajudou a firmar as convenções estéticas e temáticas do Noir. Hammett pertence a um seleto grupo de escritores que moldaram o gênero nas páginas das revistas pulp, ao lado de Raymond Chandler e James M. Cain, autores cujos contos e romances foram publicados em veículos como a icônica Black Mask e deram origem a muitos roteiros Noir. O filme também é conhecido como Reliquia Macabra.

No campo temático, os filmes Noir refletem desencanto com o sonho americano, especialmente no pós-Segunda Guerra Mundial. Exploravam com crueza as tensões sociais, a decadência moral, o embate entre os sexos, intensificado pelas transformações nos papéis de gênero durante o conflito  e o colapso da confiança nas instituições. As narrativas giravam em torno de protagonistas alienados, muitas vezes anti-heróis perdidos em um mundo opressor, dominado por paranoia, corrupção e traição.


Narrativamente, o Noir é caracterizado por sua estrutura fragmentada: tramas intrincadas, quebras de linearidade, flashbacks que desorientam o público e uma narração em primeira pessoa, geralmente do protagonista masculino, que imprime um tom melancólico e fatalista à história. O ambiente quase sempre é urbano e opressivo, com personagens que desconfiam uns dos outros, perdendo gradualmente qualquer resquício de inocência.

Visualmente, o Noir se consagrou por sua estética marcante. O uso de iluminação low-key gera altos contrastes e sombras dramáticas, enquanto lentes grande-angulares distorcem o espaço e criam um clima de instabilidade. Enquadramentos como o plongée (visto de cima) e a alternância entre big close-ups e planos gerais também são típicos. 


Elementos simbólicos, espelhos, janelas, escadas, relógios, reforçam temas como o tempo, a identidade fragmentada, a vigilância e a fuga. A ambientação noturna das cidades, com ruas molhadas e mal iluminadas, contribui para o tom sombrio, criando o cenário ideal para crimes, angústias e dilemas morais.

Até mesmo os títulos dos filmes ajudavam a estabelecer esse universo, com palavras recorrentes como night, city, street, dark, mirror, kiss, death ou fear, termos que evocam a essência misteriosa, trágica e implacável do cinema noir.


Contexto histórico e um corpo que cai.

O cinema Noir também refletia o espírito de sua época, incorporando as inquietações sociais e políticas do período. A apreensão diante da Segunda Guerra Mundial  e mais tarde, da Guerra Fria se manifestava de forma latente ou explícita nas tramas. Mesmo em obras anteriores ao conflito, como Relíquia Macabra, já se percebe um clima de tensão provocado pelos acontecimentos na Europa. Em O Terceiro Homem (1949), de Carol Reed, essa angústia é ainda mais evidente ao retratar uma Viena devastada pelo pós-guerra, simbolizando o caos europeu.

Com seus protagonistas moralmente ambíguos e figuras femininas enigmáticas, o Noir surgiu como um contraponto sombrio aos musicais e comédias românticas que dominavam Hollywood. Ele desconstruía os arquétipos tradicionais, especialmente nas representações de gênero. A tensão entre masculino e feminino ganhou destaque, refletindo as mudanças nos papéis sociais durante a guerra, quando mulheres passaram a ocupar posições antes reservadas aos homens. Essa inversão gerava desconforto e incertezas, principalmente em relação à identidade masculina e à ideia de “normalidade”.


Nesse cenário, o típico herói Noir está longe de ser virtuoso. Frequentemente solitário e cínico, ele enfrenta crises existenciais e morais. Esses homens são duros, distantes emocionalmente, e agem por interesse próprio, quase sempre guiados pela desilusão. As mulheres, por sua vez, aparecem em dois extremos: algumas são gentis e afetuosas, enquanto outras assumem o papel da femme fatale, figuras sedutoras, manipuladoras e misteriosas que desafiam e confundem o protagonista. 

Em Um Corpo que Cai (1958), por exemplo, a personagem amiga do protagonista representa a mulher confiável, enquanto a figura central da trama encarna a femme fatale, conduzindo a narrativa com suas ações ambíguas. Metaforicamente, a femme fatale representa a mulher empoderada que emergiu durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, ela também simboliza o perigo da independência feminina diante da necessidade de controle do protagonista,, um conflito que tensiona a narrativa.


