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CONTATO MORTAL (1988) - FILM REVIEW

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Eu já disse e repito: anos 80 é vida. Só quem tem em torno de 45 anos hoje, sabe exatamente o que é esperar um lançamento no cinema, em home video ou na Tela Quente. Quem nasceu um pouco antes, viveu também esta época, claro, mas também teve a honra de curtir o melhor dos anos 70, o que talvez roube o prazer em assistir filmes lançados por uma América Vídeo, e entender como grande parte do cinema criticado da época se tornou hoje um prazer rever. Quem nasceu um pouco depois, perdeu algumas coisas que tornam a experiência incompleta. 

Contato Mortal (ou Águia Negra) cai no limbo das picaretagens já no pôster, dando maior ênfase ao eminente astro Jean-Claude Van Damme, sendo que o ator principal é Shô Kosugi. Este filme e O Grande Dragão Branco são do mesmo ano, porém optaram por lançar aqui e lá fora a saga de Frank Dux primeiro, o que foi uma decisão muito acertada. Com o sucesso do ator, que logo depois emplacou os populares, Cyborg: O Dragão do Futuro, Kickboxer: O Desafio do Dragão e Kickboxer: O Desafio do Dragão; Contato Mortal foi um filme que entrou no vácuo, pegando carona no sucesso. E apesar de ser um bom filme de ação, como tantos outros da época, o telespectador se sentiu enganado com a propaganda de um filme do astro, que ainda por cima enfrentava Shô Kosugi.

Na trama, uma das armas táticas mais modernas e poderosas da atualidade, um avião F-100 da Força Aérea Americana, cai no mar perto de Malta, uma região onde as forças soviéticas estão presentes. Imediatamente a CIA envia Ken Tani, o seu melhor agente secreto, para recuperar o sistema, antes que ele caia nas mãos dos russos. Para garantir a sua lealdade, eles levam os seus dois jovens filhos para um hotel perto da ilha. Andrei, temido agente da KGB, não permitirá que ele cumpra a missão.

Jean-Claude Van Damme praticamente repete seu papel de Retroceder Nunca, Render-se Jamais, o que foi um erro, já que o ator tinha carisma de sobra para se perder em papéis secundários. Já Shô Kosugi, para quem não o conhece (ou lembra), é o ninja de filmes como Ninja, a Máquina Assassina, A Vingança do Ninja, Ninja 3: A Dominação e Ninja - Programado Para Matar.  Foi um nome "quente" na época, principalmente fazendo vilões. O ator hoje é reconhecido como impulsor de escolas de atuação de artes marciais através do Instituto Sho Kosugi, que tenta ajudar jovens promessas, tanto nas áreas das artes marciais, bem como nas artes da ginástica, dança, interpretação, música e Taiko. 

Seu início dentro das Artes Marciais, foi devido a sua frágil saúde e débil estado físico, os médicos recomendaram a seus pais que pratica-se Artes Marciais e desde então Kosugi jamais deixou de praticá-las. Aos 5 anos e meio de idade começou a treinar Karatê, sendo que aos 18 anos já possuía, entre outros, o título de campeão de Karatê. Aos 19 anos, decide morar nos Estados Unidos, com o sonho de ser jogador de Basebol, porém, logo o Cinema se converteu em seu objetivo.

Após quase uma década trabalhando de coadjuvante, dublê ou mesmo figurante, conseguiu atingir o seu primeiro papel relevante no filme Ninja - A Máquina Assassina (Enter the Ninja), junto com Franco Nero e onde trabalhou o campeão de Karate Mike Stone.

Mas voltando...

É fascinante como o cinema dos anos 80 é memorável até nos detalhes menos importantes. Basta rever o trailer abaixo. Escuro, incompreensível, mal roteirizado, com frases como: "Esta é a nova linha de frente: Desejo contra desejo, força contra força, um contra um... Mais uma superprodução Paris Filmes", na voz de Jorghe Ramos. Ainda assim, não há como não se emocionar. É um poder que este cinema exerce sobre os fãs, que não há explicação.

Até o diretor Eric Karson, parece perdido, como um fã que mal sabe o que fazer quando os dois astros se encontram em cena. Curioso, já que ele havia dirigido Octagon: Escola para Assassinos, com outro astro de artes marciais, Chuck Norris e produziu dois anos depois o ótimo Leão Branco, o Lutador sem Lei. Mas em Contato Mortal, ele errou feio. E acredite isto foi ótimo. 

Cinema não é um passatempo, é uma viagem emocional. E rever filmes, até os ruins, é o melhor caminho para apreciá-los mais. 




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