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ALFRED HITCHCOCK - 10 FILMES ESSENCIAIS DA FASE INGLESA


Hitchcock é um dos cineastas mais importantes da história do cinema (se não "o"). Historicamente, sua filmografia é dividida em "fase inglesa" e "fase americana". 

Na fase inglesa, a qual a publicação se refere, Hitchcock estabeleceu algumas inovações que caracterizaram seu estilo, uma delas é a introdução de um recurso de roteiro que virou uma de suas marcas registradas, o personagem inocente que é perseguido ou punido por um crime que não cometeu.

O sucesso destes filmes chamou a atenção dos produtores de Hollywood para a habilidade do diretor em usar o suspense, a partir de tramas plausíveis em que explorava psicologicamente os temores humanos. Em 1939, Hitchcock mudou-se para os Estados Unidos e assinou contrato com David Selznick, produtor de filmes como E o Vento Levou onde realizaria a maior parte de suas obras-primas (que será tema de uma publicação futura).


Abaixo fiz a publicação dos filmes ingleses essenciais para conhecer e admirar esta fase do diretor. A escolha dos títulos ficou a cargo de Carlos Primati, o renomado cinéfilo doutor em Hitchcock (inclusive entrevistei-o, leia aqui.)

Boa sessão:


O lutador de boxe Jack 'One Round' Saunders (Carl Brisson) é casado com a bela Nelly. Ele é desafiado para uma luta pelo campeão australiano Bob Corby (Ian Hunter), que se apaixonou pela mulher do competidor. One Round perde a disputa e, um tempo depois, Nelly foge com Bob, deixando o marido desesperado. Jack começa um treinamento intenso, batalhando por uma chance de revanche nos ringues.

Considerado por muitos um dos melhores filmes mudos de Hitchcock, O Ringue é uma história de amor e traição, além de momentos brilhantes de comédia. Com a trama focada num triângulo amoroso entre uma mulher e dois boxeadores, Hitchcock usa o ambiente do pugilismo para experimentar algumas técnicas de câmera e truques refinados de fotografia que ele usaria em filmes seguintes.


"O Vingador" é um serial killer que ataca jovens mulheres em Londres. Jonathan Drew (Ivor Novello) chega à pensão do casal Bounting (Arthur Chesney e Marie Ault) em busca de um quarto para alugar. O rapaz possui hábitos estranhos, como sair em noites com névoa, e guarda a foto de uma moça loira.

O longa é uma adaptação da obra literária homônima escrita por Marie Belloc Lowndes. O diretor Hitchcock planejava um fim ambíguo, mas foi impedido pelo estúdio de produção. Ele disse a François Truffaut que, embora tenha realizado diversos filmes antes deste, o considera seu primeiro verdadeiro longa de suspense. 


Apesar de suas origens diferentes, o pescador Pete e o advogado Philip foram amigos a vida longa na Ilha de Man. Pete quer se casar com Kate, a filha do proprietário da estalagem local, porém o pai de Kate não acha que é bom o suficiente.Pete deixa a ilha para tentar a sorte no estrangeiro, e confia Kate para Philip, mas eles começam a ser atraídos um pelo outro.

Hitchcock fecha a sua fase de filmes mudos com chave de ouro. Comumente visto como um dos filmes mais fracos do Mestre, O Ilhéu (que a edição em DVD da Universal chamou de Pobre Pete, um título bastante apropriado à história) é na verdade um excelente melodrama, que resistiu bem à ação do tempo e até hoje mantém toda a sua força e a emoção da época em que foi lançado.


Alice White (Anny Ondra) namora Frank Webber (John Longden), um detetive da Scotland Yard, que mostra estar mais interessado no seu trabalho do que em estar com ela. Assim, ela decide secretamente se encontrar com outro homem, mas quando este tenta estuprá-la ela o mata com uma faca. Quando o corpo é descoberto quem assume o caso é exatamente o namorado da jovem, que rapidamente deduz que ela é a assassina em virtude de uma luva deixada no local do crime. Ele, no entanto encobre o caso, mas um homem que presenciou o crime começa a chantageá-los, possuindo a outra luva, que pode ligá-la ao crime.