Além disso, Um Corpo que Cai é um exemplar marcante do Noir em cores. A história explora os conflitos internos do personagem principal, que se debate entre o medo, a obsessão e a insegurança emocional. As vertigens do protagonista servem para desorientar o público, ampliando o suspense e aprofundando os dilemas psicológicos. A instabilidade da personagem feminina e sua falsa morte intensificam ainda mais essa atmosfera de mistério.

Outro elemento essencial do filme é seu dilema moral. A personagem vivida por Kim Novak, contratada para enganar o personagem de James Stewart, acaba desenvolvendo sentimentos reais por ele, criando um impasse emocional. Ela deve manter a mentira ou confessar seus sentimentos? Essa ambiguidade moral é central ao Noir.


Os cenários do longa também são típicos do gênero: locais urbanos contemporâneos e espaços exóticos, como o mosteiro onde ocorre a suposta morte da personagem. A fotografia em cores suaves e tonalidades neutras reforça a estética noir, mesmo em um universo colorido. A combinação de narrativa introspectiva, conflitos éticos e estilo visual marcante confirma o lugar de Um Corpo que Cai como um dos grandes representantes do noir moderno.

Neo - Noir

Durante os anos 1960, cineastas como Sam Peckinpah, Arthur Penn e Robert Altman resgataram a essência dos filmes noir clássicos, reinterpretando-a sob uma nova ótica. Em O Perigoso Adeus (1973), Altman reimagina o arquétipo do detetive como um sujeito desajeitado e constantemente derrotado pelas circunstâncias, mergulhado em um embate moral que não consegue vencer. Um dos maiores expoentes desse renascimento estilístico foi Chinatown (1974), de Roman Polanski, frequentemente citado como o exemplo mais emblemático do Neo-Noir.


Joel e Ethan Coen também exploraram amplamente o universo Noir em sua filmografia. Obras como Gosto de Sangue (1984) e O Homem que Não Estava Lá (2001) são homenagens diretas ao estilo, com este último inclusive recriando cenas visualmente semelhantes às de Fuga do Passado (1947). Em Fargo (1996), a dupla insere elementos típicos do noir tanto na narrativa quanto na estética, o que levou muitos críticos a classificá-lo como um clássico contemporâneo do gênero. 

Já Los Angeles: Cidade Proibida (1997), de Curtis Hanson, baseado na obra de James Ellroy, é considerado por muitos como uma recriação fiel do noir tradicional, com tramas de corrupção policial e mulheres fatais reminiscentes dos anos 1950.


A visão sombria e desencantada do filme Noir também exerceu forte influência sobre o gênero cyberpunk nos anos 1980. Filmes como Blade Runner (1982) e o anime Akira (1988) exemplificam essa fusão, posteriormente batizada de Tech-Noir. Essas obras frequentemente evocam personagens inspirados em gangsters dos anos 1930 ou heróis de quadrinhos, em narrativas sombrias e tecnologicamente distópicas. Outros filmes que seguem essa linha são Gattaca (1997), Cidade das Sombras (1998), 13º Andar (1999) e Minority Report - A Nova Lei (2002).

A estética e o espírito do Noir também podem ser percebidos em diversos trabalhos de David Lynch, especialmente em Veludo Azul (1986), Perdida (1997) e Cidade dos Sonhos (2001) onde a atmosfera enigmática e os personagens ambíguos reforçam o clima Noir.


O subgênero continuou a ser explorado nos anos seguintes em filmes como Cães de Aluguel (1992), Chicago (2002), Beijos e Tiros (2005), Plano Simples (1998), além de obras mais estilizadas como Sin City (2005), que mescla o preto-e-branco com detalhes em cores para acentuar o tom gráfico das histórias. 

Os jogos Max Payne, Heavy Rain e The Wolf Among Us, além de adaptações como o Insônia de Christopher Nolan e Dália Negra de Brian De Palma, também exploram o universo noir com uma roupagem moderna. Nolan, aliás, é frequentemente associado ao estilo por obras como Amnésia (2000) e Batman Begins (2005).


