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NOSFERATU - O VAMPIRO DA NOITE (1979) - FILM REVIEW


Nosferatu.

Texto: M.V.Pacheco

Revisão: Thais A.F. Melo


Com o anúncio de que Robert Eggers (de A Bruxa e O Farol) dirigirá o remake de Nosferatu (e aposto algumas fichas que será uma obra-prima), as atenções se voltaram para o personagem novamente. Ainda que ele, Nosferatu,  seja uma adaptação de Drácula de Bram Stoker, por razões de direitos autorais, não chegou aos cinemas desta forma. Pedra fundamental do expressionismo alemão na sétima arte, foi o primeiro filme a levar para as telonas a história do Conde Drácula. 

Entretanto, por não receber a autorização da família de Bram Stoker, autor do romance "Drácula", Murnau teve de mudar os nomes dos personagens e dos lugares onde a trama se passa. E ao longo da história, existiram Nosferatus estilo o filme de Murnau e outros que levaram a alcunha de Drácula como adaptação oficial de Bram Stoker. 


A adaptação de Eggers vai pelo primeiro caminho, assim como Nosferatu - O Vampiro da Noite (de Herzog) e A Sombra do Vampiro (de Elias Merhige) que conta os bastidores do filme Nosferatu de 1922. Murnau, que fez poucos filmes e morreu num acidente de carro, realizou este filme adaptado do romance Drácula, de Bram Stoker, embora com nomes de personagens e lugares sofrendo alterações como ditas acima, pois os herdeiros do escritor não concederam aos produtores autorização para adaptar a obra. 

Processado por violação de direitos autorais, a justiça ordenou a destruição das cópias do filme. Mas algumas delas, entre as muitas já distribuídas, permaneceram guardadas até a morte da viúva de Bram Stoker e estão hoje em dia disponíveis em versões restauradas.


O longa (de 22) narra a história de Conde Orlok, um vampiro dos Montes Cárpatos que se apaixona perdidamente por Ellen e traz o terror à cidade dela, Wisborg. Nosferatu é considerado um dos primeiros representantes do gênero de terror no cinema, além de sua concepção visual ter exercido forte influência no gênero. 

Em 1979, foi a vez de chegar aos cinemas Nosferatu - O Vampiro da Noite. O filme tem nomes como Werner Herzog na direção, trilha de  Popol Vuh e a trinca de atores Klaus Kinski (o melhor amigo de Werner e seu pior inimigo ao mesmo tempo), Isabelle Adjani (belíssima e talentosa atriz francesa), Bruno Ganz ("fenomenal" ator suíço conhecido por seu trabalho no cinema e na televisão de língua alemã pela Europa). Nomes que sugerem que não havia como dar errada a produção, já que o nome "remake" sempre assombrou as produções cinematográficas.


Na história, Jonathan Harker é um agente imobiliário em Wismar, Alemanha. Seu empregador, Renfield, informa que um nobre chamado Conde Drácula deseja comprar um imóvel em Wismar e designa Harker para visitar o conde e concluir o lucrativo acordo. Deixando sua jovem esposa Lucy para trás em Wismar. Harker viaja para a Transilvânia, para o castelo do Conde Drácula, em uma jornada que dura quatro semanas, levando consigo as ações e documentos necessários para vender a casa ao Conde. 

Em sua jornada, Harker para em uma pousada da vila, onde os moradores imploram para que ele fique longe do maldito castelo, fornecendo detalhes assustadores sobre o Conde. Ignorando os pedidos dos aldeões, Harker continua sua jornada, que mudará sua vida de forma definitiva.


Kinski "penou" nas cenas, pois tinha que passar aproximadamente quatro horas por dia em maquiagem. Pedaços de orelha de látex frescos tiveram que ser derramados para cada dia de filmagem, pois eram destruídos na remoção. Kinski, famoso por suas violentas birras diárias, tinha um ótimo relacionamento com a maquiadora japonesa Reiko Kruk e foi extremamente paciente e bem-comportado durante a maquiagem.

Mesmo assim, Werner Herzog afirmou que os ratos que aparecem no filme se comportaram melhor que Klaus Kinski durante as filmagens. Aliás, a cena em que Nosferatu chega à cidade exigia milhares de ratos cinzentos. Ratos desta cor não estavam disponíveis e, sendo assim, ratos brancos foram pintados de cinza e usados ​​em seu lugar.


A aquisição de ratos para o filme se mostrou difícil, embora a produção tenha adquirido uma grande quantidade de uma instalação de pesquisa científica. Quando enviado para a Holanda para filmar, um inspetor da alfândega desmaiou ao abrir o caixote e descobrir seu conteúdo. Além do trabalho de tingimento que os ratos tiveram que suportar, cada um deles teve que passar por esterilização para controlar sua criação. 

Ativistas dos direitos dos animais também alegaram que os ratos eram mal alimentados e começaram a comer uns ao outros durante a produção. Já as cenas extremamente difíceis em câmera lenta de um morcego em voo não foram filmadas pela equipe de Werner Herzog, mas foram emprestadas de um documentário científico.


A sequência de abertura foi filmada pelo próprio Herzog no museu Múmias de Guanajuato, no México, onde um grande número de corpos mumificados das vítimas de uma epidemia de cólera em 1833 está em exibição pública. Herzog viu pela primeira vez as múmias de Guanajuato enquanto visitava na década de 1960. Em seu retorno nos anos 70, ele tirou os cadáveres dos estojos de vidro em que estão normalmente armazenados e os filmou, apoiando-os contra uma parede, organizando-os em uma sequência que ia da infância à velhice. 

Devido a um pedido do distribuidor, a 20th Century Fox, Herzog produziu duas versões do filme simultaneamente, para atrair o público de língua inglesa. As cenas com diálogo foram filmadas duas vezes, em alemão e em inglês, significando que as próprias vozes do ator (em oposição ao diálogo dublado por dubladores) poderiam ser incluídas na versão em inglês do filme. O próprio Herzog disse em maio de 2014, em uma exibição em Los Angeles, que considerava a versão em alemão a "culturalmente autêntica".


Para Herzog, Nosferatu era o maior filme alemão já feito, então, como dito, sua base para o remake foi ele. Porém, com o vencimento dos direitos autorais de Drácula de Bram Stoker, ele pode incluir os nomes dos personagens originais.

Uma obra-prima para ser vista e revista sempre que possível. E sendo ele um remake, é um feito e tanto. Agora é só esperar o filme de Eggers para confirmar o que já espero: que não só será mais uma obra irretocável que conta a história do Conde, mas que também ganhamos um nome forte para fazer brilhantes filmes de horror.
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