Chantagem e Confissão foi o primeiro filme sonoro da Inglaterra e também do diretor Alfred Hitchcock. Chantagem e Confissão inicialmente havia sido concebido para ser um filme mudo, tanto que são necessários quase 8 minutos de filme para que surja o primeiro diálogo em cena. A versão muda de Chantagem e Confissão tinha 75 minutos, enquanto que a falada tinha 81 minutos. O ator Anny Ondra teve sua voz dublada por John Barry, devido ao seu forte sotaque alemão. Em suas clássicas aparições, Alfred Hitchcock aparece em cena como um passageiro no metrô que é importunado por um garoto.


Fred (Henry Kendall) e Emily Hill (Joan Barry) vivem uma pacata e simples vida em Londres. Um dia recebem uma grande herança de um parente distante e decidem finalmente realizar tudo o que sempre sonharam. Eles embarcam num cruzeiro de luxo, mas lá o dinheiro acaba fazendo-os abandonar o amor, a fidelidade e a família.

Analisando o filme, há algumas menções a serem feitas: toda a seqüência inicial é admirável por ser de 1932, e pelo fato de o diretor ser tão jovem quando a criou: as pessoas trabalhando no escritório, descendo as escadas ou os elevadores, entrando no metrô como se fossem carneirinhos, sem individualidade.

Depois, há uma certa indefinição, que dura praticamente todo o filme, entre o mudo e o sonoro (o filme, é preciso lembrar, é de 1932, apenas cinco anos após o advento do som); parece que o Hitch fez questão de mostrar que era época de transição. Há diálogos (poucos), mas há também legendas como as dos filmes mudos. O ator principal, especialmente, esse Henry Kendall, atua como se estivesse no cinema mudo – com maquilagem pesadíssima, gestos e expressões faciais abertas, exageradas. Já a atriz principal, muito bonita, tem uma puta voz de taquara rachada. Não é de se admirar que não tenha ido longe na carreira depois que o cinema aprendeu a falar.

Há ainda a notar que as cenas dos beijos do mocinho e da mocinha em seus namorados são algo extremamente avançado para a época.


Bob (Leslie Banks) e Jill Lawrence (Edna Best), juntamente com a filha Betty (Nova Pilbeam), estão passando as férias praticando esportes de inverno. Tudo corria bem, até o momento em que Louis Bernard (Pierre Fresnay), um amigo deles, é atingido por um disparo enquanto dançava com Betty. Antes de morrer, Louis conta para Bob de um assassinato político que deverá acontecer em Londres. Temendo que sua trama seja revelada, os assassinos sequestram Betty para manter Bob calado. Diante deste quadro, o casal retorna para Londres e tenta salvar sua filha e, se possível, resolver este grave problema.

Foi refeito em 1956 pelo próprio Alfred Hitchcock, tendo também recebido o título O Homem Que Sabia Demais. Aliás, Hitch foi um dos poucos no cinema que refilmou sua própria obra, com resultados satisfatórios.


Richard Hannay (Robert Donat) é um canadense que está de férias na Inglaterra, e que conhece uma mulher que é assassinada sob circunstâncias misteriosas. A partir daí ele se envolve em uma trama de espionagem, e literalmente algemado à cúmplice Pamela (Madeleine Carroll), que o acompanha a contragosto, eles tentam resolver o mistério dos 39 degraus antes que seja tarde. No meio dessa confusão, surge uma improvável história de amor entre Richard e Pamela.

Antes de filmar a cena em que Robert Donat e Madeleine Carroll correm pelo interior, Alfred Hitchcock algemou eles dois e fingiu durante horas a fio ter perdido a chave das algemas. Com isso, o diretor queria que eles ficassem no clima certo para filmarem a cena que viria.

Madeleine Carroll sofreu nas mãos de Alfred Hitchcock. A busca do diretor por realismo fez com que ele algemasse a atriz nos pulsos durante dias antes dela ser algemada na ficção ao ator Robert Donat.

De acordo com um dos filhos do autor John Buchan, que escreveu a obra que inspirou o filme de Alfred Hitchcock, o escritor ficou muito bem impressionado com a adaptação, apesar de ter diferenças da ideia original.