O Noir continua sua evolução criativa, senpre entregando elementos similares, mas adaptando a novos ambientes e gêneros.


Resumo para quem tem pressa:

Noir
  • O termo francês film noir, que pode ser traduzido como "filme negro", refere-se a um subgênero dos filmes policiais que floresceu principalmente nos Estados Unidos entre o final da década de 1930 e os anos 1950.
  • Foi o crítico francês Nino Frank quem, em 1946, utilizou a expressão pela primeira vez para descrever esse tipo de filme. A inspiração veio da Série Noire, uma coleção de romances policiais publicada pela editora Gallimard a partir de 1945, cujos volumes se destacavam pelo visual sombrio das capas, predominantemente pretas com detalhes amarelos. Curiosamente, os cineastas e atores que trabalharam nos chamados clássicos do noir não tinham consciência de que estavam criando um estilo específico. O rótulo só foi adotado oficialmente anos depois, por estudiosos e críticos de cinema.
  • O surgimento do film noir está diretamente ligado à literatura policial e de suspense produzida durante a Grande Depressão. Muitos dos roteiros desses filmes foram adaptações de romances duros, cínicos e violentos da época. Além disso, o estilo visual sombrio que define o gênero foi fortemente influenciado pelos filmes de horror dos anos 1930 e, principalmente, pelo expressionismo alemão, movimento artístico que usava iluminação de alto contraste, composições angulosas e cenários distorcidos para expressar estados emocionais.
  • Os primeiros filmes Noir começaram a surgir nos anos 1940, marcados por uma fotografia em preto e branco carregada de sombras e contrastes intensos. Esses elementos visuais, somados a personagens moralmente ambíguos e a tramas marcadas pela desilusão, transformaram o noir em um dos estilos mais influentes da história do cinema.

Principais características
  • Sem recorrer a efeitos especiais, esse estilo cinematográfico apostava em uma abordagem mais realista e crua: câmera na mão, uso de plano-sequência e captação de som direto davam o tom das produções.
  • A estética era marcada por planos médios e de conjunto, com imagens em tons acinzentados. As filmagens aconteciam em locações reais, frequentemente entre os escombros da guerra, o que conferia autenticidade às cenas.
  • Os roteiros costumavam ser desenvolvidos de forma espontânea, e os elencos secundários frequentemente contavam com atores não-profissionais, reforçando o caráter naturalista da narrativa. A montagem seguia uma linha simples, sem o uso de efeitos visuais elaborados.
  • Esse tipo de cinema se colocava como contraponto ao modelo hollywoodiano de espetáculo, privilegiando temáticas sociais e um tom quase documental.
  • Os personagens ganhavam profundidade emocional, deixando de ser figuras maniqueístas para assumirem contradições humanas, podiam agir com bondade e crueldade ao mesmo tempo.
  • A estrutura narrativa também passava por transformações, abrindo espaço para a fragmentação do enredo e a perda de um narrador central.
  • Até a década de 1940, as obras tinham como foco principal as questões sociais. Mais adiante, os filmes passaram a explorar temáticas familiares, existenciais e subjetivas, inaugurando novas formas de contar histórias.

Diretores referência

Edgar G. Ulmer, Jules Dassin, Edward Dmytryk, John Farrow, Samuel Fuller,Henry Hathaway, Alfred Hitchcock, John Huston, Phil Karlson, Fritz Lang, Joseph H. Lewis , Anthony Mann, Otto Preminger, Nicholas Ray, Robert Siodmak, Orson Welles, Billy Wilder, Robert Wise

E abaixo, obras-primas essenciais para quem estiver debutando no Noir.


