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ONDAS DO DESTINO (1996) - FILM REVIEW

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Revi Ondas do destino logo após rever também Dançando no escuro (leia sobre ele aqui). Se lá eu escrevi que senti um tiro me atingindo, neste levei um soco na boca do estômago. Considerando que Ondas do destino é de 1996, o diretor Lars Von Trier aprimorou sua capacidade de chocar seu público. 

A trama se passa no norte da Escócia  num povoado ultraconservador , onde uma jovem mulher (Emily Watson) se apaixona e se casa com um dinamarquês (Stellan Skarsgard) que trabalha em uma plataforma de petróleo. Quando ele retorna ao seu serviço sofre um acidente, quebrando seu pescoço e provavelmente o deixando incapacitado para o resto da vida. Com isto, a mulher passa por uma jornada de auto-destruição com resultados trágicos e surpreendentes.


O título "Breaking the Waves" se refere à capacidade que nos é dada de furar a resistência imposta pelo meio ou situações que fogem do nosso controle.  O filme veio a ser o primeiro título lançado pós Dogma 95 e logicamente foi influenciado por ele. Porém quebra muitas das "regras" do movimento, incluindo cenários construídos, trilha sonora e computação gráfica. Na realidade, Lars não tinha a menor obrigação de seguir o Dogma, mas como um filme lançado no ano seguinte, muitos imaginavam que ele seguiria as diretrizes do movimento.

Trier afirmou que sua intenção era fazer um filme naturalista, mas que também fosse um  uma história que abordasse questões religiosas sem ser um filme parcial sobre o assunto. Ele levou 5 anos escrevendo o roteiro (isto porque o apoio financeiro não progredia satisfatória mente). Ele quase desistiu do projeto.  Helena Bonham Carter foi a primeira escolha de Von Trier para desempenhar o papel de Bess, mas ela desistiu pouco antes do início das filmagens, devido à grande quantidade de nudez e sexualidade exigidas pelo papel. Detalhe, ela fez Asas do amor, de  Iain Softley um ano depois e no filme ela protagoniza o que? Cenas de nudez bastante ousadas...


Enfim, várias outras atrizes de renome foram consideradas, mas nenhuma delas se sentia à vontade para o papel. Von Trier acabou sendo conquistado pela audição de Emily Watson , embora ela fosse uma completa desconhecida na indústria cinematográfica da época. Foi um acerto? Basta dizer que ela concorreu ao Oscar, Globo de Ouro e Bafta. Perdeu para a arrebatadora Frances McDormand em Fargo. Justo.

Como de praxe em sua filmografia, o filme foi dividido em sete capítulos diferentes. O filme enfoca na perversidade sexual e o martírio feminino, questões que continuam nos trabalhos posteriores de Trier. Nos tempos atuais muitos levarão em conta que a mulher se anula e se perde por um homem (misoginia?), e ao se perder, é mais julgada e degradada ainda, sofrendo, digamos, uma punição pelo caminho escolhido (visão machista no último nível). Porém, ela (pessoa) sofre de um ideal romântico inabalável (veja a cena em que ela recebe a notícia sobre a paraplegia, por exemplo). É uma relação de completa entrega e devoção, algo plenamente normal de acontecer em qualquer orientação sexual.


A entrega de Bess é absurdamente crível (quem costuma se jogar às cegas em relações sabe muito bem como funciona esta máquina propulsora sem freios capaz de superar obstáculos intransponíveis ou/e realizar os maiores absurdos em prol do amor idealizado). Mas, ainda que sem ter a intenção, ela desfila para o público as hipocrisias sociais escondidas em baixo do tapete (ou no armário!!!). Seu personagem é desnudado de duas maneiras na trama: primeiro pelo marido e de forma literal. Segundo quando ela se prostitui. Nestas horas, a nudez é da alma, que se vê cada vez mais perdida numa espiral de situações e atuações em prol de um amor em ruínas. 