Karl Anton Verloc (Oskar Homolka) e sua esposa (Sylvia Sydney) são proprietários de um pequeno cinema. Mas a senhora Verloc não sabe que seu marido tem um segredo que vai afetar seu relacionamento e também vai ser uma ameça a vida do irmão adolescente dela que mora junto com o casal. A Scottlando Yard possui a informação que o discreto senhor Verloc é na verdade um sabotador que está prestes a colocar em ação um plano que vai causar morte e ferimentos a muita gente na capital inglesa. A Yard precisa deter a ação maléfica de qualquer jeito, mas o problema é descobrir onde e quando ele vai plantar sua arma mortífera. A polícia e a esposa do sabotador sabem muito pouco dos detalhes que se ocultam na sua missão que visa matar gente inocente. 

Alguns críticos não gostaram do jeito que Alfred Hitchcock escolheu terminar a sequência envolvendo a entrega da bomba no ônibus. O diretor, atormentado pela crítica, disse em uma participação no The Dick Cavett Show em 1972 que ele se arrependia dessa decisão. No entanto, o caminho que Hitchcock escolheu é fiel ao livro de Joseph Conrad.

Robert Donat originalmente se candidatou para interpretar o papel de Ted Spencer, mas devido à uma doença prolongada ele foi impedido de fazer o filme.

Baseado no romance de Joseph Conrad "The Secret Agent", o filme necessitou de um título diferente porque o filme anterior de Hitchcock já se chamava Secret Agent, baseado nas histórias de W. Somerset Maugham.


Christine Clay é uma famosa atriz que sofre com os ciumes de seu ex-marido Guy que a acusa de manter um relacionamento com o jovem escritor Robert Tisdall. Na manhã seguinte, Christine aparece morta na praia e Robert a vê e corre para buscar ajuda. Quando a polícia chega, constata que a mulher fora asfixiada com um cinto achado ao lado do corpo e duas banhistas testemunham que viram Robert fugindo. Robert não aceita e escapa do tribunal, tentando provar que o cinto não era dele. A jovem filha do chefe de Polícia, Erica Burgoyne, acredita na inocência dele e o ajuda a fugir da perseguição policial em seu velho carro Morris, tornando-se suspeita de ser cúmplice de assassinato.

A equipe de roteiristas pegou o principal suspeito do livro, Robert Tisdall, e a sua inesperada e inicialmente relutante parceira, Erica Burgoyne, e alterou os demais coadjuvantes, inclusive o inspetor Alan Grant e o assassino. O filme destaca a fuga de Tisdall enquanto as subtramas e distrações do livro no estilo "Quem é o assassino?" foram omitidas.

Como na maioria de seus filmes, Hitchcock faz uma aparição: ele pode ser visto do lado de fora do tribunal segurando uma câmera, aos 14 minutos do filme.


Em um pequeno recanto da Europa os passageiros de um trem ficam retidos em virtude de uma nevasca e são obrigados a pernoitar em uma pequena estalagem. Lá uma rica jovem conhece uma velha governanta e ambas combinam de se encontrarem no dia seguinte no trem. Entretanto, logo após o início da viagem a governanta desaparece e ninguém, por motivos diversos, afirma ter visto a pessoa desaparecida. Ela persiste em suas investigações e acaba convencendo um musicólogo, com quem ela tinha se desentendido na véspera.

Consta que Orson Welles viu A Dama Oculta 11 vezes. E que o escritor James Thurber, autor do conto “The Secret Life of Walter Mitty”, viu mais de 20 vezes.

François Truffaut disse sobre o filme de Alfred Hitchcock, que na França se chamou Une Femme Disparait: “Volta e meia o filme passa em Paris e me acontece ir vê-lo duas vezes na mesma semana, e toda vez penso: como o conheço de cor, não vou acompanhar a história, vou olhar para o trem… ver se o trem se mexe… ver como são as retroprojeções… se há movimentos de máquina dentro dos compartimentos, e toda vez fico tão cativado pelos personagens e pela trama que continuo sem saber como o filme foi feito”.

Quando o filme foi lançado, em 1938, o New York Herald Tribune publicou uma crítica, assinada por Howard Barnes, que dizia: “Mesmo em um meio tão sintético quanto a tela, é possível reconhecer o trabalho de um mestre. "A dama oculta" é um produto da imaginação e da arte tão individual quanto um quadro de Cézanne ou uma peça de Stravinsky”.

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