Desfrute a atemporal obra-prima de Orson Welles, completa e sem cortes, em versão restaurada. Este film-noir é um retrato excepcional da corrupção e obsessões morais, estrelado por Welles como Hank Quinlan, um chefe de polícia desonesto que arma uma cilada para um jovem mexicano como parte de uma intricada trama criminosa. Charlton Heston é um honrado investigador mexicano de narcóticos que se choca com o intolerante Quinlan após investigar seu condenável passado. Um inesquecível elenco de apoio, incluindo Janet Leigh como a curiosa esposa de Heston, Akim Tamiroff como um chefe do submundo, Zsa Zsa Gabor e Marlene Dietrich como uma enigmática cigana neste fascinante drama, de extraordinária fotografia e uma magnífica trilha sonora de Henry Mancini.


Um roteirista de estúdio relutantemente concorda em adaptar um best-seller barato para o cinema. Mas em vez de ler o livro, ele convence uma tiete dos astros de cinema a acompanhá-lo até sua casa e contar a história, com suas palavras. Mais tarde, ela é encontrada morta e o roteirista se torna o principal suspeito.


Após a 2ª Guerra Mundial, chega em Viena Holly Martins (Joseph Cotten), escritor americano de 6ª categoria. Holly estava em crise e sem dinheiro, mas seu velho amigo de escola Harry Lime (Orson Welles) lhe prometera um trabalho. Holly tenta encontrar Harry e então fica sabendo que ele foi atropelado e teve morte instantânea. Intrigado, o escritor decide fazer sua própria investigação sobre o misterioso passado do amigo e descobrir o que de fato aconteceu.


A vida pacata do dono do posto de gasolina, Jeff Bailey, em uma cidade pequena, é interrompida quando um conhecido do seu passado, o vigarista Joe Stephanos, o reconhece. O chefe de Joe, Whit Sterling, havia contratado Jeff para rastrear Kathie Moffat, uma namorada que atirou em Whit e fugiu com 40 mil dólares. Jeff e Kathie se apaixonaram, mas ela o deixou para voltar com Sterling, que agora quer acertar contas com Jeff.


Humprey Bogart é o detetive particular Philip Marlowe, que se vê numa delicada situação ao ser contratado por Carmen (Martha Vickers), a jovem filha do General Sternwood (Charles Waldron). O trabalho é ser responsável pela segurança da família, mas Marlowe imediatamente se apaixona pela irmã de Carmen, Vivien (Lauren Bacall) - ainda que no início a moça não tenha simpatizado com o detetive.


Investigando a morte da diretora de uma agência de propaganda, Laura Hunt (Gene Tierney), que teve o rosto destruído por tiros de espingarda, o detetive Mark McPherson (Dana Andrews) interroga Waldo Lydecker (Clifton Webb), seu mentor e um influente jornalista, que considerava Laura não apenas sua maior "criação" mas também sua propriedade pessoal. Laura estava noiva de Shelby Carpenter (Vincent Price), um playboy, para desgosto de Lydecker e da tia de Laura, Ann Treadwell (Judith Anderson), uma mulher rica que era apaixonada por Carpenter. Enquanto a investigação evolui McPherson sente-se atraído pela vítima e, ao ir ao apartamento dela em busca de provas, contempla uma pintura de Laura pendurada na parede. Repentinamente acontece o inesperado, pois Laura surge na sua frente viva e com o rosto sem nenhum ferimento.


Numa visita de trabalho, o agente de seguros Walter Neff conhece a atraente (e casada) Phyllis Dietrichson. Eles logo se apaixonam e Phyllis o convence a elaborar um plano para assassinar seu marido, depois desse fazer um seguro de acidente pessoal. O objetivo? Ficar com o dinheiro do seguro. Mas nem tudo dá certo.


O filme se passa na cidade de San Francisco, onde Sam Spade (Humprey Bogart) é detetive, num escritório com seu parceiro, Miles Archer. A história tem início quando uma bela mulher (Mary Astor) solicita os serviços da dupla para seguir Floyd Thursby, e Miles o faz. No meio da noite, Spade é acordado com o seguinte telefonema: sua dupla havia sido assassinada. Com a morte de Thursby na mesma noite, a polícia vê Spade como principal suspeito. E a trama enriquece quando o misterioso Joel Cairo (Peter Lorre) solicita os serviços de Spade para encontrar uma relíquia há muito perdida.


Masendo o Noir quase tão antigo quanto o cinema, há um universo gigantesco de filmes a serem explorados...

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