O Von de Lars Trier veio de um apelido dado por seus colegas de faculdade. Von sugeriria nobreza e eles achavam que ele tinha pinta de nobre. E curioso como Von Trier seguiu o caminho inverso na sua filmografia, mostrando as pessoas destituídas de qualquer nobreza.


A versátil lançou a Coleção Lars Von Trier Vol. 1, com dois filmes anteriormente lançados em edições separadas. Esta coleção contém os filmes;

Disco 1:

Ondas do destino (1996)

“Ondas do Destino”, um dos mais aclamados filmes do polêmico diretor Lars von Trier (“Dançando no Escuro”). Vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes e indicado ao Oscar de Melhor Atriz (Emily Watson, por sua atuação espetacular), esse cult-movie é apresentado em Edição Especial com quase uma hora de extras, incluindo cenas inéditas e entrevistas.

Em um vilarejo no interior da Escócia, uma jovem se apaixona e se casa com um dinamarquês que trabalha em uma plataforma de petróleo. Infelizmente, ele sofre um acidente que o deixa incapacitado para o resto da vida. Nesta condição, ele pressiona a mulher a procurar amantes e lhe contar detalhes de suas relações.

Dialogando com “A Paixão de Joana d’Arc” (1928), a obra-prima de seu conterrâneo Carl Theodor Dreyer, Lars von Trier realiza um contundente drama moral sobre o amor, o sofrimento e a bondade. Sem dúvida, um dos filmes seminais dos anos 1990.

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Título: Ondas do Destino
Título original: Breaking the Waves
País de produção: Dinamarca, França
Ano de produção: 1996
Gênero: Drama
Direção: Lars von Trier
Elenco: Emily Watson, Stellan Skarsgard, Katrin Cartlidge, Jean-Marc Barrr
Idioma: Inglês
Áudio: Dolby Digital 5.1
Legendas: Português
Formato de tela: Widescreen Anamórfico 2.35:1
Tempo de duração: 154 min.
Região: 4
Colorido
Faixa etária: 16 anos

U+21F0.gif Extras:

Cenas cortadas, Lars apresenta o filme em Cannes, Teste da atriz Emily Watson, Entrevista com Adrian Rawlins, Trecho de documentário sobre Lars von Trier, Trailers

”Versátil


Disco 2:

Dançando no Escuro (2000)

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, Dançando no Escuro é uma das obras-primas do polêmico cineasta Lars von Trier (Dogville). Esta Edição Especial apresenta o filme no formato widescreen anamórfico, com mais de uma hora de extras, incluindo o documentário inédito Os 100 Olhos de Lars Von Trier.

A cantora Björk está impressionante como Selma, uma imigrante que trabalha numa fábrica no interior dos Estados Unidos. Vítima de uma doença hereditária, ela está perdendo a visão e, para evitar que o filho tenha o mesmo destino, economiza todo o seu dinheiro para operá-lo. Apaixonada pelos musicais de Hollywood, Selma mistura realidade e fantasia. Porém, a sua vida muda radicalmente quando é acusada injustamente de um crime.

Além da excelente trilha sonora de Björk, Dançando no Escuro tem as participações da grande Catherine Deneuve e do lendário Joel Grey (Cabaré).

U+21F0.gif Informações Técnicas:

Título: Dançando no Escuro
Título original: Dancer in the Dark
País de produção: Estados Unidos, Dinamarca
Ano de produção: 2000
Gênero: Drama
Direção: Lars von Trier
Elenco: Björk, Catherine Deneuve, David Morse, Peter Stormare, Joel Grey
Idioma: Inglês
Áudio: Dolby Digital 5.1
Legendas: Português
Formato de tela: Widescreen Anamórfico 2.35:1
Tempo de duração: 141 min.
Região: 4
Colorido
Faixa etária: 14 anos

U+21F0.gif Extras:

Os 100 Olhos de Lars von Trier, Trailer de Cinema, Galeria de pôster e fotos, Vida e obra de Lars von Trier


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